Em manhã de operação, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) <a href="https://opopular.com.br/opiniao/coluna-da-cileide/operac-o-do-mp-contra-comando-vermelho-em-goias-e-a-9-contra-facc-es-criminosas-desde-2023-1.3338709" target="_self">desarticulou um núcleo financeiro do Comando Vermelho</a> (CV) responsável por lavar milhões de reais provenientes do tráfico de drogas. Em outro ponto, a Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), da Polícia Civil de Goiás (PC-GO) prendeu responsáveis pelo abastecimento de diversos pontos de venda de drogas em Goiânia e em outras cidades do Estado.

A Operação Cifra Vermelha, do Ministério Público de Goiás (MP-GO), por meio do Gaeco, revelou um esquema financeiro criado por integrantes do CV em Goiás. Segundo o MP, o núcleo central era comandado por um casal – Jeiziel de Oliveira Rosa e Ana Paula da Silva Barreto, atualmente foragidos – que estruturou empresas de fachada e movimentou valores milionários por meio de contas bancárias abertas, inclusive, em nome de parentes e dos próprios filhos adolescentes, de 12 e 14 anos. A operação teve a parceria com o Comando de Operações de Divisas (COD) da Polícia Militar.

A investigação, iniciada há um ano, culminou em mandados cumpridos em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Palmeiras de Goiás, além de ordens judiciais em outras localidades relacionadas aos investigados. Ao todo, a operação executou 13 mandados de busca e apreensão e 7 mandados de prisão preventiva e temporária – 6 deles efetivamente cumpridos. Também houve o sequestro de R$ 28.108.510,07 e a apreensão de quatro veículos e três armas de fogo. O esquema utilizava ainda contas abertas em nome da mãe de Ana Paula, aposentada com salário de R$ 2,4 mil, cuja conta recebeu mais de R$ 1 milhão em três transações.

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Somente nas contas dos dois filhos do casal, o Gaeco identificou movimentações de cerca de R$ 1,5 milhão em menos de dois anos. No caso da filha, uma única transferência de R$ 239 mil foi direcionada para uma empresa no Maranhão, criada para atuar no ramo de compra e venda de gado. Essa empresa, segundo o MP, movimentou R$ 28,7 milhões em apenas dois meses.

Com o apoio de um contador, preso na operação, o casal criou pessoas jurídicas inexistentes na prática, sem sede e sem atividade real, usadas exclusivamente para difundir dinheiro do tráfico. Os depósitos eram fragmentados e feitos majoritariamente em lotéricas, para dificultar o rastreio bancário. O controle das cobranças era realizado por grupos de WhatsApp, como o intitulado “Dívida Atual”, no qual membros ligados ao tráfico eram pressionados e ameaçados para efetuar pagamentos.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/opiniao/coluna-da-cileide/operac-o-do-mp-contra-comando-vermelho-em-goias-e-a-9-contra-facc-es-criminosas-desde-2023-1.3338709" target="_self">Operação do MP contra Comando Vermelho em Goiás é a 9ª contra facções criminosas desde 2023</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/criminoso-que-fugiu-de-megaoperac-o-no-rj-morre-em-confronto-com-a-pm-na-go-462-diz-policia-1.3338416" target="_self">Criminoso que fugiu de megaoperação no RJ morre em confronto com a PM na GO-462, diz polícia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/nove-foragidos-da-justica-de-goias-est-o-entre-os-mortos-em-megaoperac-o-no-rj-diz-ssp-1.3333276" target="_self">Nove foragidos da Justiça de Goiás estão entre os mortos em Megaoperação no RJ, diz SSP</a></div>

Entre 13 de agosto e 8 de outubro de 2024, apenas um dos grupos monitorados registrou 43 depósitos, totalizando R$ 122 mil, de diversas cidades de Goiás, Minas e até do Rio. O MP identificou que o casal administrava uma rede que atendia centenas de traficantes associados à facção. Essas pessoas usavam as empresas e contas controladas por Ana Paula para movimentar quantias fragmentadas que alcançaram quase R$ 30 milhões.

