Uma entidade sem fins lucrativos recém-criada em Valparaíso de Goiás assinou contratos com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia para receber R$ 1,31 milhão a partir de duas emendas impositivas de vereadores da capital. Por este valor, o Instituto Panamericano de Assistência Social e Saúde (Inpass) se compromete a realizar até 1.340 atendimentos oftalmológicos e outros 280 voltados para o público feminino a um custo que varia, cada um, de R$ 716 a R$ 1.350 dependendo da meta de público atingida.&nbsp;

São três projetos aprovados pela SMS. O primeiro, chamado de “Visão para o Futuro”, prevê o gasto de R$ 644,6 mil para realização em oito dias de consultas de oftalmologia para até 900 estudantes da rede municipal de Goiânia, com previsão de fornecimento de até 300 óculos. O outro é o “Mulheres em Cuidado”, de R$ 322,3 mil, para até 280 pacientes. Ambos constam na emenda de R$ 966,9 mil do vereador Nataniel de Sena Soares, o Cabo Senna (PRD). Se atenderem todo o público previsto, cada um custará em média R$ 716,19, no primeiro caso, e R$ 1,15 mil no segundo.

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O outro projeto é o “Melhor Visão”, a ser executado em quatro dias por R$ 333,4 mil de uma emenda do vereador Anselmo Pereira (MDB) e voltado para até 440 pessoas com mais de 40 anos. A previsão é que até 132 óculos sejam fornecidos. Com isso, cada atendimento em média sairá por R$ 757,79. Isso se a meta prevista for atendida. O Inpass alerta para a risco de atingir só 85% do público previsto, o que elevaria o custo de cada consulta para R$ 842,57 (Visão para o Futuro), R$ 891,52 (Melhor Visão) e R$ 1.354,14 (Mulheres em Cuidado).

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Nas planilhas do Inpass para justificar os valores aprovados pela SMS consta que será pago R$ 23,50 por consulta médica e mais a diária para os médicos que varia de R$ 2.625 a R$ 3,5 mil dependendo da especialidade. Situação similar acontece com os enfermeiros e técnicos de enfermagem (R$ 6,30 cada triagem e mais uma diária de R$ 1,2 mil para cada profissional). Além disso, há gastos com óculos (R$ 350 cada), uniformes para os funcionários (R$ 500 cada), café da manhã (R$ 40 mil), internet (R$ 180 por dia) e locação de unidade móvel para os atendimentos por R$ 396 mil.&nbsp;

Os planos de trabalho apresentados pelo Inpass e aprovados pela SMS de Goiânia constam como um dos responsáveis pelos projetos o presidente do Podemos em Valparaíso, Paulo César Moura. O celular dele aparece como o contato do instituto nas folhas de papel timbrado da entidade. Além disso, antes de ele tornar privado seu perfil no Instagram neste final de semana, O POPULAR observou que ele segue todos os membros do instituto. O pai de um dos integrantes do Inpass aparece como sócio da esposa de Paulo em uma ótica vizinha à sede do instituto, em Valparaíso.&nbsp;

Há outros custos, como a diária de R$ 1 mil para recepcionista, R$ 18 mil em hospedagem para equipe de apoio, R$ 42 mil com 280 kits com absorvente e sabonete íntimo e lenço umedecido para mulheres, R$ 20 mil em material de escritório, entre outros gastos. Não há no material aprovado pela SMS de Goiânia detalhes que justifiquem os valores apresentados. Cada kit, por exemplo, vai sair por R$ 150. A secretaria afirma que as informações mais aprofundadas devem constar apenas na prestação de contas, a ser feita após a conclusão das atividades.

O nome de Paulo César não aparece, entretanto, como pertencendo formalmente ao Inpass. Ao jornal, ele nega possuir qualquer cargo, função de direção, presidência, administração ou vínculo societário com o instituto e diz que, por conta de um histórico profissional ligado à saúde pública e privada, foi solicitado apenas para validar informações técnicas do plano de trabalho do Inpass. “Uma colaboração pontual, sem qualquer participação em decisões, gestão, representação, elaboração de planilhas de custos ou estrutura administrativa da entidade”, segundo nota ao jornal.

