O Tribunal de Justiça de Goiás suspendeu, por meio de decisão liminar, o Edital de Chamamento Público nº 003/2025, publicado pela Prefeitura de Goiânia para o credenciamento de médicos na rede municipal de saúde. A determinação é do juiz William Fabian, da 4ª Vara da Fazenda Pública Municipal, após ação ajuizada pelo Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego). A decisão mantém todos os contratos firmados anteriormente, com os valores originais.

Na ação, o Simego apontou irregularidades como a redução da remuneração dos médicos. O sindicato chegou a apontar queda de 35% dos valores recebidos pelos profissionais da saúde. O sindicato também destacou que, no caso dos médicos generalistas com jornada de 20 horas semanais, a remuneração prevista caiu de R$ 10,5 mil para R$ 8 mil, uma redução de cerca de 23%.

A diretora administrativa do Simego, Sheila Suárez Ferro Lustosa, destacou que o próprio magistrado reconheceu que a manutenção dos valores atuais não causa prejuízo à administração pública. “O juiz enfatizou que manter a remuneração atual não prejudica a Prefeitura. Pelo contrário, garante segurança jurídica e estabilidade ao serviço prestado. Para nós, isso representa uma vitória significativa e mostra que o Cimego está atento, atuando de forma técnica e jurídica para impedir a precarização da remuneração médica”, afirmou.

Ainda foi levantado pelo setor a equiparação indevida de titulações — admitindo profissionais sem o Registro de Qualificação de Especialidade (RQE) para vagas que exigiam a certificação —, e condições contratuais consideradas abusivas, como jornadas de até 24 horas contínuas, metas excessivas de produtividade e possibilidade de remoção sem aviso prévio.

Um dos pontos reconhecidos pela Justiça foi a ausência de aprovação do novo modelo de remuneração pelo Conselho Municipal de Saúde. De acordo com a decisão, a legislação federal e normas do Tribunal de Contas dos Municípios exigem que qualquer tabela de valores para credenciamento de serviços de saúde seja obrigatoriamente apreciada e aprovada pelo Conselho. No caso do edital suspenso, não foi comprovada essa submissão prévia, o que, segundo o juiz, caracteriza um vício formal insanável.

O procurador do município Wandir Allan contou que vai recorrer da decisão por meio de agravo de instrumento junto ao Tribunal de Justiça. Segundo o procurador, o edital já havia recebido parecer favorável antes mesmo de ser publicado. “Antes da publicação do edital, eu fiz um parecer dizendo que era possível estabelecer valores distintos da tabela aprovada pelo Conselho Municipal de Saúde, desde que houvesse justificativa técnica para isso”, explicou.

Ele destacou ainda que essas justificativas constam formalmente no processo. “A Secretaria de Saúde trouxe os parâmetros de valores, os preços praticados em outros municípios, inclusive na região metropolitana, além das limitações orçamentárias. Esse valor não saiu do nada, nem da ideia do secretário”, afirmou.

Wandir Allan ainda destacou que vai “demonstrar os danos decorrentes dessa suspensão, porque estamos falando de dois valores em confronto: de um lado, o interesse patrimonial de quem está sendo remunerado, e do outro, a saúde pública, que precisa da contratação de médicos para manter e ampliar a rede de atendimento”.

O magistrado ressaltou ainda que a redução dos valores, sem motivação técnica e econômica adequada, pode violar princípios constitucionais da razoabilidade, eficiência e motivação dos atos administrativos. Para a Justiça, valores incompatíveis com o mercado tendem a provocar a saída de profissionais qualificados, colocando em risco a continuidade dos serviços de saúde prestados à população.

Com isso, a Justiça determinou a suspensão integral do Edital nº 003/2025 e de todos os atos decorrentes, proibindo novas contratações, homologação do certame e o descredenciamento de médicos vinculados ao edital anterior. O município de Goiânia também foi obrigado a manter todos os contratos firmados pelo Edital nº 006/2024, com as condições originais, até nova decisão judicial ou a republicação de um edital que cumpra todas as exigências legais.