Os promotores afirmam que o caso revela estrutura “sofisticada e profissional” de lavagem de dinheiro, com ramificações em diversos Estados e potencial de abastecer o CV em várias frentes — drogas, armas, veículos e imóveis.

O coordenador do Gaeco, Carlos Wolff, destacou que a operação se soma a um conjunto de ações recentes contra facções no Estado. Neste ano, já foram cumpridos 89 mandados de prisão, 88 buscas e apreensões e oferecidas denúncias contra 311 integrantes de facções.

O promotor Marcelo Borges Amaral classificou a operação como essencial para estancar o fluxo financeiro da facção: “Prender criminosos é importante, mas eles são facilmente substituíveis. Sem a asfixia financeira, as prisões não têm o mesmo impacto. O objetivo aqui foi atingir o núcleo que lavava o dinheiro do CV.” Ele confirmou que o casal investigado deixou Goiás recentemente e que o homem, apontado como autor intelectual do esquema, comanda ações à distância. Ambos seguem foragidos.

Os promotores confirmam que a operação segue aberta. A análise de celulares, computadores e documentos apreendidos deve revelar novos participantes do esquema e resultar em novas etapas da investigação: “É impossível investigar eternamente. Por isso, damos respostas rápidas, mas o material apreendido certamente levará a outras fases”, afirmou Marcelo Amaral. Ele também esclareceu que os seis presos nesta fase são classificados como operadores relevantes da organização criminosa, embora o MP tenha cautela no uso do termo “faccionado” até que haja comprovação jurídica.

<h2>Operação reincidentes</h2>

Outra operação contra o CV desarticulou responsáveis pelo abastecimento de pontos de venda de drogas na capital e em outras cidades goianas. Segundo a Denarc, o grupo mantinha ligações diretas com criminosos do Rio e utilizava rotas terrestres para enviar drogas e armas a Goiás. Ao todo, dez suspeitos foram presos. Seis estavam espalhados por bairros como Setor Pedro Ludovico, Parque Amazônia, Setor Campinas, região da Rodoviária e outros. Um goiano foi detido no município de Barro Alto, enquanto outros três foram capturados em São Pedro da Aldeia e Cabo Frio, no Rio.

O delegado Francisco Costa, responsável pela investigação, explicou à TV Anhanguera que os presos no litoral fluminense têm papel central. “São apontados como algumas das lideranças do grupo criminoso. Os goianos estavam em um imóvel num condomínio fechado em São Pedro da Aldeia, que era ponto de apoio ao envio de drogas e armas para Goiás e também para suporte aos integrantes da facção que estavam no Rio.”

O local, diz ele, servia de base para operações do grupo tanto no Rio quanto no Centro-Oeste. Integrantes goianos mortos na recente operação no Complexo do Alemão também eram monitorados pela Denarc. “Dois desses indivíduos já eram alvos de nossa investigação e eram acompanhados”, disse. O transporte das drogas era feito por rodovias, em veículos. Em Goiânia, o núcleo local distribuía o material a diversos pontos e ainda movimentava recursos da facção. “Identificamos lideranças, operadores financeiros e responsáveis pela venda direta aos usuários”, explicou o delegado. A investigação prossegue para identificar outros envolvidos e aprofundar a atuação do grupo.

A promotora Marizza Fabianni Maggioli Batista Leite explicou que as operações não tiveram relação direta, mas a intenção é “o compartilhamento de informações e o trabalho conjunto”. Ela contou que é possível a união de “forças para alcançar um resultado maior ainda”.

<h3>Ações variam conforme contexto local</h3>

Questionado sobre a eficácia de operações que priorizam a asfixia financeira das facções em comparação a ações policiais com grande número de mortes, o promotor Maurício Amaral afirmou que o bloqueio do fluxo de recursos é hoje o principal elemento para desestabilizar organizações criminosas. Ele lembrou, porém, que contextos variam, citando o Rio de Janeiro como exemplo onde facções possuem controle territorial consolidado, com barricadas, armamento ostensivo e áreas em que o Estado perde soberania. “É um ambiente quase de guerra. Infelizmente, a violência se torna inevitável”, disse.