O presidente do Inpass é o gestor de segurança pública e privada Clayton Luiz da Silva, que diz atuar como voluntário na instituição. Além dele, há mais oito pessoas com o nome registrado junto à entidade, sendo que seis trabalham ou já trabalharam na Secretaria Municipal de Saúde de Valparaíso, assim como Paulo César que cumpriu diversos cargos na pasta entre 2019 e 2024, inclusive o de titular interino. Após ser procurado pelo POPULAR, Clayton também tornou privado seu perfil no Instagram.

Não é detalhado nos planos de trabalho como o Inpass pretende realizar os serviços em Goiânia, quem será contratado nem quem será o fornecedor dos equipamentos e da unidade móvel. Consta na documentação entregue à SMS, que o instituto fez serviço similar na área de oftalmologia em Novo Gama, porém no site da prefeitura de lá constam contratos para atividades similares apenas com uma outra entidade, ligada a familiares de Paulo César. Ele e Clayton foram informados sobre isso pelo jornal, mas não deram retorno até a conclusão desta reportagem.

O Inpass usa o registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) que estava em nome da Instituição de Reabilitação Rosa de Saron, com sede em Aparecida de Goiânia. A assembleia que mudou o nome no CNPJ, transferiu o endereço para Valparaíso e elegeu a atual diretoria foi realizada em agosto do ano passado. O instituto fez seu registro no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (Cnes) apenas em junho de 2025. No estatuto social do Inpass é dito que o instituto foi constituído em agosto de 1996, data na verdade em que o CNPJ foi criado.

O nome do Inpass não aparece originalmente na relação das entidades beneficiadas com emendas impositivas dos vereadores de Goiânia que foi publicada na Lei Orçamentária Anual (LOA), no começo do ano. As emendas destinadas para a entidade estavam previstas originalmente para o Instituto Vital, de Goiânia. Em 2024, O POPULAR publicou algumas reportagens sobre o Vital, que faz uma prática similar ao do Inpass, pegando um CNPJ já existente de um instituto de Sorocaba antes de firmar os termos de fomento com a SMS de Goiânia.

Paulo César destacou por meio de sua assessoria que é “administrador e gestor público, com atuação consolidada nas áreas de saúde pública e privada” e que em Valparaíso de Goiás atuou como coordenador geral do Samu, de uma UPA e do Hospital Municipal e foi subsecretário e secretário interino de Saúde. Também afirma ter experiência na gestão privada em serviços de saúde, o que contribuiu para seu reconhecimento técnico no setor. Sobre Clayton, o presidente do Podemos disse que a relação “é estritamente profissional e eventual, restrita a contatos pontuais”.

O POPULAR perguntou na tarde deste domingo (16) sobre o telefone dele aparecer no papel timbrado do instituto e ele figurar no plano de trabalho como um dos contatos para a SMS de Goiânia procurar, porém não houve resposta até o fechamento da reportagem. Sobre o uso de um CNPJ já existente, Paulo César ressaltou que as dúvidas deveriam ser esclarecidas pela diretoria do instituto, mas que é um procedimento legal e usual “desde que realizados com observância das formalidades legais e registradas em cartório”.&nbsp;

Antônio Pereira de Souza Junior, cujo nome e telefone aparece no plano de trabalho ao lado de Paulo César como um dos responsáveis pelo documento, informou que tem uma empresa que presta “serviços diversos de montagem de licitações, planos de trabalhos, prestações de contas e organização documental em geral, em diferentes empresas e cidades” e que prestou um serviço recentemente para o Inpass. “Auxiliei na montagem dos planos de trabalho e organização documental. Foi um trabalho pontual técnico e já foi finalizada minha atuação.”