Justiça suspende novo credenciamento de médicos da Prefeitura de Goiânia

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Edital

Um ex-funcionário da Prefeitura de Formosa, no Entorno do Distrito Federal (DF), dois médicos e um empresário se tornaram réus em uma ação que apura o desvio de R$ 700 mil durante a pandemia de Covid-19. A denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO) foi aceita pela Justiça, que também determinou o sequestro de bens dos acusados para garantir o ressarcimento do valor.&nbsp;

O caso foi divulgado pelo órgão na última segunda-feira (10). Os réus são: o ex-funcionário Leonardo Cândido Martins Bonini, os médicos Rafael Magacho Vinícius dos Santos Silva e Bernardo Magacho dos Santos Silva, e o empresário Humberto de Alencastro Costa Ferreira.

O POPULAR não conseguiu localizar a defesa deles até a última atualização desta reportagem.

<ul>
	<li>Veja prints da denúncia na reportagem da TV Anhanguera:&nbsp;<a href="https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/justica-aceita-denuncia-do-ministerio-publico-contra-ex-procurador-geral-de-formosa-14090075.ghtml" target="_blank">Justiça aceita denúncia do Ministério Público contra ex-procurador geral de Formosa</a></li>
</ul>

Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou que as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos são apuradas em sigilo (leia na íntegra ao final da reportagem).

Segundo o MPGO,&nbsp;Leonardo&nbsp;Bonini era procurador do município. Porém, a Prefeitura de Formosa disse ao POPULAR que ele&nbsp;prestava assessoria jurídica e não era procurador.&nbsp;A reportagem pediu mais esclarecimentos à gestão municipal e aguarda retorno.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/avestruz-master-relembre-historia-de-empresa-que-causou-prejuizos-de-r-1-bilh-o-a-mais-de-40-mil-pessoas-1.3333527" target="_self">Avestruz Master: relembre história de empresa que causou prejuízos de R$ 1 bilhão a mais de 40 mil pessoas</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/homem-que-dirigia-mercedes-e-matou-vigia-na-go-020-n-o-vai-mais-a-juri-popular-1.3333718" target="_self">Homem que dirigia Mercedes e matou vigia na GO-020 não vai mais a júri popular</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/politica/tj-go-condena-samuel-almeida-por-improbidade-na-ac-o-contra-o-padre-luiz-1.3333705" target="_self">TJ-GO condena Samuel Almeida por improbidade na ação contra o padre Luiz</a></div>

Segundo o MPGO, o esquema ocorreu em 2020 para fraudar uma licitação e superfaturar a compra de testes de Covid-19. Os médicos Rafael e Bernardo, por meio da empresa Magacho Exportação &amp; Importação Ltda., buscaram vender os kits para diferentes prefeituras. Em Formosa, o contato foi intermediado pelo empresário Humberto, que apresentou a dupla ao então procurador Leonardo, dando início à fraude.

Conforme o promotor de Justiça Douglas Chegury, o grupo se organizou para direcionar a licitação antes mesmo de o processo ser oficialmente aberto. Leonardo Bonini teria negociado o recebimento do dinheiro para garantir que a empresa dos médicos vencesse a concorrência.

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A denúncia afirma que o primeiro contato ocorreu em 13 de maio de 2020, um dia antes da instauração do processo licitatório. Para dar uma aparência de legalidade à dispensa de licitação, os réus teriam apresentado orçamentos falsos de três empresas inexistentes.

A investigação concluiu que todo o procedimento foi conduzido por Leonardo, que, ao final, emitiu um parecer jurídico para validar as irregularidades. A entrega dos primeiros 5 mil kits foi feita por Humberto diretamente ao então procurador.

Nota Cremego (12/11/25)

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) esclarece que todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos, recebidas pelo Cremego ou das quais toma conhecimento, são apuradas e tramitam em sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico.

Ex-funcionário da Prefeitura de Formosa e médicos viram réus por desvio de verba da Covid-19

DENÚNCIA

Do coração do Brasil, vemos todos os dias um estado que pulsa com inovação e excelência. Goiás não apenas cresceu, mas se consolidou como um polo de saúde de referência nacional, atraindo pacientes de todos os cantos do país em busca de cuidado, tecnologia e esperança. Esse protagonismo é fruto do trabalho incansável, da coragem e do pioneirismo de uma classe médica que sempre esteve à frente do seu tempo — e que, com conhecimento e sensibilidade, faz a diferença na vida de milhares de pessoas.

