O Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro afirmou nesta quinta-feira (30) que 80 corpos dos mortos na Operação Contenção, contra o Comando Vermelho, já passaram por necropsia desde que eles começaram a chegar no instituto.

O número significa mais da metade dos corpos contabilizados oficialmente pelo governo estadual, que aponta 121 mortes.

Até a noite de quarta (29), seis corpos haviam sido liberados para os sepultamentos. A Polícia Civil afirmou que ainda não há informações sobre o número de identificados.

<ul>
	<li>Veja na TV Anhanguera os goianos que estão entre os mortos na operação: <a href="https://g1.globo.com/go/goias/videos-bom-dia-go/video/goianos-estao-entre-os-mortos-em-megaoperacao-policial-no-rio-de-janeiro-14055118.ghtml" target="_blank">Goianos estão entre os mortos em megaoperação policial no Rio de Janeiro</a></li>
</ul>

A necropsia é feita pela Polícia Civil. Técnicos enviados pelo Ministério Público também acompanham a perícia de maneira independente.

Um posto do Departamento de Trânsito (Detran), no centro do Rio e ao lado do IML, foi colocado como ponto de triagem para as famílias. Os parentes chegam, cadastram as informações pessoais dos mortos, e recebem uma senha antes de fazer o reconhecimento.

Alguns deles têm reclamado da demora para a liberação.

<cite>Eu tenho medo do corpo do meu filho entrar em decomposição. Eu já vi o corpo dele por fotos, mas queria logo reconhecer. Estou confusa porque nossa senha é 96, mas antes chamaram as senhas 101 e 105. Não estamos entendendo", afirmou Fabiana Martins, mãe de Fabian Alves Martins, um dos mortos na operação.</cite>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/policia-do-rio-induziu-confronto-na-mata-e-bope-formou-muro-para-acuar-suspeitos-1.3330260" target="_self">Polícia do Rio induziu confronto na mata e Bope formou 'muro' para acuar suspeitos</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/governo-lula-esta-tentando-criar-narrativa-contra-a-operac-o-afirma-caiado-1.3330258" target="_self">"Governo Lula está tentando criar narrativa contra a operação", afirma Caiado</a>&nbsp; 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/especialistas-criticam-ideia-de-enviar-policiais-goianos-ao-rio-1.3330236" target="_self">Especialistas criticam ideia de enviar policiais goianos ao Rio</a></div>

A família de Fabian é de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo.

O IML do centro foi destacado para o recebimento dos corpos da operação. Os demais casos que não envolvem a ação foram deslocados para o IML de Niterói.

Parentes, principalmente mães, enfrentaram peregrinação no reconhecimento dos corpos após a operação policial da última terça-feira (28).

Em comum, havia a reclamação de supostas irregularidades da polícia, como a falta de socorro aos baleados.

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O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, afirmou em entrevista nesta quarta-feira que, na ausência de perícia, as autoridades utilizam "todo o contexto" para afirmar que os civis mortos eram envolvidos com o tráfico de drogas nos complexos do Alemão e da Penha.

Segundo Santos, o governo estadual se baseia em informações como o horário em que ocorreram as mortes, os locais onde as pessoas estavam e as roupas que elas usavam para chegar a essa conclusão.

<cite>Claro que a gente vai fazer a pesquisa, mas não é um fato se, eventualmente, algum deles não tiver antecedentes criminais, se tornar vítima ou inocente. A história do Rio de Janeiro já mostrou que criminosos, apesar de vasta vida criminosa, não tem antecedentes", afirmou o secretário.</cite>

Mais da metade dos corpos de mortos em operação no Rio passou por perícia no IML

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MEGA OPERAÇÃO

Vídeo Caiado parabeniza operação no Rio

WEBSTORIES: Caiado disponibiliza tropas de Goiás ao governador do Rio de Janeiro após operação contr

A ação que foi promovida pelo governador Cláudio Castro é o tipo de ação que o senhor apoiaria caso fosse presidente?

