Uma sala de situação foi criada pelo Ministério da Saúde (MS) para monitorar casos de hepatite aguda infantil de origem desconhecida. Em todo o mundo já existem mais de 200 casos suspeitos e no Brasil, até este sábado (14), 44 casos são acompanhados. Segundo divulgado pela pasta, a proposta é apoiar a investigação de casos da doença notificados em todo Brasil, além de levantar evidências para identificar possíveis causas para a enfermidade.A hepatite de origem desconhecida já acometeu crianças em, pelo menos, 20 países. A doença se manifesta de forma muito severa e não tem relação direta com os vírus conhecidos da enfermidade. Em cerca de 10% dos casos, foi necessário realizar transplante de fígado. Em Goiás, ainda não há registros, mas a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) emitiu um comunicado de risco, a fim de acender o alerta para os sintomas e a necessidade de notificação em casos suspeitos.SintomasDe acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da Organização Mundial de Saúde (OMS) nas Américas e no Caribe, os pacientes com hepatite aguda apresentaram sintomas gastrointestinais, incluindo dor abdominal, diarreia, vômitos e icterícia (quando a pele e a parte branca dos olhos ficam amareladas). Não houve registro de febre.O Ministério da Saúde informou que o tratamento atual busca aliviar os sintomas e estabilizar o paciente se o caso for grave. As recomendações de tratamento devem ser aprimoradas assim que a origem da infecção for determinada. Os pais devem ficar atentos a sintomas como diarreia ou vômito e a sinais de icterícia. Nesses casos, deve-se procurar atendimento médico imediatamente.CasosNa última atualização realizada pela Secretaria de Vigilância em Saúde do ministério (divulgado às 13h30 deste sábado pela Agência Brasil), 44 casos da doença haviam sido notificados no país. Desses, três foram descartados e os demais permanecem em monitoramento. Foi informado que os casos foram reportados nos estados de São Paulo (14), Minas Gerais (7), Rio de Janeiro (6), Paraná (2), Pernambuco (3), Santa Catarina (3), Rio Grande do Sul (3), Mato Grosso do Sul (2) e Espírito Santo (1).O MS informou que a sala de situação foi aberta na sexta-feira (13) e que vai funcionar todos os dias da semana com a participação de técnicos da pasta, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e de especialistas convidados. Além de monitor, os técnicos que atuam na sala vão padronizar informações e orientar os fluxos de notificação e investigação dos casos para todas as secretarias estaduais e municipais de saúde, bem como para os laboratórios centrais e de referência de saúde pública.O que se sabeA hepatite de origem desconhecida já acometeu crianças em, pelo menos, 20 países. A doença se manifesta de forma muito severa e não tem relação direta com os vírus conhecidos da enfermidade. Em cerca de 10% dos casos, foi necessário realizar transplante de fígado.A OMS informou mais de 200 casos até o último dia 29, a maioria (163) no Reino Unido. Houve relatos também na Espanha, em Israel, nos Estados Unidos, na Dinamarca, na Irlanda, na Holanda, na Itália, na Noruega, na França, na Romênia, na Bélgica e na Argentina.A doença atinge principalmente crianças com um mês de vida aos 16 anos. Até o momento, foi relatada a morte de um paciente. Em comunicado divulgado no dia 23 de abril, a OMS disse que não há relação entre a doença e as vacinas utilizadas contra a covid-19 porque a maioria das acometidas não foram vacinadas.Leia também:Hepatite exige atenção aos sinais para evitar complicaçõesCaso de hepatite fulminante causada por chá emagrecedor alerta para cuidados com o fígado