Um novo ato de trabalhadores da enfermagem contra contra a suspensão da implementação do piso salarial da classe pelo ministro Luís Roberto Barroso é alinhado entre as entidades representativas para a próxima sexta-feira (9), às 9h, de acordo com a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Goiás (Sieg), Roberta Rios. O local ainda não foi definido.“Vai ser uma mobilização conduzida pelos Sieg, o O Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde-GO), o Conselho Regional de Enfermagem em Goiás (Coren-GO) e Associação Brasileira de Enfermagem Seção Goiás (Aben-GO). Vamos convidar toda a categoria para participar. Faz parte de um calendário proposto pelo Fórum de Enfermagem, que fará uma mobilização nacional. Todos os estados vão aderir”, informou Roberta.Após trabalhadores da saúde, enfermeiros e técnicos de enfermagem se reunirem na porta do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) e bloquearem a GO-070 na manhã desta segunda-feira (5), um grupo de manifestantes se deslocou até a porta do Hospital Premium, na avenida T-4, para dar continuidade aos protestos. De acordo com a presidente do Sieg, o local foi alterado após a informação de que uma técnica em enfermagem havia sido demitida por participar da manifestação. A reportagem entrou em contato com o Hugol para confirmar a demissão, mas até o momento não obteve retorno.Leia também:- Enfermeiros protestam em Goiânia contra suspensão da lei que criava o piso salarial da categoria- STF suspende piso nacional salarial para enfermeiros e técnicos em enfermagem- Conselho teme demissões e fechamento de leitos em Goiás com novo piso salarial de EnfermagemNegociaçõesEm interlocução com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, as entidades foram informadas de que eles estão em negociação com o ministro Luís Roberto Barroso, que suspendeu a lei que criou o piso salarial de R$ 4.750 para os enfermeiros.De acordo com Roberta, a informação é de que a decisão unilateral do ministro será discutida com os demais membros da Corte na sexta (9), por isso o dia teria sido escolhido para os novos protestos.Ela ainda informou que, caso a liminar não seja derrubada, a categoria irá articular para greve.ConveniênciaPor meio de nota, o Coren-Go pontuou que a aprovação do piso foi implementada diante de estudo previamente apresentado e debatido com todos os entes da União sobre os impactos orçamentários e que "entende que essa decisão de suspensão é discutível por não haver qualquer indício mínimo de risco para o sistema de saúde".Ainda de acordo com o Conselho, "a decisão do ministro atende a conveniência pura da classe empresarial que não quer pagar valores justos aos serviços prestados pela enfermagem".Edna de Souza Batista, presidente do Coren-GO, lembrou, em entrevista ao POPULAR, que a classe esteve na linha de frente no combate à Covid-19 e que, em todo país, 888 profissionais da enfermagem morreram em decorrência da doença.“Quantos profissionais morreram contaminados e nunca deixaram de atender a sociedade com todas as dificuldades que enfrentamos? Não tínhamos condições de trabalho, não tínhamos equipamentos de proteção individual para que atendêssemos pacientes contaminados pela Covid”, disse a presidente.“Não estamos pedindo aumento salarial, mas um piso, que é uma luta histórica de 50 anos da enfermagem. Desde 1943 já se falava em piso para enfermeiro”, apontou. “Pedimos que a liminar seja derrubada o mais urgente possível. Não podemos passar por um vexame desse. Uma desvalorização dessas. Os profissionais estão ansiosos, preocupados e decepcionados com a postura do ministro. Não esperávamos este tipo de tratamento”, afirmou Edna.Para Roberta, “a decisão do ministro irá beneficiar unicamente os patrões, os grandes planos de saúde, os grandes hospitais privados”.“O piso é constitucional e essa argumentação de que vai falir os serviços, gerar ônus e de que a rede privada não ter condições de pagar é inviável e infundada”, criticou.O vereador Mauro Rubem (PT), diretor licenciado do Sindisaúde, afirmou que o piso estipulado ainda é baixo e que deveria ser implantado imediatamente.“Em lugar nenhum do mundo um aumento de salário quebrou uma empresa. A enfermagem trabalha 24h no plantão do regime hospitalar, representa quase 50% da atenção na rede básica de saúde e o salário é 10% do salário do ministro Barroso. O piso tem que ser aplicado o quanto antes pelo bem do Sistema de Saúde e da população”, afirmou.