Clayton afirmou ao jornal que Paulo César e Antônio são “parceiros” do Inpass responsáveis pela elaboração do plano de trabalho. Ele também disse que o instituto começou um trabalho no Novo Gama no mês passado. O documento apresentado pela prefeitura de Novo Gama, entretanto, diz que o trabalho vem sendo feito desde 2024. Ele inicialmente comentou sobre o Rosa de Saron na primeira pessoa do plural, mas depois reconheceu que era outra diretoria antes da atual assumir e mudar para Valparaíso.&nbsp;

O gestor em segurança não disse qual empresa e quais profissionais estão sendo contratados para prestar o serviço em Goiânia, nem o que será feito pelo Inpass e por terceiros. A legislação proíbe que a entidade terceirize todo o serviço. Sobre a sede do instituto, ele afirmou que está passando por reforma para em breve haver consultórios para atendimentos em saúde geral. Clayton também falou que uma equipe técnica passou pelos gabinetes dos vereadores em Goiânia e que Anselmo e Cabo Senna demonstraram interesse pela proposta.

Responsabilidades 
Cabo Senna afirmou por meio de mensagem que “qualquer coisa que estiver errado com certeza não faremos” e que a avaliação sobre o plano de trabalho é feita pela prefeitura. Já por meio de sua assessoria, ele acrescentou que, como a emenda já foi autorizada e publicada no Diário Oficial do Município (DOM), esses pontos técnicos ficam de responsabilidade da SMS de Goiânia, “que é o órgão que analisa e aprova esse tipo de documentação”. “Portanto, ela (a secretaria) pode fornecer a explicação mais precisa sobre esses questionamentos”, comentou por nota.

Anselmo disse que após ser questionado pelo POPULAR já procurou sua assessoria, determinou que paralisasse o processo e que enquanto não fossem apuradas todas as informações nenhum pagamento seria realizado para o Inpass. “Há um plano de trabalho que foi aprovado pelo poder executivo. Entretanto solicitei a paralisação”, disse. Ele comentou que estava fora da cidade no momento em que recebeu as perguntas e não respondeu quem o procurou pelo instituto com a proposta dos exames oftalmológicos.

Por meio de nota, a SMS de Goiânia afirmou que não é de competência da pasta a investigação sobre as entidades beneficiadas com as emendas impositivas e de seus respectivos membros e que apenas analisa a documentação apresentada tendo como referência as exigências previstas na legislação e em decretos municipais. A SMS também destaca que consultas e exames especializados em oftalmologia e ginecologia estão entre os maiores gargalso do Complexo Regulador Municipal. Estes tipos de exame são os que aparecem em maior volume nas emendas.

A secretaria diz que os serviços que constam no plano de trabalho “estão em conformidade com as diretrizes, metas e prioridades estabelecidas no plano municipal de saúde vigente”. “A SMS informa ainda que não há determinação legal para que a entidade apresente relação de profissionais no Plano de Trabalho. A organização deve comprovar a execução das atividades previstas - com corpo técnico, voluntário ou contratado, adequado para a realização dos serviços - em prestação de contas à pasta.”

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ONG vai receber de R$ 716 a R$ 1.350 em média por consultas médicas em Goiânia

Cidades

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Matéria - Cidades

Gastos públicos

Familiares das crianças matriculadas no Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Santos Dumont, região Oeste de Goiânia, foram informados durante reunião na noite da última sexta-feira (14) de que a unidade voltada a crianças até 4 anos deve ser fechada no fim deste ano letivo, e já preparam manifestações. A Secretaria Municipal de Educação (SME) alega que será feita uma reforma completa, a mesma será reaberta após este período – sem citar prazo para início ou fim da intervenção, nem tampouco previsão de reabertura. Servidores relatam, contudo, que a mesma deve ser extinta da rede municipal de ensino. A unidade conta hoje com 80 crianças matriculadas, sendo que 47 permaneceriam no próximo ano.&nbsp;

A novidade sobre a interrupção das atividades na unidade de ensino infantil só chegou nesta semana aos 30 servidores da creche, além das famílias dos alunos matriculados. Servidores ouvidos pelo POPULAR apontam que foram notificados sobre a decisão do fechamento dois dias após perceberem que o nome da instituição não constava na lista com as 147 unidades de ensino infantil e fundamental que vão realizar eleições para diretores em dezembro, publicada no Diário Oficial do Município (DOM) da última segunda-feira (10). Ao buscarem mais informações, a notícia dada foi de fechamento do local.&nbsp;

