Levantamento encomendado pelo Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), em função da Semana Nacional de Trânsito, que começou nesta segunda-feira (18) e vai até a próxima (25), mostra queda no número de acidentes com mortes no Estado. Em comparação feita de janeiro a agosto deste ano com o mesmo período do ano passado, a redução proporcional é de 3,4%, caindo de 674 ocorrências em 2016 para 651 este ano. O Detran atribui o fato a uma série de medidas, passando essencialmente pela fiscalização, rigidez da legislação e fortalecimento da educação e da conscientização.Apesar da aparente inexpressividade, por ser pequeno, o porcentual complementa a investida de Goiás em tentar atingir as metas de redução. O presidente do Detran-GO, Manoel Xavier, frisa que o Estado conseguiu obter a quarta maior redução do índice de mortes no trânsito para cada 100 mil habitantes, baixando de 32,5 em 2014 para 27,9 em 2015, conforme dados do DataSUS. A meta goiana é chegar a 20, estando ainda um pouco acima da nacional, que é atingir os 18,7 casos para cada grupo de 100 mil pessoas. “O importante é que estamos mantendo essa tendência de redução”, diz ele.O comportamento do condutor, conforme as principais autuações registradas, persiste em seguir tendências antigas, tendo o excesso de velocidade, a falta de cinto de segurança e o avanço no sinal vermelho como as mais recorrentes. E são justamente estar, como destaca Manoel, que são capazes de gerar algum risco ou provocar acidentes graves. “Todas essas são quase que culturais, passadas de pai para filho. O que o Estado tem de fazer é repreender e educar. Estamos apoiando as prefeituras do interior com sinalização para impedir que essas pessoas ultrapassem os limites de velocidade”, conta Manoel.Doutor em Engenharia de Transportes, o professor universitário Benjamin Jorge Rodrigues concorda que vários fatores são capazes de influenciar na redução das mortes no trânsito. Ele lembra, ainda, da possibilidade de influência do contexto econômico. Sabendo que a maior parte dos acidentes graves ocorre nas cidades, ele questiona sobre a possibilidade de a crise e a alta do preço da gasolina estarem reduzindo o tempo de permanência das pessoas no trânsito. “Tem esse fator também. Pode ser que tenha reduzido, mas percebemos, além disso, as mudanças na legislação que podem ter gerado mais cautela ao dirigir”, pontua.Os valores das multas estabelecidos pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) foram alterados em outubro do ano passado e o aumento chegou a ser de 66,1% , no caso das infrações leves e 53,2% nas gravíssimas.Ocorrências com lesão corporal também registram reduçãoDados da Delegacia Especializada em Investigação de Crimes de Trânsito de Goiânia (Dict) mostram que a tendência de redução é verificada também no caso dos acidentes com vítimas de lesão corporal. Tanto em Goiânia como em Goiás, os números vêm caindo desde 2015. Na capital, foram registradas 5.465 ocorrências em 2015, caindo para 4.702 em 2016 e chegando a 1.442 na parcial deste ano.Em todo o Estado, o número foi de 27.648 acidentes em 2015, caindo mais de 33,1% no ano seguinte, fechando 2016 com 18.485 casos. Até agosto de 2017, foram contabilizados 5.301 acidentes. Os números da delegacia diferem um pouco dos apresentados pelo levantamento do Detran-GO, apesar de demonstrarem a mesma tendência. Só este ano, 125 pessoas já morreram no trânsito de Goiânia.-Imagem (1.1350497)