O médico endocrinologista goiano Luiz Augusto Rodrigues, de 45 anos, foi assassinado por um policial militar na madrugada desta quinta-feira (28), na comercial da 314/315, da Asa Sul, em Brasília (DF). Luiz Augusto, que é de Ceres (GO), estava com um colega no momento em que foi abordado por militares que patrulhavam a região. Segundo a Polícia Militar (PM), ele e o amigo estavam em atitude suspeita, em frente ao Teatro dos Bancários, próximos a um Ford/Ranger. Os policiais abordaram a dupla, um dos suspeitos, que é PM reformado, sacou um revólver calibre .38 e teria apontado em direção aos policiais.De acordo com a corporação, diante do risco iminente, os policiais não tiveram alternativa e efetuaram dois disparos em direção ao médico. Luiz Augusto estava desarmado. O tiro foi efetuado com uma carabina, da Imbel, calibre 5.56.O Corpo de Bombeiros foi acionado pelos PMs e a morte foi confirmada ainda no local. Os socorristas informaram que o médico foi atingido na cabeça.O policial que atirou se apresentou na 1ª DP e não foi preso em flagrante. O caso é investigado pela 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul).Em nota, a Polícia Militar (PMDF) informa que lamenta o desfecho da ocorrência e que será instaurado, ainda hoje, um inquérito para apurar todas as circunstâncias.Antes do crimeDe acordo com testemunhas, antes do crime, Luiz Augusto, que trabalhava na Clínica da Mama, estava assistindo o jogo do Flamengo contra o Ceará, no Bar e Restaurante Cabana. Um vigilante, que preferiu não se identificar, afirmou ao Metrópoles que o médico era cliente assíduo do local. “Quando estava indo embora, foi abordado por uma equipe da PMDF e só deu para escutar o tiro”, contou.Um comerciante da região disse que o médico era simpático e educado. “Tinha o costume de sair do plantão, no Setor Hospitalar, e passar aqui onde se reunia com outros amigos. Costumava falar que tinha cumprido as tarefas do dia e queria espairecer”.Uma lojista, que também não quis se identificar, e conhecia o goiano, explicou que na hora da morte estava em seu comércio. “Ouvi um barulho e uma mulher que gritava ‘ele matou, ele matou’, quando desci para ver o que era, reconheci o dr. Luiz, já morto. A perícia chegou em minutos. Uma tragédia. Ele nunca andou armado. Não oferecia risco a ninguém.”