O comandante do COD, tenente-coronel Hugo Bravo, citou que 11 goianos morreram em confronto no Rio. Dez deles, foragidos. Ele defendeu que operações em áreas dominadas por facções têm dinâmica completamente diferente de ações em estados como Goiás, onde não há perda de território para o crime. Por isso, segundo ele, cumprir mandados em Goiás é um cenário jurídico-operacional, enquanto no Rio muitas ações se aproximam de missões de retomada territorial.

O coordenador do Gaeco, Carlos Wolff, questionou a forma como o Projeto Antifacção, em discussão no Congresso Nacional, foi elaborado. Ele afirmou que órgãos com atuação central no enfrentamento às facções — como MP-GO, PM, PC, Polícia Penal e o próprio Judiciário — não foram chamados a debater o texto: “É preciso saber com quem esse projeto foi discutido. Um assunto dessa magnitude não pode ser construído sem ouvir quem atua diariamente contra o crime”, afirmou.

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Operações em Goiás atingem Comando Vermelho em lideranças e fontes de recursos

Cidades

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Matéria - Cidades

Crime organizado

A atual gestão da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia já havia apontado, no começo deste ano, uma série de irregularidades no convênio de R$ 11,7 milhões feito sem licitação entre a gestão anterior da pasta, em junho de 2024, e o Instituto Idesp, de Palmas.

A principal delas era o fato de os repasses financeiros terem sido realizados de forma célere, sem a devida comprovação de que o serviço fora executado. O contrato é alvo de investigação pela Polícia Civil, que nesta terça-feira (18) realizou uma operação de busca e apreensão em endereços dos envolvidos na suposta fraude.

Entre os problemas encontrados pela SMS estão a ausência de ritos processuais como por exemplo o atesto do serviço prestado, que tem que ser emitido pelos servidores municipais nomeados como gestor e fiscal do contrato; os relatórios apresentados pelo instituto com o resumo da produção semanal não possuírem assinaturas de participantes no campo ‘aprovações’ que os validariam; a ausência do material que teria sido produzido e entregue pelo instituto; e a velocidade com que os pagamentos foram efetuados, o que se mostra “fora do fluxo processual praticado pela pasta”.

Nos documentos aos quais O POPULAR teve acesso, servidores da SMS na atual gestão dizem que, apesar de o contrato com o Idesp prever a digitalização dos documentos e diversos outros materiais, ao verificarem a situação encontraram todos “os processos em formato original, papéis em prateleiras, ocupando os mesmos lugares antes ocupados”. Em janeiro, o atual titular da SMS, Luiz Gaspar Machado Pellizzer, determinou a suspensão do convênio, atendendo a uma demanda do prefeito Sandro Mabel (UB) de revisão de todos os contratos assinados pela gestão anterior.

A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap) cumpriu mandados em Goiás, Tocantins, DF e São Paulo, contra seis pessoas que, de alguma forma, estão ligadas à contratação do Idesp, para recolher bens e bloquear recursos até o limite de R$ 11,7 milhões e, assim, evitar prejuízos ao erário em caso de futura condenação. Entre os investigados, o ex-titular da SMS Wilson Pollara e seu subsecretário, Quesede Ayres Henrique.

O delegado Cleybio Januário Ferreira, titular da Dercap, aponta indícios de crimes de contratação direta ilegal, fraude na execução do contrato, associação criminosa, corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro. Segundo ele, é crime receber por serviços não prestados ou qualquer meio fraudulento que torne mais oneroso para a administração pública. Em entrevista à imprensa, o delegado destacou a forma rápida como os pagamentos foram feitos pela SMS ao Idesp, em 35 dias entre julho e agosto de 2024.

Os documentos do processo de contratação do Idesp, iniciado em março de 2024, não deixam claro como o instituto foi selecionado pela SMS. Um despacho na época dá a entender que houve uma pesquisa na internet e não consta o nome de nenhuma outra empresa. Durante a gestão do prefeito Rogério Cruz (SD), que durou de 2021 até 2024, diversas secretarias e autarquias contrataram empresas sem licitação para fazer serviços similares, que consistiam basicamente em identificar, organizar e digitalizar processos que se encontravam em papel.

