A proporção de estudantes negros que ingressaram nas instituições federais de ensino superior de Goiás em 2022 é a menor desde 2015, quando 51,6% dos novos alunos se autodeclaravam pretos e pardos. No ano passado, o porcentual foi de 45,9%. Especialistas apontam que fatores como a redução das fraudes nas cotas raciais, o desestímulo ao ensino superior, e a diminuição do investimento na educação pública, além da crise econômica e sanitária, podem estar ligados à questão. O POPULAR obteve os dados a partir de levantamento no Censo da Educação Superior, no período de 2012 a 2022. O primeiro foi escolhido por ser o ano em que a Lei de Cotas foi sancionada. A legislação garante a reserva de vagas para estudantes oriundos de escolas públicas, dentre elas, uma parte destinada a pretos, pardos e indígenas. Para pesquisadores ouvidos pela reportagem, o mecanismo foi o principal impulsionador do ingresso da população negra no ensino superior.