Nossos médicos e médicas carregam em seu DNA um espírito desbravador. Eles não se contentam em seguir protocolos; eles os aprimoram, revisitam e recriam. Estão em constante sintonia com o que há de mais avançado na medicina mundial, trazendo para o Centro-Oeste tecnologias e práticas que antes pareciam restritas aos grandes centros. Cirurgias robóticas, terapias personalizadas, medicina de precisão e abordagens integradas de cuidado são apenas alguns exemplos do quanto Goiás tem evoluído, mostrando que excelência em saúde também se faz aqui.

É um orgulho testemunhar essa dedicação que eleva o nome do estado e o posiciona como referência em diversas especialidades — da neurologia à oncologia, da cardiologia à medicina intensiva. Atrás de cada conquista há profissionais que acreditam que inovar é, antes de tudo, cuidar melhor.

Ainda sob o esteio do Dia do Médico, o convite é para olhar além do jaleco e enxergar o ser humano por trás da função. Por trás de cada diagnóstico preciso e de cada procedimento bem-sucedido, existe uma trajetória de sacrifício e entrega. Uma jornada que começa ainda na juventude, com anos de estudo, e que nunca se encerra, porque a medicina é uma ciência em constante transformação. São incontáveis as horas dedicadas à atualização, os plantões que atravessam madrugadas e os momentos em família que são adiados em nome de um propósito maior: salvar vidas.

Essa dedicação transcende a profissão e se transforma em missão. Admiramos a resiliência desses homens e mulheres que, mesmo diante do cansaço, encontram forças para oferecer não apenas conhecimento técnico, mas também uma palavra de alívio, um gesto de empatia, um olhar de humanidade. Eles se desdobram em múltiplos papéis: são cientistas, professores, gestores, pesquisadores — e, acima de tudo, guardiões da vida.

Todo esse destaque vai além do reconhecimento pela competência. É um agradecimento profundo pela entrega, pela coragem de enfrentar desafios diários e pela escolha de um caminho que exige tanto e devolve, em troca, a satisfação incomparável de transformar destinos. A força da medicina em Goiás é o reflexo direto da força de quem a pratica com amor, ética e compromisso.

Não são super-heróis nem super-heroínas — são pessoas reais, de carne e osso, que conjugam o verbo cuidar em toda a sua plenitude. Muito obrigado, médicos e médicas, por cada vida tocada, por cada gesto de esperança e por manterem aceso o propósito maior da medicina: servir à vida.

Jayme Ferraz, economista, com MBA em finanças e custos. Diretor da Kora Saúde em Goiás e atua à frente do Instituto de Neurologia de Goiânia e do Hospital Encore

Os artigos publicados não refletem a opinião de O POPULAR. Sua publicação obedece ao propósito de estimular e fomentar a diversidade e o debate de temas locais, nacionais ou mundiais.

A humanidade por trás do jaleco

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Jayme Ferraz

Os médicos credenciados ao Departamento Estadual de Trânsito do Estado de Goiás (Detran-GO) paralisaram o atendimento novamente desde quinta-feira (21), desta vez, por período indeterminado para o encerramento. Ao POPULAR, o Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) informou, em nota, que os profissionais reivindicam a reposição de perdas inflacionárias ocorridas nos últimos nove anos em suas remunerações, além de melhores condições de trabalho.&nbsp;

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O sindicato afirmou que essa terceira paralisação, todas anunciadas dentro de um pouco mais de um mês, foi deliberada uma vez que os gestores responsáveis pelo Detran-GO e Governo de Goiás “não se dignaram a apresentar respostas e nem atenderam as reivindicações apresentadas”.&nbsp;

Por último, o Simego informou que os atendimentos da Junta Médica e Junta Técnica da autarquia serão mantidos para preservar a continuidade do serviço para os casos considerados como inadiáveis, em conformidade com a lei (veja a nota completa no final da matéria).&nbsp;

Em nota, o Detran-GO disse ao POPULAR que os médicos reivindicam reajuste no valor dos exames médicos pagos diretamente pelos candidatos, e que a proposta provocará aumento no valor final da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), que já custa entre R$ 2,5 mil e R$ 5 mil.&nbsp;&nbsp;

