Os pacientes de uma ala da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Araújo Jorge, em Goiânia, precisaram ser transferidos após o derramamento de um ácido no chão da unidade. Segundo o Corpo de Bombeiros, funcionários tentaram conter o produto com água, o que pode ter provocado a liberação de gases irritantes.&nbsp;Ao todo, foram envolvidos seis pacientes, nove colaboradores do hospital e um funcionário terceirizado.

Em nota, o hospital informou que nenhum paciente ou colaborador sofreu intoxicação. Os pacientes foram transferidos com segurança clínica para outras áreas do hospital. Já os colaboradores que tiveram contato com o ácido foram avaliados na própria unidade e, por precaução, encaminhados a um Cais, onde ficaram em observação e receberam alta médica.

<ul>
	<li>Assista a entrevista do Corpo de Bombeiros na TV Anhanguera:&nbsp;<a href="https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-1-edicao/video/acidente-com-acido-causa-intoxicacao-em-pacientes-e-funcionarios-de-uti-13923841.ghtml" style="font-size: 12px;" target="_blank">Acidente com ácido causa intoxicação em pacientes e funcionários de UTI</a></li>
</ul>

O caso aconteceu na noite de quinta-feira (11), por volta das 20h. De acordo com a instituição, o incidente ocorreu durante o manuseio de um equipamento de hemodiálise por um técnico de uma empresa terceirizada, momento em que o ácido&nbsp;peracético foi acidentalmente derramado.

O Corpo de Bombeiros informou que isolou a área e neutralizou o produto químico. A equipe também realizou a higienização completa do local, seguindo os protocolos de segurança. O hospital ressaltou que a empresa terceirizada foi notificada e que um processo de apuração sobre o ocorrido está em andamento.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/mulher-e-internada-apos-confundir-embalagens-e-tomar-veneno-ao-inves-de-remedio-para-o-estomago-em-formosa-1.3247160" target="_self">Mulher é internada após confundir embalagens e tomar veneno ao invés de remédio para o estômago em Formosa</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/funcionario-morre-quase-um-mes-apos-vazamento-de-amonia-em-frigorifico-de-goias-1.3212468" target="_self">Funcionário morre quase um mês após vazamento de amônia em frigorífico de Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/pacientes-precisam-ser-transferidos-as-pressas-apos-explos-o-em-uti-de-hospital-1.3023599" target="_self">Pacientes precisam ser transferidos às pressas após explosão em UTI de hospital</a></div>

<h2>Nota na íntegra do Hospital Araújo Jorge:</h2>

O Araújo Jorge – Hospital de Câncer informa que, na noite dessa quinta-feira (11/09), por volta das 20h, houve um incidente durante o manuseio de um equipamento de hemodiálise por um técnico de empresa terceirizada, ocasionando o derramamento de ácido peracético.

A equipe do hospital prestou atendimento imediato aos pacientes e aos colaboradores que estavam no local. Os pacientes foram transferidos para outros setores do hospital, avaliados pela equipe de saúde, estando em segurança clínica.

Quanto aos colaboradores, estes foram avaliados pela equipe da própria unidade e, em seguida, encaminhados para outra unidade de saúde, onde ficaram em observação e, posteriormente, receberam alta médica.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e realizou a higienização completa da área afetada, seguindo rigorosamente os protocolos de segurança. A empresa terceirizada responsável já foi notificada e um processo de apuração está em andamento.

O Araújo Jorge reforça que a segurança e o cuidado com pacientes e profissionais são prioridades permanentes da instituição.

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Pacientes são transferidos de ala após ácido ser derramado em UTI do Hospital Araújo Jorge

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Matéria - Cidades

SUSTO

PISCINEIRO_CAO_CEGO_FONTE

Webstories: Piscineiro salva cão cego de afogamento

<div attr-cid="policy:1.3311726" attr-version="policy:1.3311726:1757710442" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3311726" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3311726', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3311726">PISCINEIRO_CAO_CEGO_FONTE (1.3311726)</a></div>

O piscineiro Vinícius Orlando, de 38 anos, <a href="https://opopular.com.br/cidades/piscineiro-salva-c-o-cego-de-afogamento-em-casa-vazia-em-goiania-video-1.3311715" target="_self">que salvou um cão cego de afogamento</a> em uma casa vazia em Goiânia, contou que fez massagem para acordá-lo após tirar o animal da piscina. Uma câmera de segurança mostra quando o cachorro começa a reagir e Vinícius sai com ele nas mãos (veja o vídeo acima).&nbsp;

