O músico Pedro Henrique Santos, de 22 anos, procurou o 8º Distrito Policial de Goiânia, na tarde desta segunda-feira (7), para registrar uma denúncia de um ato de racismo, segundo ele, ocorrido na Igreja Adventista do Sétimo Dia do Residencial Solar Ville, na capital.No último sábado (5), o quarteto de música gospel Cônsagrus, do qual Pedro é vocalista, foi convidado para se apresentar na vigília da igreja entre 19h e meia-noite. Mas, segundo o cantor, antes do início do evento o ancião local o barrou por conta do seu jeito e do seu cabelo black power. "Todos ficamos sem entender direito o que havia acontecido. Fiquei abismado em vivenciar aquilo e decidimos ir embora. Naquele momento foi melhor assim".Para Pedro, que é músico desde os 12 anos e sempre se apresentou em diversas instituições religiosas em Goiânia e no interior, o episódio não vai abalar a relação dele com a fé e com a igreja. “Isso não muda o que acredito. Não vai me tirar da igreja, pois faço isso para Deus acima de qualquer coisa. Mas se for para impedir que outros passem pela situação que eu passei, espero que sejam punidos”.Em nota enviada ao POPULAR, a Igreja Adventista do Sétimo Dia em Goiás relatou que não compactua com nenhuma forma de discriminação e que está apurando um possível desentendimento entre seus membros no último sábado (5). “A instituição lamenta que ele tenha se sentido ofendido nessa ocasião. Ao mesmo tempo, a igreja reforça seu posicionamento e orientação totalmente favoráveis ao tratamento amorável, cordial e bondoso em relação às pessoas que se aproximam da comunidade adventista. Inclusive o amor ao próximo e o acolhimento são aspectos permanentemente trabalhados junto à liderança das congregações”.Confira a nota na íntegra:EsclarecimentoA Igreja Adventista do Sétimo Dia em Goiás esclarece que não compactua com nenhuma forma de discriminação e que está apurando um possível desentendimento entre seus membros no último sábado (5), envolvendo uma pessoa que se sentiu vítima de algum tipo de discriminação. Vale ressaltar que o membro em questão possui um ministério musical e tem se apresentado em diversas congregações adventistas do estado, há anos. A instituição lamenta que ele tenha se sentido ofendido nessa ocasião.Ao mesmo tempo, a igreja reforça seu posicionamento e orientação totalmente favoráveis ao tratamento amorável, cordial e bondoso em relação às pessoas que se aproximam da comunidade adventista. Inclusive o amor ao próximo e o acolhimento são aspectos permanentemente trabalhados junto à liderança das congregações.A igreja reitera, ainda, que foi votada, em âmbito mundial, no ano de 2020, uma declaração sobre racismo, sistema de castas, tribalismo e etnocentrismo. O documento norteia as ações das igrejas locais nesse sentido. Além disso, a organização já possuía uma declaração contrária ao racismo, datada de 1985.O documento, do ano passado, afirma que “mantemos nossa fidelidade aos princípios bíblicos de igualdade e dignidade de todos os seres humanos diante das tentativas históricas e contínuas de usar cor da pele, lugar de origem, casta ou linhagem percebida como um pretexto para um comportamento opressivo e dominador. Essas tentativas são uma negação de nossa humanidade compartilhada, e deploramos toda agressão e preconceito como uma ofensa a Deus”.Diante dos fatos, a Igreja Adventista em Goiás se coloca à disposição das autoridades para colaborar com o caso.Assessoria de Imprensa da Igreja Adventista em Goiás