Também mencionou que acionou o Ministério dos Transportes e a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) para discutir alternativas que reduzam o custo da CNH. Acrescentou que mantém diálogo aberto com as entidades representativas da categoria e informou que “mesmo com carga horária reduzida, de seis horas diárias ou quatro horas e meia nas unidades Vapt Vupt, há profissionais que chegam a faturar até R$ 38 mil por mês, somando R$ 228 mil apenas no primeiro semestre de 2025”.&nbsp;

O Detran-GO anunciou que está sendo adotada uma série de medidas para minimizar os impactos à população enquanto ocorre a paralisação. Entre elas, a manutenção do atendimento na unidade Padrão Vapt Vupt, instalada na sede localizada na Cidade Jardim, em Goiânia.&nbsp;

Também está em vigor desde a última paralisação uma portaria que trata da distribuição dos exames que deixará de ser direcionada às unidades do Detran-GO, deixando o usuário livre para escolher a clínica que melhor lhe atender (veja a nota completa no final da matéria).&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/medicos-credenciados-ao-detran-anunciam-nova-paralisac-o-nos-atendimentos-1.3294320" target="_blank">Médicos credenciados ao Detran anunciam nova paralisação nos atendimentos</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/medicos-credenciados-ao-detran-paralisam-atendimento-e-pedem-melhores-condic-es-de-trabalho-1.3288518" target="_blank">Médicos credenciados ao Detran paralisam atendimento e pedem melhores condições de trabalho</a></div>

<h2>Paralisações anteriores</h2>

Na <a href="http://opopular.com.br/cidades/medicos-credenciados-ao-detran-anunciam-nova-paralisac-o-nos-atendimentos-1.3294320" target="_blank">última paralisação</a>, realizada a partir do dia 30 de julho, o anúncio é que os atendimentos estariam comprometidos por 72 horas. A reivindicação era que “os médicos credenciados ao Detran-GO enfrentam jornadas extenuantes e remuneração cada vez mais aviltante e defasada, sem qualquer garantia trabalhista ou previdenciária".&nbsp;

No último 15 de julho, o Simego havia anunciado a <a href="http://opopular.com.br/cidades/medicos-credenciados-ao-detran-paralisam-atendimento-e-pedem-melhores-condic-es-de-trabalho-1.3288518" target="_blank">primeira paralisação das atividades</a>, que teve duração de 48 horas e terminou no dia 17. De acordo com o sindicato, a decisão foi tomada porque as reivindicações dos médicos não foram atendidas pelo Detran e pelo governo do estado.&nbsp;

Anteriormente, o Simego disse ao POPULAR que a ação era resultado de um movimento legítimo e democrático e começou após tentativas frustradas de comunicação com o governo de Goiás e com o Detran, que, segundo eles, permaneceram insensíveis às suas demandas.&nbsp;

<h2>Nota do Simego</h2>

O Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás – SIMEGO, no uso de suas atribuições legais e estatutárias, informa a toda a sociedade goiana que haverá paralisação dos atendimentos realizados pelos médicos credenciados perante o Departamento Estadual de Trânsito do Estado de Goiás (DETRAN-GO), a partir das 00:00 (zero) hora do dia 21 de agosto de 2025 (Quinta-Feira), por período indeterminado, sendo esta deliberação tomada em Assembleia Geral Extraordinária Permanente realizada no dia 14 de agosto do ano em curso,&nbsp; uma vez que os gestores responsáveis pelo Departamento Estadual de Trânsito do Estado de Goiás e o Governo do Estado de Goiás, não se dignaram a apresentar respostas e nem atenderam as reivindicações apresentadas. Os médicos reivindicam a reposição de perdas inflacionárias ocorridas nos últimos 9 (nove) anos e melhores condições de trabalho. Os atendimentos da Junta Médica e Junta Técnica do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás serão mantidos para preservar a continuidade do serviço para os casos considerados como inadiáveis, conforme a lei determina.

Goiânia, 16 de agosto de 2025.

Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás – SIMEGO

Franscine Leão - Presidente

<h2>Nota do Detran-GO</h2>

O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) informa que, diante da paralisação anunciada por médicos a partir de quinta-feira (21 de agosto), está sendo adotada uma série de medidas para minimizar os impactos à população. Entre elas a manutenção do atendimento na unidade Padrão Vapt Vupt, instalada na sede da autarquia na Cidade Jardim, em Goiânia, e&nbsp; já está em vigor&nbsp; desde a última paralisação, uma portaria que trata da distribuição dos exames que deixará de ser direcionada (randômica ) deixando o usuário livre para escolher a clínica que melhor lhe atender.