<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-e-comitiva-de-governadores-devem-ir-ao-rj-oferecer-apoio-a-claudio-castro-apos-megaoperac-o-1.3330138" target="_self">Me solidarizei com ele em rede social</a>, liguei, estarei com ele nesta quinta junto com outros governadores de Estado, por ter agido no sentido de devolver o Rio de Janeiro ao seu povo, tá certo? Merece o reconhecimento de uma atitude que foi pra resgatar ali a ordem, a lei, a liberdade das pessoas não serem chacinadas, como foi uma senhora idosa anteontem, um jovem, as barbáries cometidas lá. Não só eu, mas o Brasil realmente deseja que haja uma independência do cidadão em poder viver nas suas comunidades. Então, aquilo que ele fez foi exatamente cumprindo a função de governador do estado. Se essas ações terão apoio no meu governo, de combate aos faccionados? Terão, até porque já disse que o meu segundo ato (em caso de vitória na disputa à Presidência) vai ser encaminhar um projeto de reconhecimento de terrorista às facções.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/operac-o-policial-no-rio-ultrapassa-carandiru-e-se-torna-a-mais-letal-do-pais-1.3329997" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px;" target="_blank">Operação policial no Rio ultrapassa Carandiru e se torna a mais letal do país</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/quatro-criminosos-de-goias-est-o-entre-os-mortos-em-megaoperac-o-no-rio-de-janeiro-diz-governo-1.3330008" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px;" target="_blank">Quatro criminosos de Goiás estão entre os mortos em megaoperação no Rio de Janeiro, diz governo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-disponibiliza-tropas-de-goias-ao-governador-do-rio-de-janeiro-apos-operac-o-contra-facc-o-criminosa-1.3329897" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px;" target="_blank">Caiado disponibiliza tropas de Goiás ao governador do Rio de Janeiro após operação contra facção criminosa</a></div>

Mas em uma operação como essa, em que morrem centenas de pessoas, está sujeito a morrer pessoas inocentes. Não seria melhor, por exemplo, combater o crime organizado como operações como a Carbono Oculto, que rastreou o dinheiro?

Não. Primeiro, você tá falando duas coisas distintas. Carbono Oculto foi dentro de escritórios, na Faria Lima, né? Eu não sei se tem alguma Faria Lima que tá com drone, com granada, nem com fuzil. Certo? Segundo lugar, não teve nada disso. Você tá falando que atingiu, quais civis foram atingidos? Tiveram quatro civis, nenhum foi a óbito, foram ferimentos leves. E ao mesmo tempo, a polícia fez com que eles se deslocassem, então não tem nada de improviso. Teve uma ação no sentido de deslocá-los para fora da comunidade e o combate se deu dentro de uma mata. Foram eles que lançaram granada e bombas utilizando os drones. Agora, o combate maior foi fora da comunidade, do Complexo do Alemão e da Penha. Tanto é que o projeto foi muito bem estudado, ou seja, a operação foi muito bem estudada, que eles tinham conhecimento que a maior parte dos líderes do Comando Vermelho estariam lá, e também sabiam toda a trajetória que eles iriam percorrer. Então, não teve nada de improviso.

&nbsp;

No discurso dos ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Fernando Haddad (Fazenda), eles citaram as operações de inteligência, de estrangulamento financeiro, que seriam mais assertivas...

Olha, o Lewandowski está, numa situação... Como se diz, talvez a sinceridade disse ali: num desfile do rei, o rei está nu. Eles hoje estão desesperados, porque eles negaram apoio ao Rio de Janeiro. Certo? Hoje ainda o diretor-geral da Polícia Federal comunica que foi informado (da operação). O governador Cláudio Castro fez o pedido dos blindados, o pedido foi negado. Isso tudo documentado. Então, eles estão assim, desesperados, estão tentando criar narrativas que eles não dão o bom exemplo. Veja bem, o Rui Costa foi um dos que estava fazendo esse mesmo comunicado. Por que ele não faz com a Bahia, que tá 100% sequestrada pelo narcotráfico? Hoje, ele é o ministro mais importante do governo, e o governador foi secretário de estado dele. Mas eu vou lhe dizer mais ainda da importância disso. Sabe quantos faccionados do Comando Vermelho de Goiás estão no Rio de Janeiro? Quarenta e sete. Sabe quantos estão? Ou seja, nos que morreram, quantos são de Goiás até agora? Quatro. Chefes de facção. Não é apenas o problema do Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro foi punido por ter ali uma área livre pra bandido. Ali era o resort do crime no Rio de Janeiro, conforme ficou conhecido. E ali não tem apenas criminosos ou faccionados do Rio de Janeiro. Do Brasil todo está lá. Não é um problema só do Rio de Janeiro, (é) de todos nós. Todos nós.

