As mulheres ocupam só uma de quatro cadeiras entre os desembargadores do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO). Ao todo, são 17 desembargadoras, ou 22,08% em relação aos homens, bem abaixo dos 40% exigidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Magistradas relatam que, historicamente, papéis de gênero e machismo barraram acesso a promoções e postos de poder. Em 2023, o CNJ implantou ação afirmativa de gênero para aumentar a participação feminina na segunda instância, por listas de promoção alternadas. Desde então, 21 pessoas se tornaram desembargadoras e desembargadores em Goiás. Seis (28,5%) foram mulheres. Dessas, duas — Roberta Nasser Leone e Sirlei Martins da Cunha — ascenderam pela Resolução 525 de 2023, do CNJ, que visa garantir a paridade de gênero no Judiciário. O POPULAR falou com várias magistradas goianas, que apontam dificuldades de ascensão por fatores como sobrecarga da dupla jornada, assédio institucional e alinhamento entre colegas homens. Esse contexto fortalece vínculos pessoais e institucionais entre eles e dificulta que mulheres sejam promovidas por merecimento ou ocupem postos de comando no tribunal que dependam de votação.