Os profissionais reivindicam reajuste no valor dos exames médicos pagos diretamente pelos candidatos. No entanto, o Detran-GO é contrário à proposta, por entender que o aumento impactará diretamente o valor final da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), que já custa entre R$ 2.500 e R$ 5.000.

O Detran-GO reitera que sua resistência em autorizar reajustes nos valores dos exames visa exclusivamente, proteger o cidadão. A autarquia entende que o processo de habilitação é, muitas vezes, a principal porta de acesso ao mercado de trabalho no seu primeiro emprego, cidadania, inclusão&nbsp; e à mobilidade social. Por esse motivo, inclusive, já acionou o Ministério dos Transportes e a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) para discutir alternativas que reduzam o custo da CNH.

A autarquia mantém diálogo aberto com as entidades representativas da categoria, que foram recebidas diversas vezes pela Presidência ao longo dos últimos meses. Atualmente, o cidadão paga diretamente ao médico o valor de R$ 90 por exame. Mesmo com carga horária reduzida — seis horas diárias ou quatro horas e meia nas unidades Vapt Vupt — há profissionais que chegam a faturar até R$ 38 mil por mês, somando R$ 228 mil apenas no primeiro semestre de 2025.

Médicos credenciados ao Detran paralisam atendimento novamente

PROTESTO

WEBSTORIES: Médicos credenciados ao Detran anunciam nova paralisação nos atendimentos

Os médicos credenciados ao Departamento Estadual de Trânsito do Estado de Goiás (Detran-GO) anunciaram uma nova paralisação nos atendimentos a partir da meia-noite desta quarta-feira (30). Conforme anúncio feito pelo Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás&nbsp;(Simego), a paralisação terá duração de 72 horas, encerrando às 24h de sexta-feira (1°).&nbsp;

Em nota enviada ao POPULAR, o Simego ressaltou "que os médicos credenciados ao Detran-GO enfrentam jornadas extenuantes e remuneração cada vez mais aviltante e defasada, sem qualquer garantia trabalhista ou previdenciária".

O sindicato reafirmou ainda que a paralisação foi deliberada de forma justa e legítima, "seguindo todos os preceitos legais e constitucionais que asseguram o direito de greve, com manutenção de atendimentos prioritários e urgentes, e permanecerá como instrumento de pressão até que o Detran-GO apresente soluções reais e concretas para a devida valorização da categoria"&nbsp;(leia na íntegra ao final da matéria).

Também em nota enviada ao POPULAR, o Detran informou que os profissionais reivindicam reajuste no valor dos exames médicos e psicológicos, pagos diretamente pelos candidatos. No entanto, "é contrário à proposta, por entender que o aumento impactará diretamente o valor final da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), que já custa, em média, R$ 3 mil."

Ainda de acordo com o departamento, para minimizar os impactos à população, o órgão irá fazer a manutenção do atendimento na unidade Padrão Vapt Vupt, na sede na Cidade Jardim, em Goiânia, além de uma Portaria para tratar da distribuição dos exames que deixará de ser direcionada nesse período, "deixando o usuário livre para escolher a clínica que melhor lhe atender" (leia na íntegra ao final da matéria).

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/medicos-credenciados-ao-detran-paralisam-atendimento-e-pedem-melhores-condic-es-de-trabalho-1.3288518" target="_self">Médicos credenciados ao Detran paralisam atendimento e pedem melhores condições de trabalho</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/justica-determina-fim-da-greve-dos-servidores-da-ueg-1.3287124" target="_self">Justiça determina fim da greve dos servidores da UEG</a> 
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Segundo informações do Simego, o movimento se dá após deliberação tomada em assembleia realizada do último dia 21 de julho, “uma vez que o Governo do Estado de Goiás não se dignou a apresentar respostas diante da solicitação de reunião e nem atenderam as reivindicações apresentadas.”&nbsp;