<div attr-cid="policy:1.3329914" attr-version="policy:1.3329914:1761748689" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3329914" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3329914', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3329914">Vídeo Caiado parabeniza operação no Rio (1.3329914)</a></div>

A aprovação da PEC da Segurança voltou a ser colocada como essencial neste cenário. A agilização dela será uma pauta dos governadores, que ainda buscam fazer novas alterações no texto para ampliar o financiamento federal na área? O senhor vai buscar isso?

Bom, já apresentei, não só uma PEC, como também discuto ela em todo momento. A minha, a PEC da Segurança Pública que entendo como sendo, aí sim, uma emenda à Constituição, são ações que deveriam ser incluídas na PEC. Não a PEC do governo federal, porque é pra tirar o comando das polícias dos governadores. Tá certo? Então, a PEC minha eu já apresentei como sugestão ao ministro Lewandowski.

&nbsp;

O senhor pretende mesmo enviar forças policiais goianas para o Rio de Janeiro? Se sim, como que deve funcionar?

Olha, isso foi um sentimento generalizado, não só meu, mas de todos os governadores hoje. Nós tivemos uma videoconferência pela manhã e todos realmente se propuseram a enviar forças para apoiar as forças de segurança do Rio de Janeiro. E nós estaremos com o governador Cláudio Castro pra poder respaldá-lo pela ação que ele promoveu no Rio de Janeiro.

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"Governo Lula está tentando criar narrativa contra a operação", afirma Caiado

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Operação Contenção

O governador Ronaldo Caiado (UB) passou nesta quarta-feira (29) a explorar a operação policial realizada no Rio de Janeiro para reforçar seu principal mote na pré-campanha à Presidência da República e direcionar críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A politização das ações policiais é acompanhada por governadores de oposição ao petista que almejam entrar na disputa pelo Planalto e endossam bandeiras da direita para o combate ao crime organizado.

Os governadores e pré-candidatos de direita e de centro-direita realizaram reunião por videoconferência e decidiram organizar uma comitiva nesta quinta-feira (30) para visita ao Rio de Janeiro. A troca de ataques entre opositores e aliados foi intensificada depois que o governador do RJ, Cláudio Castro (PL) disse ter pedidos de ajuda negados pelo governo federal, em uma entrevista coletiva.

Caiado publicou vídeo em que se solidarizou e parabenizou Castro pela operação. “Essa decisão de enfrentar o crime recebe o aplauso hoje do Brasil todo. O brasileiro não suporta mais conviver com essa total situação de impunidade, onde traficantes e faccionados se acham no direito de privar as pessoas da sua liberdade”, afirmou. o governador disse ter sentido “orgulho” ao ver as tropas nas ruas e repetiu as críticas feitas por Castro ao governo federal.

A publicação do goiano foi feita após o ministro da Justiça e Segurança, Ricardo Lewandowski, desmentir Castro e apontar que a União auxiliou o estado carioca com o que poderia. “Nenhum pedido do governador Cláudio Castro até agora foi negado”, disse o auxiliar de Lula, que ainda negou que as forças federais sejam “coadjuvantes das Polícias Militares e Civis”. Lewandowski alegou intensa atuação do governo federal, com recorde de apreensão de drogas e armas, além de operações de inteligência.