O processo de contratação também não indicou comprovação de que o Idesp teria capacidade para o serviço proposto. Em suas redes, o instituto se diz entidade prestadora de consultas e exames médicos. O intervalo entre a liberação para o contrato, em março de 2024, e a assinatura em junho se deu pela demora na entrega de parecer favorável pela Procuradoria-Geral do Município. Após a entrega desse documento, o primeiro pagamento ocorreu menos de três semanas após a contratação formal.

O Idesp foi aberto em 2001, em Conceição do Araguaia (PA), e era a sigla para Instituto de Desenvolvimento Social e Econômico Sul Paraense. Em 2022, o presidente, Eliezer Pereira de Queiroz Junior, o Junior Queiroz, transferiu a sede para Palmas e começou parcerias com prefeituras tocantinenses. Em Goiânia, por se tratar de convênio, não houve concorrência ou licitação para escolha. A gestão anterior da SMS nunca divulgou o serviço contratado e O POPULAR não encontrou nada sobre isso nas redes sociais do Idesp.

O contrato foi assinado por Pollara, mas os pagamento foram feitos por Quesede entre 9 de julho e 14 de agosto. Isso porque o secretário ficou afastado da pasta por determinação do Tribunal de Contas do Município do Estado de Goiás (TMC-GO) entre 1º de julho e 15 de agosto. Os dois ficaram na SMS entre outubro de 2023 e novembro de 2024, quando foram exonerados após uma operação do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) que os levou temporariamente à prisão por suspeita de corrupção contra uma instituição que na época gerenciava as maternidades municipais.

Quando os repasses para o Idesp foram feitos, a SMS de Goiânia passava por uma forte crise que culminou em dezembro de 2024 com uma intervenção do governo estadual por determinação judicial. Mesmo tendo pagado o valor do contrato para o instituto, em um serviço que a atual gestão diz que ter sido feito parcialmente, Wilson e Quesede – que era do Tocantins quando veio à capital assumir função na SMS – alegavam falta de recursos para fazer outros tipos de repasses, como manutenção de UTIs e maternidades.

A SMS prepara a formalização da rescisão do contrato com o Idesp, mas destaca que o convênio está suspenso por determinação da atual gestão desde janeiro. A pasta diz que o instituto chegou a iniciar a catalogação e etiquetagem de itens em estoque no almoxarifado e afirma que a PGM avalia a judicialização do caso para reaver os valores pagos de forma antecipada pela gestão anterior. Até o momento, a secretaria não realizou nenhuma contratação de empresa para execução de serviços semelhantes. A SMS ainda ressalta que nenhuma ação policial foi realizada na pasta. Para a TV Anhanguera, a defesa de Pollara informou que ele não sabia dos pagamentos, feitos no período em que esteve afastado da função. Quesede e Eliezer não foram encontrados. Em nota, o Idesp afirmou que a situação “está sendo devidamente averiguada pelas instâncias competentes” e que “o ocorrido não interfere no funcionamento nem na qualidade dos serviços prestados à população, que seguem sendo executados normalmente”. Não há informações sobre o que houve com o dinheiro pago.

Relatório cita problemas de gestão anterior da Saúde em Goiânia em convênio de R$ 11,7 milhões

Investigação

Córrego de Goiás é contaminado com substância que pode causar câncer

O juiz Leonardo de Camargos Martins, substituto na Vara de Fazendas Públicas, comarca de Bela Vista de Goiás, aceitou os argumentos do Ministério Público de Goiás (MP-GO) e concedeu liminar determinando que a Saneago e o governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), façam a <a href="https://opopular.com.br/cidades/mp-go-prop-e-ac-o-civil-contra-saneago-e-semad-por-poluic-o-em-bela-vista-de-goias-1.3327411" target="_self">recuperação ambiental do Córrego Sussuapara</a>.

Em sua decisão, ele acolheu os argumentos do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), por meio de Danni Sales Silva, titular da 2ª Promotoria de Justiça daquele município, que moveu ação civil pública (ACP) contra a empresa e o Estado de Goiás, por conta da <a href="https://opopular.com.br/cidades/corrego-contaminado-com-substancia-cancerigena-saneago-nega-usar-acrilamida-no-processo-de-tratamento-de-esgoto-1.3325213" target="_self">poluição gerada pela estação de tratamento de esgoto</a> (ETE) sobre o curso d’água. A Saneago foi denunciada por ser a responsável pela operação e o Estado, pelo que o promotor considerou omissão da Semad na fiscalização.

