O Ministério Público de Goiás (MP-GO) quer a instalação de GPS em todas as viaturas da Polícia Militar de Goiás (PM-GO). Para isso, o órgão ajuizou uma ação que foi recebida pela 6º Vara de Fazenda Pública Estadual de Goiânia, na quinta-feira (24). Após o recebimento do documento, a juíza Liliam Margareth da Silva Ferreira solicitou que o Estado apresente sua defesa no prazo de 30 dias.

A Procuradoria-Geral do Estado de Goiás (PGE-GO) informou, neste domingo (26), por meio de nota que "adotará as providências pertinentes quando o Estado de Goiás for citado no processo judicial" (veja a íntegra do comunicado ao final desta reportagem).&nbsp;

Na ação, o coordenador do Grupo de Atuação Especial no Controle Externo da Atividade Policial e na Segurança Pública (Gaesp), Guilherme Vicente de Oliveira, pontuou que foi constatada a falta de um serviço adequado de rastreamento das viaturas pertencentes à frota própria da PM.

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	<li>Assista vídeo da TV Anhanguera sobre esse assunto:&nbsp;<a href="https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/mp-quer-gps-nas-viaturas-da-policia-13791962.ghtml" target="_blank">MP quer GPS nas viaturas da polícia</a></li>
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Assim, segundo uma apuração do MP, na frota da corporação militar apenas os veículos alugados contam com um sistema de monitoramento. Contudo, as demais viaturas próprias da polícia não possuem qualquer tipo de rastreamento instalado. Outra constatação do órgão é que não há qualquer estudo em andamento para viabilizar a implementação desse serviço.

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O coordenador do Gaesp avalia que a situação evidencia a necessidade de aprimorar as políticas públicas voltadas à segurança. Para ele, é fundamental garantir o direito coletivo à segurança pública e cumprir determinações já feitas ao Brasil pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).&nbsp;

Oliveira ressalta que a medida também atenderá aos protocolos da Organização das Nações Unidas (ONU) que orientam a investigação de mortes potencialmente ilegais e a adequada documentação desses casos.

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Íntegra da nota da PGE-GO 
 
Em relação à demanda, a PGE-GO esclarece que adotará as providências pertinentes quando o Estado de Goiás for citado no processo judicial em questão.&nbsp; 
 
PGE-GO – Governo de Goiás 
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Ministério Público quer GPS em todas as viaturas da Polícia Militar de Goiás

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A sequência de casos de feminicídios nas últimas semanas levou mulheres, homens e famílias a se mobilizarem na Praça Universitária, em Goiânia. Por meio de cartazes, gritos de guerra e apresentações artísticas todos se deslocaram até a Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher no centro da capital (Deaem). Os cartazes traziam pedidos de liberdade, segurança e o fim da violência de gênero. O grito uníssono era ‘Mulheres Vivas!’

Entre os discursos falas que pediam maior punição contra agressores, atuação do poder público, mas também conscientização e educação dos homens. A mobilização faz parte de uma ação nacional. Manifestações também ocorreram em outras capitais.&nbsp;

A doutoranda em Antropologia Social da Universidade Federal de Goiás (UFG) e integrante da organização da marcha, Priscila Marília Martins, destacou que, apenas em 2025, mais de mil mulheres já foram assassinadas no Brasil, o que representa uma média de mais de quatro feminicídios por dia. “Isso é uma epidemia, uma chacina de mulheres. A morte não começa no tiro, ela começa na piada, na humilhação, na omissão. Pessoas omissas também têm sangue nas mãos”, afirmou.&nbsp;

Para ela, combater o feminicídio passa, necessariamente, pela educação. “Educação antiviolência não é ideologia, é proteção à vida.”

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A professora e pesquisadora de História da PUC Goiás, Thais Marinho, explicou a dimensão dessa violência. Ela conta que o Brasil está inserido em uma estrutura patriarcal que desumaniza as mulheres, especialmente negras, indígenas e a população LGBTQIAPN+. “A violência contra a mulher não é uma questão privada ou doméstica. É estrutural, pública, política. O Estado precisa encabeçar essa luta, e não se omitir”, afirmou.

Quem trabalha diariamente com casos e histórias de violências de gênero também apresenta relatos. A advogada Maria Thereza Alencastro Veiga, conta que “as mulheres suportam até quando não conseguem mais. Elas precisam aprender a ir embora no primeiro sinal. Ninguém muda ninguém”. No dia a dia do seu trabalho, ela explicou que além de casos de violência física, a presença da violência psicológica e patrimonial é constante.

O movimento que percorreu a Avenida Universitária e cruzou a Rua 24 chamou atenção dos moradores dos prédios que dá janela faziam sinal de apoio. A caminhada também foi espaço de acolhimento e escuta com várias mulheres compartilhando situações de violência constantes no dia a dia.&nbsp;

A arquiteta Lorena Ribeiro, que trabalha em obras cercada majoritariamente por homens, relatou situações constantes de machismo. “Desde adolescente, na rua, no trabalho, em relacionamentos. A gente é diminuída o tempo todo.”&nbsp;

A cineasta, Aline Willik, levou uma cartilha que ensina a identificar os primeiros sintomas de um relacionamento abusivo. Ela falou que a própria história é usada como alerta: “a gente precisa parar de ter medo de existir. E o poder público precisa garantir que as mulheres consigam sair dessas situações com proteção.”

Entre as participantes estava também Aline Alcântara de Assis, auxiliar de atividades educativas da rede municipal, que foi à marcha com as duas filhas, de 4 e 8 anos. “Elas são mulheres. Eu quero mostrar a realidade e ensinar a se defender desde cedo”, disse. Mesmo sem ter vivido diretamente uma situação de violência, Aline afirma que as notícias já são suficientes para gerar medo. “Tenho muito receio de que algo aconteça com elas. Prefiro prevenir. Mesmo pequenas, elas entendem, assimilam, e a gente vai construindo essa consciência.”

De muitas mulheres ouvidas pela reportagem existia unanimidade em cobrar dos homens mais participação e engajamento nessa pauta. Para elas, o silêncio também indica uma posição. O ato contou com a presença deles, a maioria acompanhando esposas e filhas.&nbsp;

O educador ambiental Sávio Salles trouxe os filhos, uma menina e um menino, ele fez questão de levar os dois ao ato. “Eu trouxe meu filho para ele aprender que ouvir as mulheres é importante. A gente pode construir um mundo melhor assim”, afirmou. Para ele, além de apoiar, os homens precisam “melhorar a visão de mundo” e assumir responsabilidade diante da violência.

O professor aposentado da UFG, Fábio Tokarski, fez um apelo direto aos homens. “A maioria dos feminicídios acontece dentro de casa, praticado por maridos e companheiros. O silêncio e a omissão também são posições políticas. Isso virou uma doença no Brasil. Temos que nos indignar e agir.”

O psicólogo Joseleno Santos, coordenador de um fórum de combate à violência sexual contra crianças e adolescentes, pontuou que o controle ainda é uma das principais marcas do comportamento machista. “A ideia de que o homem manda, a mulher obedece, isso vem da cultura, da religião, e segue sendo reproduzido. Desconstruir isso exige universidade, rua, políticas públicas e leis que punam com rapidez.”

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Ato mobiliza centenas em defesa das mulheres em Goiânia

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