Dois casos de agressão contra mulheres tiveram desfechos diferentes nesta quinta-feira (3). Em um deles, a Justiça goiana negou o pedido de prisão contra o piloto de avião Victor Augusto do Amaral Junqueira, acusado de agredir a ex-namorada, a advogada Luciana Sinzimbra, no apartamento dela, em Goiânia. Já em Valparaíso, o juízo entendeu que havia elementos suficientes para manter preso Alessandro Ribeiro Oliveira, de 31 anos, por ter agredido a esposa dentro do elevador do prédio da residência deles, em Valparaíso (188 km de Goiânia).No caso de Goiânia, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva do piloto na semana passada por rumores de que ele poderia viajar para o exterior a qualquer momento, mas no entendimento do Poder Judiciário, não havia requisitos legais para sua prisão. Na decisão judicial, no entanto, foram definidas algumas regras que Victor Augusto terá de cumprir a partir de agora, entre elas, não poder se mudar da cidade sem comunicar o juízo previamente.Também está nas regras que o piloto deverá cumprir, a proibição de se ausentar da cidade por qualquer período de tempo sem que a Justiça autorize. Ele também deve obedecer a todas as intimações e comunicações realizadas pelas autoridades judiciárias e policiais. Victor está obrigado ainda a comparecer em juízo a cada 20 dias para informar e justificar suas atividades.Por último, a Justiça reforça na decisão que o piloto está proibido de se ausentar do País. Depois de intimado, ele terá prazo de 24 horas para entregar seu passaporte no cartório do plantão criminal. Este fato também deverá ser informado imediatamente à Polícia Federal, para que seu nome seja inserido em uma lista do sistema de fronteiras, já que não é necessário passaporte para viajar para países do Mercosul.O caso em que Victor está envolvido gerou grande repercussão, inclusive nas redes sociais, no final do mês de dezembro de 2018, quando o vídeo caiu na internet. Nas imagens entregues pela vítima à Polícia Civil, a advogada registra o momento em que é agredida pelo ex após uma discussão. Nas imagens fica claro quando o piloto desfere tapas e socos na mulher. A reportagem tentou contato com o advogado de defesa do piloto, mas não obteve sucesso.Na época, a delegada Ana Elisa Gomes explicou que o homem, mesmo aparecendo mas imagens não poderia ser preso porque não havia elementos legais necessários para isso. Segundo Ana Elisa, ele não prejudicou o trabalho da Polícia Civil e não praticou outros crimes contra a vítima.O inquérito já foi concluído e remetido ao Poder Judiciário, que retorna do recesso na segunda-feira (7).ValparaísoO homem que aparece nas imagens das câmeras de segurança agredindo a esposa dentro de um elevador em Valparaíso de Goiás (188 km de Goiânia) está preso preventivamente desde quinta-feira. Ele foi ouvido pela Polícia Civil e disse que não se lembra de ter praticado violência contra a esposa. Titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) da cidade, Isis Leal disse que o homem afirmou ter se surpreendido ao ver as imagens.A delegada informou que o homem foi intimado a comparecer à delegacia para depoimento na tarde desta quinta-feira e durante os esclarecimentos ele foi preso. A oitiva do marido estava agendada e, paralelo a isso, a delegada já havia representado na Justiça pela prisão preventiva. O pedido foi acatado e cumprido durante o depoimento. Ele foi encaminhado para a Cadeia Pública de Valparaíso.Durante o depoimento, o homem, que é casado há 13 anos com a vítima, disse que estava embriagado no momento das agressões e que não conseguia dizer o que teria motivado o ataque. Mesmo sem registro de ocorrência, a Polícia Civil iniciou as investigações, tendo conseguido comprovar as lesões por meio de relatório médico.O vídeo foi registrado no dia 29 de dezembro e encaminhado para a Deam depois que o síndico do prédio precisou conferir algumas imagens e observou a violência. Ele encaminhou a denúncia para a Polícia Civil que intimou os envolvidos no caso. A mulher prestou depoimento nesta quinta-feira e afirmou que esta foi a primeira vez que foi agredida.Advogada usa rede social para comentar caso de ValparaísoA advogada Luciana Sinzimbra, que registrou com uma câmera escondida o momento em que foi agredida pelo ex-namorado após uma discussão entre os dois, em Goiânia, se posicionou nas suas redes sociais sobre a violência sofrida por uma dona de casa dentro de um elevador em Valparaíso de Goiás (188 km de Goiânia), no último dia 29.A advogada diz em seu post: “A mulher não registrou ocorrência. Vocês realmente acham que ela quer continuar apanhando? Que ela gosta?” No mesmo post ela continua: “Ela está envolvida em uma relação abusiva! Ela tem sentimentos! Ele pede desculpas, fala que isso não vai mais acontecer, ela acredita, depois acontece o pior”.No dia 28 de dezembro, depois dos vídeos da agressão que ela gravou terem sido divulgados sem a sua autorização, a advogada afirmou que gostaria que sua história pudesse ajudar outras mulheres. À época, ela disse que precisava agradecer o apoio e que estava tentando ficar bem. Em entrevistas, disse que agora pretende atuar nesta causa.Desde o ocorrido a advogada tem recebido apoio de várias pessoas, inclusive celebridades. A atriz Bruna Marquezine, a cantora Marília Mendonça, o apresentador Luciano Huck, a apresentadora Xuxa, entre outras pessoas compartilharam fotos e textos sobre o tema em suas redes sociais. Cárcere após ameaçar mulherUma denúncia feita pelo número 197, da Polícia Civil, levou à prisão de um homem suspeito de ameaçar a ex-mulher com uma faca e filmar tudo em abril de 2018, em Itumbiara, na Região Sul do Estado. Alex Tavares Vieira, de 40 anos, estava em um bar no bairro Nossa Senhora da Saúde, no município, e não ofereceu resistência ao ser abordado. Nas imagens, Alex aparece segurando um facão e afirmando que mataria a mulher. “Eu fiz um pacto com Deus. Eu acho que chega de tanto sofrimento, tanto desgosto, de ser desprezado. Eu vou te matar. Você pode mostrar esse vídeo para a polícia, para quem você quiser”, ele dizia.Em outro trecho ele diz que não se preocupa sobre o que os filhos do casal poderiam pensar a respeito da atitude. Ele questiona o que teria no aparelho de celular da mulher e chega a dizer que acabaria com a própria vida depois de matar a companheira. Segundo a Polícia Civil, Alex estava foragido desde a época do vídeo. Ele não aceitava o fim do relacionamento e, após as ameaças, a ex-mulher se mudou para outro Estado, não informado para sua segurança. A escrivã da Polícia Civil Ana Paula Souza Rezende explicou que o suspeito já foi encaminhado para o presídio regional de Sarandi, em Itumbiara, onde está à disposição da Justiça. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do preso. -Imagem (Image_1.1698175)