De acordo com o sindicato, os médicos reivindicam a reposição de perdas inflacionárias ao longo dos últimos oito anos, além de melhores condições de trabalho. Segundo a categoria, os atendimentos classificados como inadiáveis serão mantidos, conforme a lei determina.&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3294450" attr-version="policy:1.3294450:1753922108" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3294450" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3294450', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3294450">WEBSTORIES: Médicos credenciados ao Detran anunciam nova paralisação nos atendimentos (1.3294450)</a></div>

<h2>Primeira paralisação</h2>

No último 15 de julho, o Simego havia anunciado as <a href="https://opopular.com.br/cidades/medicos-credenciados-ao-detran-paralisam-atendimento-e-pedem-melhores-condic-es-de-trabalho-1.3288518" target="_self">paralisações das atividades de seus médicos</a>,&nbsp;que teve duração de 48 horas e terminou no dia 17. De acordo com o sindicato, a decisão foi tomada porque as reivindicações dos médicos não foram atendidas pelo Detran e pelo governo do estado.&nbsp;

Anteriormente, o Simego disse ao POPULAR que a ação era resultado de um movimento legítimo e democrático e começou após tentativas frustradas de comunicação com o governo de Goiás e com o Detran, que, segundo eles, permaneceram insensíveis às suas demandas.&nbsp;

<h2>Nota do Simego&nbsp;</h2>

O Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (SIMEGO) vem a público repudiar veementemente o comunicado emitido pelo Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (DETRAN-GO) acerca da paralisação de 72 (setenta e duas) horas deliberada pelos médicos credenciados perante aquele órgão, programada para ocorrer entre os dias 30 de julho e 1º de agosto de 2025.

Em primeiro lugar, é inadmissível que uma autarquia estadual ameace profissionais que, de forma legítima, democrática, respaldada em lei e na Constituição Federal, deliberaram por deflagrar um movimento reivindicatório do qual decorreu a deliberação de paralisação momentânea dos atendimentos aos usuários do DETRAN-GO com duração limitada e objetivo claro: a recomposição inflacionária das remunerações dos exames médicos, os quais se encontram defasados há mais de nove anos. Tal postura revela não apenas desrespeito à categoria, mas também um evidente viés intimidatório, incompatível com o papel institucional do DETRAN-GO.

A alegação de que o órgão mantém diálogo aberto com as entidades representativas não corresponde à realidade. Nos últimos dois anos, o SIMEGO foi convocado para apenas quatro reuniões com a diretoria do DETRAN-GO, sendo uma delas realizada neste mês, justamente para tentar evitar a deflagração do movimento. Fora dessas ocasiões, os inúmeros pedidos formais de diálogo feitos pelo sindicato representante dos médicos foram ignorados.

Vale ressaltar que os médicos credenciados ao DETRAN-GO enfrentam jornadas extenuantes e remuneração cada vez mais aviltante e defasada, sem qualquer garantia trabalhista ou previdenciária.

É falacioso, ainda, argumentar que a recomposição dos valores pagos aos exames teria impacto insustentável sobre o custo final da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O DETRAN-GO ignora que o valor atual (R$ 90,00 por exame médico) está muito abaixo da média praticada em diversos Estados da Federação e sequer acompanha a inflação acumulada no período e nem os reajustes anuais dos valores das tarifas cobradas pelo órgão. A recomposição de perdas inflacionárias pleiteada visa apenas corrigir uma defasagem histórica, sem gerar distorções e garantir que os profissionais continuem prestando serviços com qualidade e dignidade.

Por todo o exposto, o SIMEGO reafirma que a paralisação foi deliberada de forma justa e legítima, seguindo todos os preceitos legais e constitucionais que asseguram o direito de greve, com manutenção de atendimentos prioritários e urgentes, e permanecerá como instrumento de pressão até que o DETRAN-GO apresente soluções reais e concretas para a devida valorização da categoria.

O sindicato segue aberto ao diálogo, mas não aceitará ameaças nem a desinformação como respostas a reivindicações justas e fundamentadas.

Goiânia, 30 de julho de 2025

<h2>Nota do Detran&nbsp;</h2>

O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) informa que, diante da paralisação anunciada por médicos e psicólogos credenciados, programada para ocorrer de quarta-feira (30/07) a sexta-feira (01/08), está sendo adotada uma série de medidas para minimizar os impactos à população. Entre elas a manutenção do atendimento na unidade Padrão Vapt Vupt, instalada na sede da autarquia na Cidade Jardim, em Goiânia, e a elaboração de uma Portaria que trata da distribuição dos exames que deixará de ser direcionada nesse período, deixando o usuário livre para escolher a clínica que melhor lhe atender.