A falta de uma justificativa plausível e a publicidade da decisão já no fim do ano letivo causou indignação à comunidade escolar. Ao mesmo tempo em que a SME alega uma reforma completa pela estrutura do prédio ser parcialmente de placas “e com área externa que não atende de forma adequada às especificidades da educação infantil”, profissionais apontam que a unidade já passava por uma reforma para ampliação do número de vagas, com construção de uma nova sala de aula e a readequação de um antigo refeitório para abrigar um segundo espaço. Iniciada em outubro e ainda em andamento, a intervenção teria sido paga com recursos enviados à unidade por meio do programa Escola Viva, no total de R$ 100 mil.&nbsp;

Com a inauguração das duas novas salas de aula, a expectativa era que 42 novas vagas fossem abertas já no início do próximo ano letivo – quantitativo que se somaria a 80 já ofertadas, ou seja, num total de 122. Desta forma, com a saída dos alunos que ultrapassaram os 3 anos e 11 meses, idade limite para permanência na unidade, o Cmei abriria no próximo ano 75 vagas. Mesmo assim, ponderam os profissionais, a fila de espera na instituição ainda não seria zerada, já que a mesma tem tido uma demanda alta e recebido crianças de diversos setores vizinhos, tais como Chácaras Recreio São Joaquim, Jardim Petrópolis, Solar Ville e Nova Esperança.

Agora, a proposta da SME é que os alunos sejam remanejados ao Cmei Fabiano de Cristo, também situado no mesmo setor, mas distante 1,5 quilômetros do Cmei Santos Dumont. Para algumas crianças, o percurso para chegada na unidade de ensino deve se estender ainda mais. A dona de casa Raiane Maia, de 30 anos, mãe de um menino de 3, conseguiu uma vaga para o filho neste ano letivo, quando iniciou o trajeto diário de cerca de 2 quilômetros a pé entre sua casa, no Residencial 14 Bis, até a instituição de ensino, “debaixo de chuva e sol”. Agora, com a transferência para uma outra ainda mais longe, o percurso atual de quase 30 minutos deve se estender por mais cerca de 20 minutos.&nbsp;

Além do aumento no percurso, Raiane e o filho vão precisar atravessar a GO-070 para chegar à outra unidade, onde há grande fluxo de veículos. Mas o que preocupa ela é ainda outro ponto: o convívio social com os colegas de classe e os servidores da instituição. “O sentimento é de frustração. Ele chorou o ano inteiro, sempre que chegava aqui na porta, porque não tinha costume. E agora que se acostumou, acontece isso”, pondera.

Mãe de uma menina de 2 anos e meio, Viviane Maia, de 39, reclama da possibilidade de retirada definitiva da creche do setor. Ela, que hoje conta com uma rede de apoio próxima para dias em que não consegue buscar a filha por conta do trabalho, comenta que não poderá mais solicitar o favor a familiares. “Vai ficar bem mais longe, e é do outro lado da rodovia. Após às 17 horas, congestiona e não passa ali, então vou chegar atrasada todos os dias. É um transtorno, um choque. Aqui estamos seguros, nossas crianças são bem cuidadas, bem acolhidas. Nossa região já é precária de tudo. Só temos esse Cmei de serviço público, e que sempre foi referência. É uma briga para conseguir vaga aqui.” Ela cita ainda que há possibilidade de uma reforma sem o fechamento da unidade, já que a área pública ainda tem parte inutilizada.&nbsp;

Familiares e servidores apontam ainda rumores de que a unidade deve ser entregue a uma organização da sociedade civil (OSC) após a reforma, e temem que a creche passe de pública a conveniada. A SME não respondeu sobre essa possibilidade. Em nota, a pasta diz que o prédio do Cmei foi “construído em estrutura de placas e com área externa que não atende de forma adequada às especificidades da educação infantil passará por reforma completa” e que durante o período de obras, os alunos serão transferidos, “garantindo a continuidade do atendimento, a melhoria da qualidade e o uso responsável dos recursos públicos, uma vez que o espaço será requalificado e a unidade reaberta após a reforma”.