Nesta quarta, Caiado voltou a direcionar críticas ao que chamou de “conivência” do governo federal com a criminalidade. “Quem foi que deixou chegar a esse ponto? Foi exatamente a complacência deles com o crime”, afirmou fazendo referência também às situações nos estados da Bahia e do Ceará.

“O problema no Rio de Janeiro é outro. Desses aí que morreram, até agora tem quatro chefes do Comando Vermelho de Goiás que estavam lá. O Rio de Janeiro passou a ser o abrigo dos faccionados no Brasil. Então, não é justo jogar a responsabilidade sobre o Rio de Janeiro. Tanto é que fizemos uma videoconferência com os governadores e vamos ao Rio de Janeiro levar o apoio e a solidariedade e também ofertar o que ele precisar de forças de segurança”, apontou o governador em entrevista à Rádio Jovem Pan.

A utilização política da megaoperação inclui a apresentação de projeto alternativo de organização administrativa entre os governos estaduais, em contraposição ao discurso do governo federal. O foco é manter a defesa de ações mais enérgicas no combate às facções, com base na plataforma direitista de ampliação da autonomia dos estados e da estrutura policial.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) também aproveitou o episódio para resgatar a declaração de Lula na última semana, quando o petista disse que “traficantes são vítimas dos usuários”. O presidente reconheceu horas depois que a fala foi “mal colocada”. “Uma semana após o presidente afirmar que o traficante é vítima do usuário, e seu ministro da justiça reafirmar ser contra classificar facção como grupo terrorista, isso acontece”, escreveu o mineiro nas redes sociais.

Os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), que também estão entre os nomes citados para disputar a Presidência no ano que vem, ainda não se manifestaram sobre a operação.

Devem integrar a comitiva desta quinta os governadores Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina; Mauro Mendes (União), do Mato Grosso; Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul; Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Ratinho Junior (PSD), do Paraná; e Eduardo Riedel (PP), do Mato Grosso do Sul. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), será representado pela vice-governadora Celina Leão (PP).

A megaoperação das polícias Civil e Militar no Complexo do Alemão e na Penha, na zona norte do Rio, cumpriu mandados de prisão de traficantes do Comando Vermelho, que reagiu com barricadas em vias movimentadas e uso de drones para lançar bombas. Segundo o governo do Rio, durante a ação 121 pessoas morreram, sendo quatro delas policiais, na operação mais letal da história do Estado.

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Discurso

A apresentação da segurança pública como principal mote de Caiado marca a trajetória do governador na pré-campanha desde antes do lançamento do projeto próprio, em abril, em Salvador (BA). Ainda em outubro de 2024, Caiado criticou diretamente o governo federal em um encontro dos governadores no Planalto em que o presidente Lula apresentou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que pretende ampliar a participação do governo federal e a integração das polícias, além de reforçar o Sistema Único de Segurança Pública (Susp).

Na reunião em Brasília há 13 meses, Caiado classificou o texto da proposta como uma tentativa de “usurpação de poder” dos estados. Nesta quarta, o governador retomou o tema em entrevista ao POPULAR sobre a operação no Rio de Janeiro (leia a íntegra na página 9).

O goiano citou a apresentação de um projeto alternativo à PEC da Segurança Pública durante encontro do Fórum Nacional dos Governadores, em Brasília. O texto proposto pelo governador busca garantir a autonomia dos estados para executar políticas públicas na área. “É um absurdo que nós, governadores, sejamos tutelados pelo ministro da Justiça e pelo governo federal, sendo que nós assumimos todos os gastos”, afirmou na época.

Caiado tem aproveitado a repercussão de casos nacionais para se apresentar como alternativa para o eleitorado de direita e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre os exemplos, estão os casos de crítica ao Judiciário na soltura do MC Poze do Rodo, que Caiado caracterizou como “afronta ao cidadão de bem”, e na defesa por mais rigidez na gestão do sistema penitenciário nacional.

