A Mineração Serra Grande, localizada em Crixás, a 322 quilômetros de Goiânia, foi condenada a pagar uma indenização por danos ambientais e a realizar a recomposição in natura da área degradada em razão do lançamento de 344 mil metros cúbicos de rejeitos diretamente no leito do Rio Vermelho. A decisão foi proferida no último dia 4 e o caso se refere a uma ação feita em 1994, ou seja, a condenação saiu 31 anos após o ocorrido, tendo como ré a controladora da mineradora, a multinacional AngloGold Ashanti. O valor da indenização ainda não foi determinado, já que o juízo determinou que a quantia seja correspondente ao dobro da estimada dos custos evitados pela empresa, a ser apurado em sede de liquidação da sentença. Pelos cálculos do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), autor da ação inicial, o valor pode chegar a R$ 26 milhões, e vai ser revertido ao Fundo Estadual de Meio Ambiente. A promotora de Justiça titular de Crixás, Gabriela Paula de Castro, ingressou com a ação de liquidação na última sexta-feira (15) para a apuração do valor. Ela explica que há a necessidade de celeridade na execução da sentença, tanto em razão de minimizar os danos ambientais ocorridos em 1994, quanto para conseguir a penhora do valor de indenização. Isso porque a AngloGold Ashanti anunciou em junho passado um acordo de compra e venda de 100% da Mineração Serra Grande com a canadense Aura Minerals, no valor de US$ 76 milhões.