Com mais de duzentos profissionais mobilizados há mais de duas semanas, a caça a Lázaro Barbosa, de 32 anos, já é considerada a maior operação policial para captura de um criminoso na história de Goiás. Só em horas extras aos profissionais, o Estado pode ter de desembolsar aproximadamente R$ 1,6 milhão, até a quinta-feira (23), segundo estimativas feitas pelo POPULAR com a ajuda de especialistas da área.Suspeito de vários crimes, ele mobiliza Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e Corpo de Bombeiros em Cocalzinho e arredores, numa logística que envolve dezenas de viaturas terrestres, helicópteros e drones. As autoridades não revelam os custos. O governador Ronaldo Caiado (DEM) afirmou, em entrevista, que esta questão não tem relevância agora, pois a prioridade é prender o fugitivo. Na mesma entrevista, o democrata afirmou que há 207 profissionais da polícia goiana no local. As corporações tratam as informações como sigilosas, por questões de segurança e estratégia.O POPULAR conversou com oficiais acostumados com planejamento, manejo de frota e de pessoal das corporações. De posse de portarias e contratos que regulam os gastos, eles aceitaram fazer projeções – sob a condição de anonimato. A reportagem também ouviu um especialista em aeronaves. Hora extraA remuneração extraordinária da segurança tem quatro faixas, que levam em conta o dia e o horário em que a jornada ocorreu: trabalho extra após as 22 horas de quinta-feira a sábado, por exemplo, é mais caro que o feito das 5h01 às 21h59 de segunda a quinta. Os valores vão de R$ 22 a R$ 34 e estão fixados na Portaria 0232/2019.Um dos militares consultados pelo POPULAR calculou o número de horas extras com base no efetivo divulgado pelo governador. “Não é possível saber se todos trabalharam todos os dias sem parar”, ressalta. A carga horária ordinária de um policial é 40 horas por semana. Em uma semana, portanto, cada profissional faria 128 horas extras. A um custo médio de R$ 27,90, o total por pessoa em uma semana seria de R$ 3,5 mil.Mais difícil é dimensionar o valor empregado no deslocamento das tropas. A área de buscas tem um perímetro de dez quilômetros. O abastecimento é feito por meio de um cartão corporativo. O posto mais próximo da base, que está em Girassol, fica a 7 quilômetros, em Águas Lindas. Outra opção é um posto na sede de Cocalzinho, a 35 quilômetros. Um funcionário deste estabelecimento disse à reportagem que “a polícia está abastecendo aqui todo dia”, mas não quis falar em valores. A reportagem anotou a presença de picapes Volkswagen Amarok e Chevrolet S-10, de vans Renault Master e utilitários Renault Duster.HelicópterosDuas aeronaves da PM e uma do Corpo de Bombeiros de Goiás foram direcionadas para a região. São um Esquilo HB350B e dois Koala AW119 MKII. O consumo de combustível é muito variável. “O custo não difere muito de um voo comercial. A diferença mais significativa é em relação à tripulação que, no caso da PM, são os próprios militares”, diz um militar com experiência na área.O contrato 010/2021, da Polícia Militar, prevê R$ 9 pelo litro do combustível de aviação, mais taxa de administração de 1,69%, mas ressalva que “o preço pago por litro de combustível será aquele praticado e cobrado pela bomba de combustível do posto, no dia do abastecimento”. Um especialista consultado pelo POPULAR disse que o consumo no modelo Esquilo, gira em torno de 150 litros por hora. O POPULAR consultou um dos estabelecimentos credenciados para fornecimento de combustível para as forças de segurança de Goiás. O valor da bomba nesta sexta-feira (25) variava de R$ 5,30, em Goiânia, a R$ 6,95, no Distrito Federal. Soma-se a ele eventuais gastos com deslocamento de caminhões-tanque.O POPULAR pediu à SSP, PM e PC os dados oficiais da operação. A SSP não respondeu. A PC orientou que a SSP, que coordena as buscas, fosse consultada. Na segunda-feira, a Comunicação da PM disse que repassaria informações no dia seguinte. Desde então, não atendeu às ligações nem respondeu as mensagens e e-mails do jornal.-Imagem (1.2274682)