Os profissionais reivindicam reajuste no valor dos exames médicos e psicológicos, pagos diretamente pelos candidatos. No entanto, o Detran-GO é contrário à proposta, por entender que o aumento impactará diretamente o valor final da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), que já custa, em média, R$ 3 mil.

O Detran-GO reitera que sua resistência em autorizar reajustes nos valores dos exames visa, exclusivamente, proteger o cidadão. A autarquia entende que o processo de habilitação é, muitas vezes, a principal porta de acesso ao mercado de trabalho e à mobilidade social. Por esse motivo, inclusive, já acionou o Ministério dos Transportes e a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) para discutir alternativas que reduzam o custo da CNH.

A autarquia mantém diálogo aberto com as entidades representativas da categoria, que foram recebidas diversas vezes pela diretoria ao longo dos últimos meses. Atualmente, o cidadão paga diretamente ao médico o valor de R$ 90 por exame. Mesmo com carga horária reduzida — seis horas diárias ou quatro horas e meia nas unidades Vapt Vupt — há profissionais que chegam a faturar até R$ 38 mil por mês, somando R$ 228 mil apenas no primeiro semestre de 2025.

Os psicólogos, por sua vez, recebem R$ 100 por atendimento, também pagos diretamente pelos candidatos. Em Aparecida de Goiânia, por exemplo, um profissional recebeu R$ 19 mil nos últimos seis meses. Ressalta-se que esses profissionais são credenciados, não exclusivos do Detran-GO, podendo estabelecer sua própria carga horária.

A média diária de exames médicos no Estado é de 1.958, sendo 485 em Goiânia. As unidades do Detran-GO contam com infraestrutura adequada e climatizada para realização dos atendimentos. Quando o atendimento é feito nas clínicas credenciadas, a infraestrutura deve ser proporcionada pelos empresários.

Diante da paralisação, para garantir o atendimento à população serão adotadas as seguintes medidas:

1. Ações imediatas:

&nbsp; &nbsp; • Suspensão da distribuição automática e randômica (direcionada) de exames. 
&nbsp; &nbsp; • Liberação para que os candidatos possam realizar exames em qualquer clínica credenciada, independentemente do município de residência. 
&nbsp; &nbsp; • Validação administrativa dos exames feitos durante o período da paralisação, inclusive juntas médicas.

2. Mitigação de impactos operacionais:

&nbsp; &nbsp; • Levantamento emergencial da capacidade de atendimento de clínicas e profissionais ativos. 
&nbsp; &nbsp; • Estímulo à ampliação voluntária da carga horária de profissionais que não aderirem à paralisação. 
&nbsp; &nbsp; • Realocação temporária de servidores e reforço no atendimento administrativo em unidades mais demandadas.

3. Aspectos jurídico-regulatórios:

&nbsp; &nbsp; • Apuração de eventuais faltas administrativas por parte de clínicas ou profissionais durante a paralisação. 
&nbsp; &nbsp; • Notificação formal aos respectivos conselhos profissionais (CRM, CRP) e sindicatos. 
&nbsp; &nbsp; • Criação de protocolo institucional para futuras situações semelhantes.

4. Tecnologias e alternativas:

&nbsp; &nbsp; • Desenvolvimento de sistema de agendamento dinâmico, que permita ao cidadão escolher entre os profissionais disponíveis. 
&nbsp; &nbsp; • Ampliação da digitalização de processos para reduzir dependência do atendimento presencial. 
&nbsp; &nbsp; • Estudo de viabilidade para teleavaliações psicológicas em casos emergenciais.

5. Ações pós-greve:

&nbsp; &nbsp; • Monitoramento dos efeitos da paralisação e recomposição gradual do atendimento. 
&nbsp; &nbsp; • Elaboração de relatório interno para diagnóstico e melhoria dos fluxos. 
&nbsp; &nbsp; • Revisão dos critérios de credenciamento e recredenciamento de profissionais, considerando a postura adotada durante movimentos grevistas.