-Imagem (1.2571453)Uma mulher denunciou ter sido agredida por policiais militares e que seu namorado foi baleado em Anápolis, a 55 km de Goiânia. De acordo com a mulher, que não quis se identificar, o caso aconteceu durante abordagem policial realizada em um bar, enquanto eles comemoravam o jogo do Brasil na Copa do Mundo. Um vídeo mostra o momento da abordagem policial (assista acima).O caso aconteceu na quinta-feira (24), no Bairro Jundiaí. Como a identidade dos policiais não foi divulgada, o g1 não conseguiu solicitar um posicionamento de suas defesas até a última atualização deste texto. No entanto, a reportagem solicitou um posicionamento da Polícia Militar, na noite desta quarta-feira (30), e aguarda retorno.O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. De acordo com o delegado Daniel Nunes Guimarães, o que foi apurado até então é que "supostamente houve uma briga em um bar, onde a polícia militar precisou intervir". Ele ainda explicou que, durante a abordagem, houve o disparo por parte de um dos policiais. No entanto, destacou que toda a dinâmica do caso está sendo apurada na investigação."As investigações estão prosseguindo, estamos ouvindo pessoas, diligenciando no sentido de verificar imagens do local, de câmeras de seguranças para saber que circunstâncias se deu essa abordagem policial", pontua.AbordagemDe acordo com o registro policial realizado pelos agentes que realizaram a abordagem, o casal teria se envolvido em uma briga dentro do estabelecimento e sido expulso do local pelos seguranças. Segundo o documento, durante a briga inicial, o homem teria feito "ameaças de morte" contra outro cliente e o agredido com um soco.Na ocorrência, os policiais ainda afirmaram que o homem teria resistido à prisão e insultado os policiais, momento que teria sido atingido por um disparo na perna realizado por um dos agentes. Os agentes também afirmam que a mulher também teria insultado a corporação.O relato feito pelos policiais militares na abordagem é contestado pelo casal. Ao g1, o homem afirmou que teve uma discussão verbal com outros três clientes do local após eles terem "mexido com a sua namorada"."Eu falei para não mexerem, porque ela estava acompanhada, e teve uma discussão, mas não teve nada corporal", disse o homem.A mulher conta que uma das pessoas chegou a pegar no braço dela, mas ela afirma não ter entendido o que os homens disseram.Segundo o homem, logo depois, um dos clientes envolvidos teria afirmado que "policiais viriam para acertar" com o casal. Ele ainda disse que um dos organizadores da festa teria conversado com ele e com as outras três pessoas na tentativa de apaziguar a situação.Momentos depois, o homem detalhou que foi alertado pelo gerente do local que uma viatura de policiais estaria lhe chamando do lado de fora do estabelecimento."Os policiais chamaram meu namorado para fora do bar e, assim que chamaram, já começaram a empurrar meu namorado, sem ele ter tido nenhuma reação", descreveu a mulher. Ele não xingou, não ofendeu como os policiais falaram. Eles deram um soco no meu namorado, ele continuou quieto", completou.Ainda de acordo com a mulher, o namorado dela não teria entendido o motivo da abordagem e das agressões e dito que ligaria para o advogado dele."Na hora que ele pegou o celular do bolso e andou um pouco para o lado, eles deram um tiro no celular e o tiro atingiu a perna dele também", explicou.A mulher também conta que não presenciou toda a abordagem e diz que somente quando o namorado foi atingido pelo disparo foi até os policiais."Eu só apareci depois para socorrer meu namorado, porque eu escutei o tiro e fui correndo lá para fora. Quando vi, era meu namorado", disse. Fui com tudo para tentar socorrer e o policial bateu no meu rosto", explica.O casal ainda afirma não compreender os motivos das agressões relatadas e diz que outras pessoas também foram agredidas no local. A mulher conta que o namorado ficou internado por um dia em uma unidade de saúde após o caso, mas que já recebeu alta e que agora se recupera em casa. No entanto, ela conta que as dores ainda são grandes e, por isso, ele segue com dificuldades para andar.Segundo o boletim de ocorrência, o casal e um outro homem que presenciou a abordagem foram levados para a delegacia após o caso. O terceiro homem, de acordo com a polícia, teria mandado um policial calar a boca e resistido a prisão.Na delegacia, a mulher assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) pelo crime de desacato e foi lavrado um Auto de Prisão em Flagrante (APF) contra o namorado dela pelos crimes de resistência a prisão, desacato à autoridade, ameaça e prática de vias de fato. Já o terceiro homem também foi autuado com um APF pelos crimes de desacato e resistência a prisão.Leia também:- Tenente da PM é condenado a 2 anos e 8 meses de prisão por tortura contra advogado, em Goiânia- Suspeito de tentar esfaquear a ex e acertar cunhada é preso em Alvorada do Norte- Menino de 2 anos é internado em estado gravíssimo após ser espancado pelo padrasto, em Rio Verde-Imagem (1.2571457)