Vereadores, entidades e populares voltaram a se reunir na manhã desta terça-feira (4) para a última audiência pública sobre a atualização do Plano Diretor de Goiânia (PDG). O encontro ocorreu após a necessidade de cumprir a decisão judicial da juíza Patrícia Carrijo, dada em dezembro, que exigia respeito ao prazo de 15 dias entre a convocação e a realização da audiência, o que não havia sido cumprido nos encontros realizados no mês passado. O debate desta manhã, no entanto, foi feito de modo semelhante ao das reuniões anteriores, até mesmo com relação aos pedidos de mais prazo para as discussões.A audiência foi a que mais teve participação popular até então, tanto presencialmente na Câmara Municipal quanto pela internet, e logo no início o presidente da Comissão Mista, vereador Cabo Senna (Patriota), deixou claro se tratar da última oportunidade para a população opinar sobre o projeto. As participações tiveram como foco a criação de arranjos produtivos locais e polo econômicos, como para o setor de reciclagem e moveleiro e para o Setor Central. Os principais questionamentos, no entanto, se deram em razão da falta dos mapas anexos ao projeto que estabelecem os eixos de adensamento na cidade e a zona de expansão urbana.A previsão é que o PDG traga a regulamentação da Outorga Onerosa de Alteração de Uso (OOAU), em que se mantém o perímetro urbano atual da cidade, mas cria, nas macrozonas rurais uma área urbanizável. Esta passaria a ser da macrozona urbana se atendesse os critérios técnicos e efetivasse o pagamento de uma taxa para a Prefeitura. A proposta é defendida, por exemplo, pelo advogado Sebastião Ferreira Leite, o Juruna, representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), mas criticada pelo vereador Mauro Rubem (PT) e pela Associação para Recuperação e Conservação do Ambiente (Arca).A Arca e Mauro Rubem também criticaram o aumento das áreas adensáveis que está nos anexos apresentados pela Câmara com relação às emendas propostas em 2020, que aumentaria em até 83% o tamanho de Goiânia em que se pode construir edifícios mais altos e com mais moradores. Mauro apresentou pedido para que as discussões fossem temáticas e com mais tempo. No plenário, vereadores como Léo José (PTB) e Henrique Alves (MDB) defenderam o modelo do novo PDG e de tramitação, lembrando que o projeto está sendo preparado desde 2017. A previsão é que a Comissão Mista vote o relatório final ainda nesta semana.