No corpo da decisão, o juiz diz que a demanda do MP-GO está “amplamente demonstrada nos autos por meio de robusto conjunto probatório de natureza técnica e documental”. Na inicial da ação, o promotor fez um relato das principais diligências realizadas tendo como foco denúncias de poluição pela unidade de Bela Vista, citando que a primeira delas remontava a março de 2011, já com recomendações à Saneago para sanar irregularidades tanto na ETE como na estação elevatória de esgoto (EEE). No ano seguinte, foi instaurado inquérito civil público para apurar os fatos.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/corrego-de-goias-e-contaminado-com-substancia-que-pode-causar-cancer-1.3324158" target="_self">Córrego de Goiás é contaminado com substância que pode causar câncer</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/corrego-contaminado-com-substancia-cancerigena-saneago-nega-usar-acrilamida-no-processo-de-tratamento-de-esgoto-1.3325213" target="_self">Córrego contaminado com substância cancerígena: Saneago nega usar acrilamida no processo de tratamento de esgoto</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/mp-go-prop-e-ac-o-civil-contra-saneago-e-semad-por-poluic-o-em-bela-vista-de-goias-1.3327411" target="_self">MP-GO propõe ação civil contra Saneago e Semad por poluição em Bela Vista de Goiás</a></div>

“O histórico demonstra não apenas a existência de irregularidades pontuais, mas a persistência e continuidade de condutas poluidoras ao longo do tempo, evidenciando um padrão de desrespeito sistemático à legislação ambiental”, escreveu Leonardo de Camargos Martins.

O juiz substituto determinou que Saneago e governo de Goiás adotem medidas de curto e médio prazos para solucionar a poluição do córrego, que é afluente do Rio Piracanjuba – o encontro dos cursos d’água se dá a jusante da ETE, mas não muito distante dela. Em 30 dias, a Saneago deverá apresentar ter cessado qualquer lançamento de esgoto bruto no córrego e ter reparar uma falha na caixa de passagem da estação, que causa o extravasamento dos efluentes para o solo. A empresa também deverá apresentar um plano de trabalho para recuperar a APP da situação degradada.

Para até 90 dias, o juiz estipulou a execução do plano proposto e quer a comprovação da recuperação ambiental, por meio de documento técnico. Em caso de descumprimento, a Saneago terá de pagar multa diária no valor de R$ 10 mil.

<div attr-cid="policy:1.3324255" attr-version="policy:1.3324255:1760533196" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3324255" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3324255', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3324255">Córrego de Goiás é contaminado com substância que pode causar câncer (1.3324255)</a></div>

A atuação da Semad foi considerada, na decisão, como “omissão culposa” e à pasta foi determinado que apresente no curto prazo (em 30 dias), novo plano de fiscalização para a ETE do município, bem como a inclusão das condicionantes faltantes nos processos de licença de funcionamento da ETE. Em médio prazo, a secretaria deverá concluir o processo de renovação de licenciamento, já com as condicionantes incluídas para reduzir a poluição do córrego.

A ACP teve o suporte de denúncias feitas tanto pela Associação SOS Rio Piracanjuba como pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental (Idesa). Em 14 de outubro, laudo técnico requerido pelas entidades e realizado pelo projeto Rede Aquacerrado, de pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) e Universidade Federal de Jataí (UFJ), revelou presença de várias substâncias toxicas no Sussuapara, entre elas a acrilamida, classificada como “provavelmente carcinogênica” pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc).

Em relação à decisão da Justiça, a Saneago, por meio de sua assessoria, disse que “responderá ao Ministério Público nos autos do processo judicial dentro do prazo”. Já a Semad não deu retorno até o fechamento desta edição.

