O POPULAR foi duplamente premiado na noite do último sábado (12) na 2ª edição do Prêmio Dom Tomás Balduíno de Direitos Humanos. Na categoria impresso, a 1ª colocada “Uma a cada três mortes em confronto com a PM em Goiás ocorre dentro de casa” foi assinada pela repórter Sarah Teófilo e publicada em 21 de abril de 2019. O segundo lugar na mesma categoria ficou com “A culpa é sempre da mulher”, com relatos de vítimas de João Teixeira de Faria, assinada por Catherine Moraes e veiculada no dia 16 de dezembro de 2019. Devido à pandemia do coronavírus (Sars-CoV-2), a cerimônia de premiação foi realizada virtualmente. O prêmio foi lançado em 2019 pelo Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduino, Sindicato de Jornalistas de Goiás, Faculdade de Informação e Comunicação (FIC – UFG) e o Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisa em Direitos Humanos da Universidade Federal de Goiás (UFG). Esta edição contou com 25 inscrições nas categorias de rádio, TV, impresso, web e arte. A matéria de Sarah Teófilo apontou que mais de um terço das mortes em ocorrências registradas como confronto contra a Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO) nos meses de janeiro e fevereiro de 2019 ocorreu dentro de casa. O levantamento foi feito pelo O Popular e mostrou que 32 pessoas foram mortas em ações de intervenção da força de segurança em residências neste período. Quase metade destas ocorrências em casas foi fruto de denúncias anônimas. Em média, significa que uma pessoa foi morta pela PM a cada 15 horas. Os relatos das vítimas de João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, foram responsáveis pela 2ª colocação no prêmio. A matéria foi publicada na data em que a prisão do médium completou um ano e mostrou como as vítimas se sentiam neste período. Para algumas motivo de cura, para outras, ainda mais dor e sofrimento. Entre as entrevistadas, Zahira Mous, coreógrafa holandesa que foi a primeira a mostrar o próprio rosto e revelar os abusos no Programa do Bial, da TV Globo, em dezembro de 2018. A cerimônia virtual também homenageou dois jornalistas e dois defensores históricos de direitos humanos de Goiás. Washington Novaes, que foi um dos grandes jornalistas brasileiros e pioneiro do jornalismo ambiental e faleceu em 24 de agosto de 2020. Thomas Roland Hoag, primeiro professor de Fotografia do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Goiás (UFG), que influenciou e formou diversas gerações goianas de fotojornalistas. A homenagem também foi dedicada a Pinheiro Sales, jornalista profissional, bacharel em Direito que foi preso e torturado pela ditadura militar por nove anos consecutivos. Ele transformou sua experiência em diversos livros para relatar o horror da tortura e do autoritarismo. E por último, Irene Maria dos Santos, professora da rede pública estadual de ensino de Goiás e atual presidenta do Instituto Brasil Central (Ibrace), entidade criada em 1984, que atua em defesa dos direitos humanos, educação popular e do meio ambiente.