Muito mais que a COP da Amazônia, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém, se tornou um espaço estratégico para a conservação do Cerrado. Apresentadas nas diversas zonas da convenção, iniciativas de valorização do bioma têm reunido atores públicos de diferentes espectros políticos, entre gestores, parlamentares e pesquisadores, em torno de um mesmo objetivo: a busca do dinheiro, especialmente o que vem dos organismos internacionais, para ser aplicado em projetos de desenvolvimento sustentável e de enfrentamento às alterações do clima. Em relação a Goiás, ao menos três iniciativas miram, abertamente, a busca por financiamento internacional: a campanha “O Cerrado Também Importa”, realizada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad); o pedido de inclusão do Cerrado no escopo do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), articulado pela vereadora de Goiânia Kátia Maria (PT); e a criação do Fundo Nacional de Proteção e Restauração do Cerrado, apresentado pela também vereadora da capital goiana, Aava Santiago (PSDB). Outra importante frente de divulgação do bioma para o mundo, durante a conferência, é movida por professores e pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), que lutam pela implantação do Instituto Nacional do Cerrado (INC).