<cite>Eu pulei, mergulhei, peguei, tirei ele e joguei para fora. Ele estava já desacordado. Eu comecei a massagear a barriga dele e aí ele começou a voltar a respirar rapidamente”, contou sobre o resgate.</cite>

O caso aconteceu por volta das 11h de quinta-feira (11), no Setor Fonte Nova, na região noroeste da capital. Ao POPULAR , o profissional relatou que faz a limpeza na piscina da família há mais de dois anos, por isso, tem a cópia das chaves. Segundo ele, na ocasião, os donos estavam trabalhando fora.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/piscineiro-salva-c-o-cego-de-afogamento-em-casa-vazia-em-goiania-video-1.3311715" target="_self">Piscineiro salva cão cego de afogamento em casa vazia em Goiânia; vídeo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/cachorro-que-se-afogou-em-represa-as-margens-da-br-364-e-resgatado-por-policiais-1.3305547" target="_self">Cachorro que se afogou em represa às margens da BR-364 é resgatado por policiais</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/video-cachorro-foge-de-casa-e-vai-sozinho-a-pet-shop-para-tomar-banho-1.3303030" target="_self">VÍDEO: cachorro foge de casa e vai sozinho a pet shop para tomar banho</a></div>

Vinícius relatou que estranhou que o cão, chamado Choquito, não foi recebê-lo logo que entrou, e desconfiou ao ver uma parte da lona molhada.

<cite>Cheguei como de costume, abri o portão, entrei, ouvi um barulho dentro da piscina. Pensei que deveria ter alguma coisa dentro da piscina, e pensei na hora que poderia ser o cachorro. O mais rápido possível eu corri e abri a telinha de proteção, tirei o celular e a carteira e pulei. Peguei ele no fundo, já desmaiado", relatou&nbsp;Vinícius Orlando.</cite>

Segundo o piscineiro, após aplicar uma massagem na barriga do animal, ele começou a voltar a respirar e tossir. Então, ligou para o dono relatando o ocorrido.

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<h2>Alívio</h2>

Ao&nbsp;POPULAR, o dono do Choquito, o engenheiro Danilo Soares, contou que, apesar do susto, o cão está bem. Conforme Danilo, o cão ficou por aproximadamente 40 minutos na piscina nadando, mas acabou se afogando por 1 minuto.&nbsp;

<cite>Ele ficou 40 minutos dentro da piscina, só que ele estava dando conta de nadar. Aí ele ficou mais de 1 minuto embaixo da água. Quando o piscineiro chegou para poder limpar a piscina, tinha 1 minuto que ele estava no fundo da piscina já sem vida. Ele [piscineiro] fez a ressuscitação nele, e aí graças a Deus o Choquito ficou bem”, revelou.&nbsp;</cite>

<img attr-cid="policy:1.3311733" attr-version="policy:1.3311733:1757710846" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3311733/WhatsApp Image 2025-09-12 at 18.01.08.jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
O piscineiro Vinícius Orlando ao lado dos três cães dele à esquerda. À direita, o Choquito, que foi salvo. (Reprodução / Instagram Vinícius Orlando e Arquivo pessoal / Danilo Soares)

Um veterinário foi acionado, fez a consulta clínica e exames de sangue. De acordo com o dono do Choquito, não foi constatada nenhuma anormalidade, e, em menos de uma hora, o cão já estava alegre de novo.&nbsp;

O Choquito está com a família há sete anos e precisou ser submetido a várias cirurgias nos olhos, mas ainda assim, acabou perdendo a visão. Danilo relatou que o cão é “bastante custoso”, que já trocou a cerca duas vezes, mas o cão acaba encontrando uma brecha.&nbsp;

O piscineiro, que tem três cachorros em casa, disse que se sentiu aliviado de poder ter ajudado: “Muita gratidão”.&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3311945" attr-version="policy:1.3311945:1757775605" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3311945" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3311945', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3311945">Webstories: Piscineiro salva cão cego de afogamento (1.3311945)</a></div>

