Ao menos cinco homens que moram na mesma comunidade onde Danilo de Sousa Silva, de 7 anos residia, foram até a Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH) nesta quarta-feira (29) para ter o material genético coletado para exame de DNA. A informação foi confirmada por um dos homens submetidos ao procedimento. Danilo foi encontrado morto na última segunda-feira (27) em meio a um lamaçal a cerca de cem metros da casa dele, no Setor Parque Santa Rita, em Goiânia. Ele estava desaparecido havia uma semana. A última pessoa que o viu foi a própria mãe no fim da tarde do dia 21 de julho.“Nos levaram para a delegacia e falaram que era um procedimento padrão e que estavam coletando o material de muitos homens que moram aqui”, relata um dos homens que esteve na delegacia nesta quarta-feira e preferiu não se identificar.O laudo pericial emitido pela Polícia Científica na terça-feira (28) atesta que Danilo morreu por asfixia em lama. Entretanto, foram encontradas manchas no corpo e nas vestes do garoto. Amostras foram coletadas e enviadas para laboratório. O intuito é tentar localizar o DNA de um possível agressor e verificar se houve a prática de agressão sexual.Desde segunda-feira, a DIH realiza diligências e colhe informações de familiares e vizinhos de Danilo. Pelo menos quatro celulares estão apreendidos. Nesta quarta-feira, a polícia foi até a comunidade e moradores foram ouvidos pelos agentes. Alguns deles acabaram conduzidos para a delegacia. Uma mulher relatou ao POPULAR que a polícia fez diversos questionamentos relacionados à rotina de Danilo. “Perguntaram se ele ia muito lá em casa brincar com meus filhos, se a família era cuidadosa com ele e se a gente o tinha visto no dia que ele desapareceu.”Até o momento, a Polícia Civil não forneceu oficialmente mais informações sobre o desenrolar da investigação e comunicou apenas que além de ainda não ter efetuado nenhuma prisão, segue em diligências para tentar elucidar o caso. Em nota, a corporação informou que foi criada uma força-tarefa na DIH, que conta com 20 policiais civis, para investigar as causas e as circunstâncias da morte de Danilo. A corporação comunicou ainda que “tem trabalhado incessantemente, tendo realizado diversas oitivas e outras diligências que seguem sob sigilo” e que entrevistas não serão concedidas pela DIH “com o fito de preservar a investigação, até que esta esteja concluída.”adeusA família de Danilo chegou ao Instituto Médico Legal (IML) nesta quarta-feira por volta das 10 horas com a documentação necessária para a retirada do corpo, que estava no local desde segunda-feira. O enterro foi providenciado pela Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), tendo em vista as condições financeiras da família. O sepultamento ocorreu na parte da tarde, no Cemitério Municipal Vale da Paz.A família estava bastante emocionada e a despedida precisou ser bem rápida, com velório em menos de duas horas, por conta dos protocolos estabelecidos pelas autoridades sanitárias em razão da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2). Cerca de 30 familiares e amigos estiveram no local para acompanhar a despedida.A mãe do menino precisou ser amparada. O padrasto de Danilo também ficou muito emocionado em diversos momentos e chorou bastante. Uma das tias do garoto, Yala Almeida, conta que toda a família ainda está bastante abalada com o ocorrido e que Danilo fará muita falta na convivência familiar. “Ele era um menino muito bom e carinhoso. Amava brincar de jogar bola e de soltar pipa”, emociona-se. (Colaboraram Cristiane Lima e Catherine Moraes)