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Direita utiliza operação contra traficantes no Rio para ataques

Eleições 2026

Webstories Quatro criminosos de Goiás estão entre os mortos em megaoperação no Rio de Janeiro, diz g

Áreas dominadas pelo Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro têm servido de <a href="https://opopular.com.br/cidades/quatro-criminosos-de-goias-est-o-entre-os-mortos-em-megaoperac-o-no-rio-de-janeiro-diz-governo-1.3330008" target="_self">abrigo para goianos condenados ou processados por crimes violentos</a>, como roubos e homicídios, além de tráfico de drogas. Não é de agora. Em janeiro de 2018, por exemplo, teve grande repercussão na mídia nacional a prisão de Stephan de Souza Vieira, o BH, apontado como uma das lideranças da facção em Goiás, em um condomínio de luxo em Cabo Frio (RJ).

Mais recentemente, em agosto de 2024, William de Jesus Medeiros teria fugido para uma favela carioca, segundo a Polícia Civil, após participar da morte do instrutor de tiros Danilo de Castro Sahium, de 32 anos, em Aparecida de Goiânia. No Rio, Willinha, como é conhecido, se encontraria com Jackton Fabriny Freitas Medeiros, faccionado do CV em Goiás que já se encontrava foragido por lá havia mais tempo. A ordem de matar o instrutor, segundo a Polícia Civil, teria partido de Jackton.

Stephan ficou pouco tempo escondido no Rio. Ele escapou em novembro de 2017 da Colônia Penal Agrícola, no Complexo Prisional de Aparecida, e foi localizado em uma vida de luxo, com direito à vista para o mar e carro possante, dois meses depois. Na época, as investigações apontavam que a escolha da cidade se deu mais por parte dele do que pela facção, que, segundo as autoridades fluminenses, prefere levar “hóspedes” para as comunidades sob seu controle nos morros, como a Rocinha.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/quatro-criminosos-de-goias-est-o-entre-os-mortos-em-megaoperac-o-no-rio-de-janeiro-diz-governo-1.3330008" target="_self">Quatro criminosos de Goiás estão entre os mortos em megaoperação no Rio de Janeiro, diz governo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/operac-o-policial-no-rio-ultrapassa-carandiru-e-se-torna-a-mais-letal-do-pais-1.3329997" target="_self">Operação policial no Rio ultrapassa Carandiru e se torna a mais letal do país</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-e-comitiva-de-governadores-devem-ir-ao-rj-oferecer-apoio-a-claudio-castro-apos-megaoperac-o-1.3330138" target="_self">Caiado e comitiva de governadores devem ir ao RJ oferecer apoio a Cláudio Castro após megaoperação</a></div>

Quando foi recapturado, Stephan era conhecido por causa de rebeliões no sistema prisional em 2017, em uma disputa contra detentos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que expandia sua influência para outros Estados além de São Paulo. Em fevereiro de 2020, o advogado goiano Emerson Thadeu Vita, que chegou a defender Stephan e outros acusados de envolvimento com o CV, foi encontrado morto em um apartamento no Cachambi, bairro do Rio de Janeiro.

Um goiano acusado de tráfico de drogas e outros crimes foi preso em janeiro de 2022 em uma comunidade no morro do Turano, no Rio de Janeiro. A prisão chegou a ser divulgada pela Polícia Civil de Goiás, mas não ganhou repercussão na mídia local. O nome dele não foi divulgado. Segundo o informativo divulgado na época, a presença dele no morro já era de conhecimento das forças de segurança goianas desde outubro de 2021. A prisão foi feita pela Polícia Civil fluminense.

Em março do ano passado, Douglas Alves Machado, o Cara de Cavalo, foi preso na praia de São Conrado, na zona sul do Rio de Janeiro. Ele estava foragido havia sete meses, quando rompeu a tornozeleira e fugiu para a capital carioca, onde se escondeu na favela da Rocinha, sob o controle do CV. De lá, segundo a Polícia Civil, ele chegou a controlar o tráfico no Setor Campinas, em Goiânia, inclusive autorizando a morte de desafetos. Ele é suspeito de ao menos 11 assassinatos.