Denúncia

Na sexta-feira (14), a vereadora Kátia Maria (PT) protocolou uma denúncia junto ao Ministério Público de Contas do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (MPC/TCM-GO) sobre o fechamento do Cmei Santos Dumont. No documento, a parlamentar aponta que a unidade caminha para um “fechamento definitivo, sem diálogo com a comunidade escolar, sem justificativa técnica transparente e sem alternativa adequada de atendimento às crianças matriculadas”. Cita que há ainda indícios de desvio de finalidade diante de relatos de que o prédio pode ser destinado a outros usos, “sem que haja previsão de abertura de outra creche pública” ou de especulações que a desativação “possa abrir espaço para a entrega da unidade a entidades privadas”.

A parlamentar requer a instauração de procedimento de fiscalização e requisição de informações junto à Prefeitura sobre os motivos formais para o fechamento da unidade, com laudos técnicos estruturais, sanitários ou de segurança, um estudo técnico que comprove a falta de alternativa se não o fechamento, um plano orçamentário destinado à reforma, além de informações sobre as medidas adotadas para atendimento das crianças matriculadas, e a previsão de reabertura ou de criação de nova unidade no setor. A denúncia deve ser analisada.

Outras unidades

Além do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Setor Santos Dumont, há relatos de que outras unidades da rede municipal de ensino de Goiânia também podem ser fechadas até o fim do ano letivo. A informação foi levada ao gabinete do vereador Edward Madureira (PT), que preside a Comissão de Educação na Câmara Municipal. Entre elas, estariam os Cmeis Água Branca e São José, em setores homônimos, o Cmei Vila Santa Rita, no bairro Industrial Mooca, e o Cmei Professora Darly, no Urias Magalhães. O Centro de Educação Infantil (CEI) Wemerson Rodrigues Bernardes, no setor Vila Rica, também seria afetado. O parlamentar aponta que avalia medidas para evitar o fechamento.

O POPULAR questionou à Secretaria Municipal de Educação (SME) se o fechamento destas está confirmado, mas não obteve resposta. A pasta diz apenas que está realizando um “estudo da rede municipal e que trabalha para ampliar o número de vagas, como já aconteceu em 2025, quando mais de 10 mil vagas extras foram criadas”. “O objetivo principal desta ação é expandir ainda mais o número de vagas em 2026 e garantir ensino de qualidade de ensino. A SME ressalta ainda que anunciará as medidas de forma antecipada para a comunidade escolar.”

A situação se assemelha ao ocorrido no Cmei Orlando Alves Carneiro, no Setor Campinas, no meio deste ano letivo. A justificativa da Prefeitura era de que o prédio em que funcionava representava risco à segurança das 129 crianças matriculadas. Em abril, a vereadora Aava Santiago (PSDB) protocolou denúncia junto ao Ministério Público de Contas do Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (MPC/TCM-GO), e a Corte até chegou a suspender o fechamento. Logo, a decisão do Executivo foi concretizada.&nbsp;

Fechamento de Cmei é questionado em Goiânia

Educação

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Nathália Daniel Silva, de 17 anos, faz Enem como treineira (Yanca Cristina / g1)

O segundo dia do Enem 2025 começou com&nbsp;clima de ansiedade entre estudantes e acompanhantes em Goiânia. Sem a redação, mas com provas de matemática e ciências da natureza, muitos candidatos classificam&nbsp;o domingo como “mais desafiador”, já que&nbsp;o cansaço do primeiro dia pesa na confiança — especialmente para quem tem menos familiaridade com as áreas de exatas.&nbsp;

Treineira e no segundo ano do ensino médio, Nathália Daniel, de 17 anos, decidiu fazer o exame apenas para testar seus conhecimentos. Mesmo assim, admite que a expectativa para o segundo dia é maior.&nbsp;

<cite>Acho que vai ser um pouquinho mais desafiador do que o primeiro dia”, disse. </cite>

