O juiz da 8ª Vara Federal, Urbano Leal Berquó Neto, atendeu pedido de suspensão da reintegração de posse de uma área da União ocupada por cerca de 500 famílias no Jardim Novo Mundo, em Goiânia. A decisão publicada nesta segunda-feira (10), em caráter liminar, mantém as famílias do Residencial Lótus e Jardim Emanueli por mais seis meses no local, em função da pandemia de Covid-19.“Defiro o pedido de suspensão do cumprimento da ordem liminar de reintegração de posse dada anteriormente, para manter os integrantes do lado passivo na área objeto da petição inicial por mais 06 (seis) meses e, nesse interregno, deve o polo ativo (União) buscar todos os mecanismos para alocar o polo réu em novas moradias”, determinou Berquó Neto em sua decisão.Em 2020, outra decisão do mesmo juiz assegurou a permanência das famílias por mais 12 meses pelo mesmo motivo.Leia também:- Famílias de área da União em Goiânia temem desocupaçãoO juiz federal argumenta ainda que não há possibilidade de, no momento atual, promover a desocupação da área “sem gerar tumulto social, eis que não fora disponibilizada às pessoas habitantes do local a opção de nova moradia”, ressaltando que a realocação das famílias é responsabilidade conjunta da Prefeitura de Goiânia, do Governo de Goiás e da União.O magistrado classifica a pandemia de Covid-19 como "situação de força maior", ressaltando que não há como precisar o fim da pandemia e, por isso, se dá a necessidade de suspensão da desocupação para “evitar prejuízos irreparáveis às famílias ocupantes do local, sempre tendo como norte o direito constitucional a moradia (art. 6º da CF/88), como também o princípio da dignidade da pessoa humana”, argumenta.