Em meio às polêmicas envolvendo shows custeados com verbas públicas, o Ministério Público de Goiás (MPGO) pediu nesta sexta-feira (10) o fim dos gastos indevidos com evento em Cachoeira Alta, no sudoeste de Goiás. O Juninão do Trabalhador teria apresentação dos Barões da Pisadinha, no dia 18 de junho, além de outras festas com Leonardo, Rionegro e Solimões, entre outros.De acordo com o promotor de Justiça Lucas Otaviano da Silva, ao mesmo tempo que a administração municipal pediu à Câmara empréstimo de R$ 11 milhões para investimentos na cidade, pretende gastar mais de R$ 1,5 milhão com os shows. Por isso, ele pede por meio de uma medida cautelar enviada à Justiça para suspender a vigência e a execução dos contratos com os cantores.“O dinheiro deveria ser usado na compra de terrenos para construção de prédios públicos, reforma de imóveis, recapeamento e pavimentação de vias”, afirma através de texto publicado no site do MPGO. No início das investigações, o prefeito Rodrigo Mendonça contestou as acusações alegando que o evento movimentaria a economia da cidade com as vendas no comércio local.“Ainda que se promova a criação de postos de trabalho por alguns dias, não há como crer que a vultosa quantia despendida pelo poder público gere equivalente retorno econômico à toda a população pagadora de impostos (até aqueles que não se interessam pela festividade), mas tão somente aos artistas contratados, que não residem na cidade”, contradisse o magistrado.PosicionamentoQuestionado sobre a medida cautelar, na manhã deste sábado (11), Rodrigo Mendonça enviou publicações que divulgam eventos em outros municípios e alegou que “nenhum” outro evento em Goiás foi contestado até agora. “Estamos sendo o bode expiatório. Os valores de shows não tem nem atravessadores e foi feito direto com os cantores”, disse.Além disso, o gestor municipal alega que o MPGO está usando valores de 2019 e 2020, sem considerar o mês de realização do evento e a “logística do nordeste com voos fretados”. “Além disso, toda a verba não saiu de nenhuma pasta como educação e saúde e foi coerentemente colocada no orçamento aprovado pela câmara”, ressalta.Por fim, explica que o valor de mais de R$ 1,5 milhão não será usado apenas em um evento, mas em todos os shows que acontecem neste ano. “Aqui fizemos tudo correto para evitar-se problemas na prestação de contas. Eu estou tranquilo quanto a isso, existe lisura em todos os atos”, finaliza. Ao G1 Goiás, os cantores citados disseram não ter conhecimento da investigação da MP.Leia também:- Cachês milionários entram na mira do MP e causam série de cancelamentos de shows- Leonardo se posiciona sobre o uso de verba pública em shows: “Se tirar da saúde, não canto