Atualizada às 18h29minMorreu neste sábado (16), em Goiânia, Jacob Abdalla Rassi, um dos fundadores do primeiro pit-dog da capital. Aos 76 anos, Jacob descobriu um problema cardíaco ao fazer exames de rotina e precisou passar por uma cirurgia delicada no coração, na sexta-feira (15).Após o procedimento, ele foi transferido para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde teve complicações, segundo seu irmão Jorge Rassi, e faleceu. Jacob era aposentado e morava no Jardim Goiás. Ele deixa esposa e três filhas. O velório e sepultamento acontecem na manhã deste domingo (17).O presidente do Sindicato dos Proprietários de Pit Dogs de Goiânia (Sindpit-dog), Ademildo Pereira de Godoy, publicou nota de pesar em uma rede social. "Hoje perdemos uma pessoa muito especial, o senhor Jacob Abdalla Rassi, um dos criadores do primeiro Pit-Dog. Era um homem incrível e trabalhador, que terá o seu legado perpetuado pelos goianos", disse Ademildo.'Petit dog'Jacob e seu irmão, Jorge Rassi, fundaram o primeiro pit-dog de Goiânia, em 1972. Eles se mudaram de Curitiba para a capital dois anos antes. Criado na então movimentada Rua 7, o estabelecimento tinha uma curiosa logomarca inspirada no animal de estimação da família."O slogan da empresa era um cachorrinho. 'Petit dog' (pequeno cachorro, em tradução livre), um nome francês e inglês. Achamos que ficaria confuso misturar francês com inglês, colocamos pitdog e ficou assim", explica Jorge Rassi.O empreedimento foi um sucesso e a família instalou mais quatro carrinhos-trailer nas principais praças de Goiânia na época. "Não existia nada na área que pudesse comparar com o que foi", conta o irmão de Jacob.A família, no entanto, não registrou a patente do pit-dog. Após o surgimento de novas empresas, os irmãos decidiram fechar o empreendimento e abrir uma confeitaria holandesa. "Na iminência do sucesso começaram a aparecer duas, três, quatro empresas, identicando e copiando nosso know-how, nosso nome, receita empregados, virou um boom", conta Jorge.PatrimônioUm projeto de lei sancionado no ano passado transformou a gastronomia e a cultura do pit-dog em patrimônio cultural imaterial do Estado de Goiás, que tem mais de 3 mil estabelecimentos do segmento. Os pit-dogs empregam mais de 40 mil pessoas, segundo a estimativa do Sindpit-dog. Leia também:- Família contesta demolição de pit-dog em Goiânia- Restaurantes e bares de Goiânia apostam no inusitado delivery de drinques durante a quarentenaO prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), manifestou pesar pela morte de acob Abdalla Rassi, por meio de nota. Cruz destacou o pionerismo dos irmãos Rassi e a importância da atividade, que hoje é patrimônio cultural e imaterial da Capital.Nota de pesar Recebo com grande pesar a notícia do falecimento de Jacob Abdalla Rassi, no último sábado (16/04). Ao lado do irmão, ele fundou o primeiro pit dog de Goiânia, em 1972. A lanchonete, instalada na Rua 7, foi um dos pontos comerciais mais importantes da história da capital. Em junho do ano passado, já como prefeito, tive a oportunidade de manifestar a minha admiração e respeito pelos milhares de profissionais que vieram depois de Jacob e que, ao longo de décadas, servem lanches em passeios públicos da cidade. Sancionamos a lei que reconheceu os pit dogs como patrimônio cultural e imaterial de Goiânia e reafirmamos o compromisso da administração municipal no sentido de valorizar a categoria, que hoje gera cerca de 40 mil empregos.Com espírito empreendedor e invejável criatividade, o curitibano Jacob escreveu de forma indelével o seu nome na história da cidade. Seu legado seguirá vivo nos mais de 3 mil estabelecimentos do ramo, e nos corações de todos nós.Rogério CruzPrefeito de Goiânia-Imagem (Image_1.2117860)