Ela contou que o excesso de texto no domingo anterior a deixou cansada, mas conseguiu completar a prova. Hoje, teme principalmente física: “Pelo que eu vi, é só teoria. Não&nbsp;tem&nbsp;muito cálculo. Acho difícil”.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/enem-2025-mais-de-166-mil-goianos-devem-fazer-o-2-dia-de-provas-1.3336658" target="_self">Enem 2025: Mais de 166 mil goianos devem fazer o 2º dia de provas</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/inep-divulga-gabarito-oficial-do-primeiro-dia-de-provas-do-enem-2025-1.3336551" target="_self">Inep divulga gabarito oficial do primeiro dia de provas do Enem 2025</a></div>

O estudante Patrick dos Santos, 21, encara&nbsp;o Enem pela terceira vez. O objetivo é ambicioso: passar em&nbsp;medicina em uma universidade federal.&nbsp;Ele cursa atualmente&nbsp;enfermagem, mas deixaria a graduação assim que conquistasse a vaga dos sonhos.&nbsp;

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Patrick, de 21 anos, está fazendo o Enem pela terceira vez (Yanca Cristina / g1)

Para ele, o primeiro dia costuma ser “mais pesado”:&nbsp;“A redação desgasta muito. A mente embaralha”. Sobre o segundo dia, porém, diz estar mais preparado.&nbsp;&nbsp;

<cite>“A gente vai adquirindo maturidade na preparação. Acho que esse ano eu chego melhor”.&nbsp;</cite>

A movimentação também inclui pais e responsáveis que tentam transmitir calma aos filhos antes da entrada. Aline Aparecida da Silva, 43, acompanhou a filha Esther, 18, que faz o Enem pela primeira vez já valendo, sonhando com um curso na área de computação.&nbsp;

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Rafaela, de 43 anos, acompanha a filha Ester, de 18 anos, que está fazendo a prova pela primeira vez (Yanca Cristina / g1)

“Ela estudou muito.&nbsp;Estava&nbsp;tranquila, mas exatas deixa ela mais apreensiva”, contou. Para tentar reduzir o nervosismo, Aline reviveu a própria experiência estudando no IFG.

<cite>Falei&nbsp;para&nbsp;ela manter a calma, manter a linha do pensamento. Se você estudou, o cérebro traz as respostas”.&nbsp;</cite>

Minutos antes da abertura dos portões, mãe e filha&nbsp;sentaram&nbsp;na praça em frente ao local para respirar fundo. “Chegamos 15 minutos para meio-dia só pra ela ver o movimento e ir acalmando”, disse.&nbsp;

Para quem faz o Enem como treino, para quem tenta mudar de carreira ou busca a tão sonhada universidade pública, o segundo dia costuma carregar o peso de anos de estudo — ou de recomeços. Mas, em comum, todos chegaram com um mesmo sentimento: a esperança de que o esforço, maior ou menor, renda um bom resultado no exame.

<h2>Busca por novas carreiras</h2>

Além da tensão comum às provas, algo chama atenção: o número crescente de participantes que veem o exame como uma chance real de recomeçar e mudar de área, mesmo depois de anos longe da sala de aula.

A dentista Daniela Teodoro fez vestibular pela última vez em 2000. Mais de duas décadas depois, decidiu voltar aos estudos para concursos e, agora, presta o Enem pela primeira vez.

<cite>Comecei a estudar de novo no ano passado e pensei: por que não tentar? Quero cursar Direito. Vai me dar base melhor para as provas que faço e pode abrir outras portas”, contou.</cite>

Ela diz ter achado o primeiro dia acessível por ter afinidade com humanas e teme mais o conteúdo deste domingo.

