Os 605 mil usuários do plano de saúde do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo) vão começar o ano novo com mais dificuldade para marcar consultas eletivas, em algumas especialidades. Um grupo de 243 médicos credenciados será afetado por uma nova portaria da autarquia que estabelece o limite de 30 consultas semanais e 120 mensais. Eles atendiam em número bem acima do teto fixado e representam cerca de 10% do total de médicos cadastrados para fazer atendimento pelo plano como pessoa física.As novas regras constam da Portaria Normativa 14-2015, publicada no último dia 16, e passarão a ter efeito a partir de 1° de janeiro. O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) e o sindicato da categoria criticam a medida (leia reportagem nesta página). O Diário Oficial do Estado (DOE) deve divulgar, até a próxima semana, uma retificação para excluir do limite de consultas os médicos credenciados que atuam em áreas que carecem de profissionais, como pediatra, endocrinologista e alergista, de acordo com a assessoria da presidência da autarquia.Sem restriçãoAntes os médicos tinham apenas uma cota mínima para atingir, realizando 60 consultas ao mês, o que, de acordo com o instituto, não era alcançado por todos. O Ipasgo também informa que, por outro lado, houve casos de profissionais que “extrapolavam”, já que atendiam a muitos usuários em grande descompasso com o intervalo de tempo. Em um dos casos, o plano de saúde verificou que um dos credenciados chegou a fazer 600 consultas no mês de outubro.O Ipasgo alega que as novas regras são uma “medida de gestão” e nega qualquer tipo de crise financeira. Destacou que o seu Departamento de Controle de Gestão acompanha, periodicamente, os atendimentos realizados pelos credenciados, uma prática que se fortaleceu ainda mais a partir de 2011, quando veio à tona o número de 302 mil agregados aos titulares do plano de saúde, como divulgou O POPULAR. Na época, o instituto também identificou um usuário com pedido de 161 exames em um dia.Em 2013, o Ispago tomou uma medida contrária e suspendeu o credenciamento de 74 médicos por causa do baixo índice de consultas realizadas por eles. O instituto também informou, na época, que pretendia disciplinar o atendimento ao usuário e oferecer melhor qualidade de serviços. Apesar das novas regras, o plano de saúde ainda promete que a população não será prejudicada. O instituto também admite que há casos de usuários que têm de esperar mais de um mês para fazer consulta eletiva.