Saneago tem prazo de 30 dias para sanar poluição em ETE de Bela Vista

Tratamento de esgoto

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STORIES OPERAÇÃO NONA

A Operação Cifra Vermelha, desencadeada nesta terça-feira (18) pelo Ministério Público Estadual (MP-GO) para apurar e desarticular uma rede de lavagem de dinheiro da facção criminosa Comando Vermelho (CV) já é a nona desde maio de 2023 realizada contra facções criminosas com atuação em Goiás. A operação ocorre no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados promete votar o projeto da Lei Antifacção, o PL/5582/2025, proposto pelo governo federal, que endurece penas e amplia combate ao poder econômico dessas organizações.

Segundo informações do MP, as investigações realizadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) começaram há um ano. O Gaeco apurou a atuação de integrantes do CV, facção criada no Rio de Janeiro, com o tráfico de drogas, formação de empresas de fachada para receber, ocultar e difundir dinheiro oriundo dessas atividades criminosas. A Justiça autorizou o cumprimento de 13 mandados de busca e apreensão e 7 mandados de prisão preventiva e temporária.

Um casal foi acusado de exercer a função de liderança do núcleo financeiro da organização. Segundo o MP, a família usava, inclusive, contas bancárias abertas em nome dos próprios filhos adolescentes (12 e 14 anos de idade) para movimentar e ocultar quantias depositadas por traficantes ligados ao CV.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/operac-o-combate-facc-o-criminosa-de-trafico-de-drogas-e-armas-em-goiania-1.3338445" target="_self">Operação combate facção criminosa de tráfico de drogas e armas em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/operac-o-mira-grupo-criminoso-suspeito-de-desvio-de-celulares-e-sequestra-quase-r-60-milh-es-em-bens-1.3338520" target="_self">Operação mira grupo criminoso suspeito de desvio de celulares e sequestra quase R$ 60 milhões em bens</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/sete-presos-suspeitos-de-liderarem-comando-vermelho-no-rj-s-o-transferidos-para-presidios-federais-1.3336041" target="_self">Sete presos suspeitos de liderarem Comando Vermelho no RJ são transferidos para presídios federais</a></div>

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Desde maio de 2023 já foram realizadas as operações Sintonia Goiás, Família, Irmandade do Crime, Honoris Criminis, Mensageiro, Sintonia do Entorno, Laço Oculto, Vigília, além da Cifra Vermelha. A quantidade de operações mostra a atuação das facções criminosas também no Estado.

O poder desses criminosos mobilizou o debate nacional desde a megaoperação da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro nos Complexos da Penha e do Alemão, em 27 de outubro, deixando 121 mortos. Segundo o MP-GO, a localização de Goiás é estratégica para essas organizações por ser na chamada Rota Caipira, por onde passa a droga vinda do Peru, Paraguai e Bolívia com destino aos mercados da Europa e da Ásia.

<h2>As 9 operações</h2>

A Operação Sintonia Goiás ocorreu em 10 de maio de 2023, com foco em desarticular o braço de um grupo com o PCC, organização criada nos presídios de São Paulo, e suspeito de atuar nas ruas e no sistema prisional do estado. Em 15 de setembro do mesmo ano, aconteceu a Operação Família, que prendeu uma

advogada suspeita de ter sido cooptada pela facção. A Operação Honoris Criminis ocorreu em 21 de março de 2024, e investigou uma “célula jurídica" de uma organização que igualmente se utiliza de advogados para auxiliar em atividades ilícitas. Um mês depois, em 23 de abril, a Operação Irmandade do Crime investigou a ação integrada contra supostos membros do PCC em cinco cidades goianas.

As investigações seguiram com a Operação Mensageiro, em 12 de agosto de 2024. Novamente o foco foi o envolvimento de advogados que agiam como mensageiros de criminosos, levando e trazendo ordens e informações sobre tráfico de drogas, armas e aliciamento de novos membros.

Em 2025 ocorreram mais quatro operações, incluindo a Cifra Vermelha, de hoje. A primeira do ano foi a Operação Sintonia do Entorno, em 16 de janeiro e investigou crimes cometidos por integrantes do PCC no Entorno do Distrito Federal. Duas operações foram realizadas em outubro último.