<cite>Matemática e física são mais difíceis para mim, mas fazer prova sempre ajuda. É treino.”</cite>

Estudantes relatam ansiedade antes de provas de exatas no segundo dia do Enem 2025: 'Mais desafiador'

2º dia

WEBSTORIES: Assistente de colégio que morreu era alegre e cuidadosa: 'Sua luz brilhará para sempre'

Homenageada por amigos nas redes sociais, Jane Mendes Vieira Sousa assistente do Colégio Agostiniano, em Goiânia, que <a href="https://opopular.com.br/cidades/morre-assistente-de-colegio-de-goiania-e-amigos-lamentam-vai-fazer-tanta-falta-1.3337335" target="_self">morreu nesta sexta-feira (14) em decorrência de diabetes</a>, foi reconhecida como uma mulher ‘alegre, cuidadosa e amorosa’. Ivone Aparecida Pereira,&nbsp;psicopedagoga institucional&nbsp;do colégio, reuniu falas dela e de outros colegas de Jane e contou AO POPULAR que a assistente era ‘sempre a porta de entrada nas ligações telefônicas’ do colégio e também&nbsp;muito ‘atenta e zelosa com as crianças’.&nbsp;

<cite>Era sempre a porta de entrada nas ligações telefônicas, Chats e outras formas de comunicação. Ela sempre era muito hábil com as palavras e conseguia "aparar" até mesmo as conversas mais difíceis. Era muito atenta, zelosa com as crianças. Tia Jane conseguia resolver questões pequenas do dia a dia que se faziam grandes”, relatou.&nbsp;</cite>

Na tarde deste sábado (15), a assessoria do Colégio Agostiniano enviou uma nota à reportagem lamentando a morte da colaboradora e informando que ‘a instituição já está prestando todo o apoio necessário’ (veja a nota completa ao final desta matéria).&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3337610" attr-version="policy:1.3337610:1763315478" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3337610" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3337610', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3337610">WEBSTORIES: Assistente de colégio que morreu era alegre e cuidadosa: 'Sua luz brilhará para sempre' (1.3337610)</a></div>

&nbsp;

Ivone contou também que além de ser sempre alegre e positiva, Jane Vieira era muito querida por todos. “Para cada um dos seus colegas de trabalho tinha um tratamento carinhoso, mas duas expressões: lindeza e nega, eram as suas preferidas”, contou a amiga.&nbsp;

A assistente de orientação entrou na escola em 2011, e segundo Ivone, ela dizia aos familiares que amava trabalhar na instituição. “Amava música sertaneja, plantas, fazer comida, os amigos e era apaixonada pelos filhos”, revelou.&nbsp;

Jane morreu aos 40 anos e deixou dois filhos, o Luís Fabiano, de 15 anos, e a Ana Laura, de 21. Colaboradores do colégio revelaram que ‘Tia Jane’, como era carinhosamente chamada dentro da escola, amava os filhos com grande intensidade e era como uma leoa, sempre pronta para defendê-los.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/morre-assistente-de-colegio-de-goiania-e-amigos-lamentam-vai-fazer-tanta-falta-1.3337335" target="_self">Morre assistente de colégio de Goiânia, e amigos lamentam: 'Vai fazer tanta falta'</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/morte-de-cirurgi-o-plastico-causa-comoc-o-em-jatai-1.3337220" target="_self">Morte de cirurgião plástico causa comoção em Jataí</a>&nbsp; 
<a href="https://opopular.com.br/politica/morre-ex-vereador-de-inhumas-ze-pernambuco-1.3337158" target="_self">Morre ex-vereador de Inhumas Zé Pernambuco</a>&nbsp;</div>

<h4>Homenagens dos colegas de trabalho&nbsp;</h4>

Em rede social, uma colega da instituição deixou uma mensagem de despedida para Jane. Na foto, a mulher segurava um bolo de aniversário e a assistente estava logo atrás, com um sorriso no rosto. “Hoje mais uma vez a vida me lembrou, de forma dura, que alguns encontros são breves. Que Deus te receba com muito amor, Jane”, escreveu.&nbsp;

Ivone Aparecida reuniu algumas homenagens de colegas de trabalho do colégio Agostiniano, enviadas em um grupo de orações para Jane, e compartilhou com O POPULAR. Veja algumas abaixo:&nbsp;

<cite>Frente aos problemas do dia a dia, costurava as roupas das crianças, colava sandálias e tênis e até mesmo acudia as "pernas" dos óculos das professoras. Tudo com animação e positividade, de que tudo iria dar certo”, escreveu um colega.&nbsp;</cite>

