Durante mais de dois meses o pequeno Maquir, de 3 anos e 8 meses, paciente com doença hepática gravíssima, foi alvo de um esforço coletivo da equipe multiprofissional do Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) para ser incluído na fila de transplantes de fígado de São Paulo em razão da inexistência do procedimento em Goiás. Filho do meio de uma família venezuelana refugiada, de alta vulnerabilidade social, o garoto já está na capital paulista após mobilização que envolveu a Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), a organização católica Cáritas e a Secretaria de Desenvolvimento Social de São Paulo. Maquir, segundo informações do Hecad, nasceu saudável, mas em abril de 2023 teve um quadro grave de Covid-19 com influenza, culminando numa pneumonia necrotizante, derrame pleural e choque séptico. O garoto chegou ao Hecad em julho deste ano, ficando internado durante 65 dias. Em decorrência das drogas vasoativas, da hemodiálise e de todo o tratamento, desenvolveu hepatomegalia (aumento anormal do volume do fígado), colestase (redução do fluxo biliar) e colangite (inflamação dos ductos biliares). Sem um transplante de fígado, Maquir não tem chance de sobrevivência. “Espero que dê tudo certo para sairmos dessa agonia louca”, comentou a mãe de Maquir, Keilis Naili Oropeza García, antes de embarcar para a capital paulista no sábado (28).