A Operação Laço Oculto, no dia 1ª, investigou o "elo externo" de uma facção criminosa, e prendeu uma advogada que estaria envolvida como mensageira da organização. Mandados foram cumpridos em Goiás e Mato Grosso. Em 22 de outubro, foi a vez da Operação Vigília também contra integrantes do PCC que atuam dentro das unidades prisionais de Goiás e do Distrito. Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão.

Por fim a Operação Cifra Vermelha voltada para o Comando Vermelho. Ela ocorre no mesmo dia em que a Polícia Civil de Goiás lançou a Operação Reincidentes contra suspeitos de vender drogas em bairros de Goiânia, com mandados cumpridos em Barro Alto e em São Pedro de Aldeia e Cabo Frio, estes últimos municípios do Rio de Janeiro.

Operação Cifra Vermelha (18/11/2025):&nbsp;<a href="https://www.mpgo.mp.br/portal/noticia/mpgo-gaeco-deflagra-operacao-sintonia-goias-para-cumprir-mais-de-100-mandados-e-desarticular-braco-de-faccao-criminosa-no-estado" target="_blank">MPGO/Gaeco deflagra Operação Sintonia Goiás para cumprir mais de 100 mandados e desarticular braço de facção criminosa no Estado</a>

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Sintonia Goiás (10/05/2023):&nbsp;<a href="https://www.mpgo.mp.br/portal/noticia/mpgo-gaeco-deflagra-operacao-sintonia-goias-para-cumprir-mais-de-100-mandados-e-desarticular-braco-de-faccao-criminosa-no-estado" target="_blank">MPGO/Gaeco deflagra Operação Sintonia Goiás para cumprir mais de 100 mandados e desarticular braço de facção criminosa no Estado</a>

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Operação Família (15/09/2023):&nbsp;<a href="https://www.mpgo.mp.br/portal/noticia/mpgo-deflagra-operacao-familia-que-investiga-faccao-criminosa" target="_blank">MPGO deflagra Operação Família, que investiga facção criminosa</a>

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Operação Honoris Criminis (21/03/2024): <a href="https://www.mpgo.mp.br/portal/noticia/honoris-criminis-mpgo-deflagra-operacao-de-combate-a-celula-juridica-de-faccao-criminosa" target="_blank">“Honoris Criminis”: MPGO deflagra operação de combate à “célula jurídica” de facção criminosa</a>

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Irmandade do Crime (23/04/2024):&nbsp;<a href="https://www.mpgo.mp.br/portal/noticia/mpgo-cumpre-21-mandados-de-busca-e-apreensao-na-operacao-irmandade-do-crime-contra-o-pcc" target="_blank">MPGO cumpre 21 mandados de busca e apreensão na Operação Irmandade do Crime, contra o PCC</a>

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Operação Mensageiro (12/08/2024): <a href="https://www.mpgo.mp.br/portal/noticia/mpgo-gaeco-deflagra-operacao-mensageiro-para-desarticular-envolvimento-de-advogados-com-faccao-criminosa" target="_self">MPGO/Gaeco deflagra Operação Mensageiro, para desarticular envolvimento de advogados com facção criminosa</a>

Sintonia do Entorno (16/01/2025): <a href="https://www.mpgo.mp.br/portal/noticia/mpgo-gaeco-entorno-deflagra-operacao-sintonia-do-entorno-para-cessar-crimes-cometidos-pelo-pcc" target="_blank">MPGO/Gaeco Entorno deflagra Operação Sintonia do Entorno para cessar crimes cometidos pelo PCC</a>

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Operação Laço Oculto (01/10/2025): <a href="https://www.mpgo.mp.br/portal/noticia/mpgo-gaeco-deflagra-operacao-laco-oculto-contra-elo-externo-de-faccao-criminosa" target="_blank">MPGO/Gaeco deflagra Operação Laço Oculto contra elo externo de facção criminosa</a>

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Operação Vigília (22/10/2025): <a href="https://www.mpgo.mp.br/portal/noticia/mpgo-gaeco-deflagra-operacao-vigilia-contra-integrantes-do-pcc-em-unidades-prisionais-de-goias" target="_self">MPGO/Gaeco deflagra Operação Vigília contra integrantes do PCC em unidades prisionais de Goiás</a>

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