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Nove meses depois, outro suposto faccionado do CV em Goiás foi detido na Rocinha: Kaio César Alves Ferreira, o Barney ou Tio K. Ele era procurado havia quatro anos, após também romper tornozeleira eletrônica. Segundo a Polícia Civil, Kaio é traficante e teria encomendado a morte de 17 pessoas em Goiás. Os homicídios que ele ordenou foram cometidos entre 2015 e 2020, enquanto estava detido na Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG), em Aparecida de Goiânia.

A presença de Kaio como “hóspede” do CV na Rocinha já era de conhecimento das forças de segurança do Rio desde 2023. Reportagem publicada pelo jornal O Globo, em janeiro do ano passado, sobre uma taxa cobrada pela facção para abrigar traficantes de outros Estados, cita o nome do goiano e diz que a cobrança variava de R$ 50 mil a R$ 100 mil por mês. Reportagens mais recentes da mídia nacional falam de pagamentos mensais que vão de R$ 300 mil a R$ 1 milhão.

Na operação que resultou na prisão de Kaio, foi morto o chefe de segurança de John Wallace da Silva Viana, o Johnny Bravo, apontado como chefe do tráfico na Rocinha e um dos responsáveis pelo esquema de hospedagem na favela. Desde 2024, reportagens publicadas pela imprensa nacional tem dado destaque para a presença de traficantes de outros Estados nas favelas sob controle do CV, o que estaria preocupando lideranças da facção, se não fosse pelo lucro com esse tipo de negócio.

O nome de Kaio também apareceu em uma lista divulgada seis meses antes da prisão, pelo Disque Denúncia, um serviço conduzido pelo governo fluminense, com a foto de quatro goianos procurados nas favelas sob o crivo do CV: Alessandro Gomes Valadares, o Cascão ou Voadeira; Cléber José Martins, o Escadão; e Marcos Vinicius da Silva Lima, o Rodinha ou MV. Marcos é um dos sete mortos durante a megaoperação das forças de segurança do Rio nesta terça-feira (28).

Não são só faccionados com grau de liderança em Goiás que conseguem se esconder no Rio de Janeiro. De acordo com a Polícia Civil daqui, no caso da morte do instrutor de tiros, William ganhou do mandante do crime a promessa de fuga para a capital carioca e seu batismo na facção. O goiano chegou a preencher, segundo as investigações, um formulário para entrar no CV, indicando que Jackton seria sua “referência”. Nos processos que se encontram na Justiça, as defesas de Stephan, Douglas, Kaio, Jackton e Willian negam todas as acusações envolvendo não só os crimes pelos quais são acusados como qualquer envolvimento com o Comando Vermelho.

<div attr-cid="policy:1.3329914" attr-version="policy:1.3329914:1761748689" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3329914" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3329914', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3329914">Vídeo Caiado parabeniza operação no Rio (1.3329914)</a></div>

Goianos procuram áreas do Comando Vermelho no Rio para se esconder

Operação no RJ

A operação nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, realizada na terça-feira (28), é mais um alerta de que o combate ao crime organizado não pode ser isolado. As facções atuam em todo o território nacional e têm ramificações no exterior.No Rio, mais uma vez, uma facção demonstrou grande poder de fogo, com uso intensivo de armamento tipicamente militar — como fuzis — e até drones capazes de lançar granadas.É preciso, ainda, discutir a metodologia e a eficácia dessas incursões. Não é a primeira vez — e tudo indica que não será a última — que o resultado é uma pilha de corpos. A contagem já ultrapassava 120 até o início da noite de ontem, sem qualquer esperança de que a segurança da população tenha alguma melhora.As facções estão presentes em todos os estados. Em Goiás, inclusive, como bem demonstraram a operação Carbono Oculto e a recente ação do Ministério Público em parceria com a Polícia Penal do estado, em presídios goianos.Já passou da hora de os agentes públicos deixarem de lado as diferenças políticas e se unirem para combater aquele que é o principal mal da segurança pública no Brasil. Para enfrentar o crime organizado, governo federal e estados devem agir juntos.