<cite>A Jane era afeto e bondade! Ela era a pessoa que sofria junto quando algo não ia bem, mas sempre com uma palavra amiga “neguinha vai da tudo certo”. Sorria junto e chorava junto também, quando via alguém com uma vitória vibrava e se alegrava junto! Correta demais na postura profissional, seguia à risca o que era para ser feito. Tentava mediar qualquer conflito da maneira mais discreta possível, tentava sempre mostrar o lado bom!”, disse outra.&nbsp;</cite>

<cite>Ela tratava os meninos como seus filhos.. “esses fi meu é demais né”. Vivia os fins de semana em prol do cuidado da casa e da vivência com o Luiz e a Laura, amava sentar-se no sofá comer um petisco e escutar o sertanejo sofrido! Gente a Jane era luz onde passava!”, escreveu carinhosamente outra colega.&nbsp;</cite>

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<h4>Nota do Colégio Agostiniano</h4>

O Colégio Agostiniano Nossa Senhora de Fátima lamenta profundamente o falecimento de sua colaboradora. Neste momento de dor, elevamos nossas preces a Deus e manifestamos nossa solidariedade à família, aos amigos e a todos que conviviam com ela.

A instituição informa que já está prestando todo o apoio necessário, mantendo-se à disposição para quaisquer outras necessidades neste momento tão difícil. 
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Assistente de colégio que morreu era alegre e cuidadosa: 'Sua luz brilhará para sempre'

HOMENAGENS

Lixo rua

Prefeito Sandro Mabel grava vídeo recolhendo lixo em rua de Goiânia

<div attr-cid="policy:1.3337471" attr-version="policy:1.3337471:1763240600" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3337471" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3337471', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3337471">Lixo rua (1.3337471)</a></div>

O Prefeito Sandro Mabel&nbsp;(União)&nbsp;usou as redes sociais para chamar a atenção da população de Goiânia sobre a importância da limpeza urbana e a responsabilidade de cada cidadão para manter a cidade limpa. Em um vídeo gravado na Avenida Anhanguera, o prefeito aparece recolhendo&nbsp;o&nbsp;lixo que teria sido descartado incorretamente na rua&nbsp;(assista acima).&nbsp;

<cite>Não adianta a gente investir na limpeza da cidade e a população insistir em fazer errado. Lugar de lixo é no lixo. Passando pela Avenida Anhanguera, saco de lixo jogado na rua.&nbsp;Nosso cuidado com a cidade não pode parar. Cidade limpa é dever de todos!”, escreveu Mabel na legenda.&nbsp;&nbsp;</cite>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/mabel-chama-semad-de-cancer-e-diz-que-vulcanis-e-descontrolada-1.3328351" target="_self">Mabel chama Semad de "câncer" e diz que Vulcanis é "descontrolada"</a> 
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O vídeo foi publicado neste sábado (15).&nbsp;Alguns internautas elogiaram a iniciativa do prefeito&nbsp;e outros afirmaram que a coleta&nbsp;de lixo&nbsp;em alguns bairros ainda é um problema. Veja alguns&nbsp;dos&nbsp;comentários abaixo:&nbsp;

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<cite>Que essa ação sirva de exemplo e incentivo para que todos façam sua parte. Vamos contribuir para uma cidade limpa e bonita”, escreveu uma seguidora.&nbsp;</cite>

<cite>Excelente ponto! A responsabilidade é de todos. O poder público faz a parte dele, mas a conscientização e a atitude de cada cidadão são cruciais para termos uma cidade limpa de verdade. Juntos fazemos a diferença!”, afirmou outra.&nbsp;</cite>

<cite>Se o prefeito acompanhar a coleta de lixo, verá que os próprios funcionários passam antes tirando os sacos de lixo das caçambas e colocando para rua para agilizar a coleta. Ocorre que alguns rasgam, outros com as chuvas são arrastados com a enxurrada e, muitos rasgados pelos coletores de reciclados. Dar showzinho para as redes sociais é fácil!”, pontuou outra.&nbsp;&nbsp;</cite>

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Prefeito Sandro Mabel recolhendo lixo em rua de Goiânia (Reprodução/Instagram Sandro Mabel)

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