Piscineiro que salvou cão cego que caiu em piscina fez massagem para acordá-lo

FINAL FELIZ

Em um cenário digital cada vez mais marcado pela desinformação, a educação midiática se mostra essencial para preparar crianças e adolescentes a lidar com esse desafio. Em Goiás, professores já desenvolvem iniciativas que estimulam o senso crítico e capacitam os alunos a identificar conteúdos falsos, discursos de ódio e manipulações. O POPULAR conversou com educadores que, em sala de aula, abordam temas como mídia, deepfakes, viés de confirmação, checagem de fatos e produção responsável de conteúdo. O objetivo é formar uma geração mais consciente e menos vulnerável à desinformação.

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Há cerca de sete anos, a professora Deusa Castro, que leciona Língua Portuguesa para o ensino médio no campus de Goiânia do Instituto Federal de Goiás (IFG), procura incluir a educação midiática nas aulas que ministra. Deusa costuma usar exemplos reais de notícias falsas, apresentando-os aos alunos. A partir disso, levanta questionamentos sobre a origem do material e como identificar se ele é verdadeiro ou não. A professora afirma que estimula os alunos a fazerem bom uso da linguagem no ambiente digital. Ela trabalha, por exemplo, com o gênero textual argumentativo, incentivando os estudantes a escreverem comentários sobre conteúdos publicados na internet.

<img attr-cid="policy:1.3311862" attr-version="policy:1.3311862:1757727470" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3311862/Vida Urbana - ed tecno2.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Deusa Castro dá aula de português junto com a educação midiática (Fábio Lima / O Popular)

No ano passado, ela começou a usar o material do EducaMídia, um programa criado em 2019 pelo Instituto Palavra Aberta, com o objetivo de promover a educação midiática entre jovens, formar educadores e redes de ensino, apoiar famílias e influenciar políticas públicas. Inicialmente voltado para professores, hoje também oferece materiais para idosos e famílias, disponíveis no site do programa. “É uma ação integrada ao desenvolvimento da disciplina. No último bimestre do ano passado, pensamos o uso da inteligência artificial (IA) de forma ética e como essa ferramenta também pode ser usada na produção de notícias falsas, especialmente as deepfakes”, diz Deusa.

A coordenadora pedagógica do EducaMídia, Daniela Machado, explica que, com as mudanças no ecossistema informacional, em que quem acessa a internet não é mais apenas um consumidor passivo, é urgente que crianças e adolescentes saibam como avaliar conteúdos. Segundo ela, a educação midiática deve ser trabalhada de forma transversal. “Que apareça em vários momentos e nas mais diversas disciplinas: em uma aula de Ciências que trate da vacinação, ou em uma aula de História que apresente diferentes perspectivas sobre a narração de um fato histórico”, exemplifica.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/menos-de-40-dos-alunos-do-6-ao-9-ano-valorizam-professor-revela-pesquisa-1.3310425" target="_blank">Menos de 40% dos alunos do 6º ao 9º ano valorizam professor, revela pesquisa</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/dezesseis-estudantes-da-rede-publica-de-goias-alcancaram-nota-de-premio-no-ano-passado-1.3311397" target="_blank">Dezesseis estudantes da rede pública de Goiás alcançaram nota de prêmio no ano passado</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/caiado-lanca-projeto-para-dar-premio-de-ate-r-10-mil-para-estudantes-com-nota-alta-no-enem-1.3310954" target="_blank">Caiado lança projeto para dar prêmio de até R$ 10 mil para estudantes com nota alta no Enem</a></div>

No Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Pré-Universitário, localizado no Setor Leste Universitário, é ministrada a disciplina eletiva Comunicação, Cidadania e Mídias Digitais. O trabalho é conduzido por uma professora da escola, Sara Pagotto, e por Antonio Carlos Cunha, professor do curso de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). A parceria surgiu por meio da iniciativa PUC de Portas Abertas.

Na disciplina, a educação midiática e a comunicação são trabalhadas por meio de diferentes abordagens e vivências. Os alunos produzem, por exemplo, zines, exposições fotográficas, vídeos experimentais, entre outros. No ano passado, um grupo chegou a montar uma oficina rápida sobre a identificação de notícias falsas. “A ideia é que eles desenvolvam um senso crítico apurado e tenham cuidado ao consumir e produzir informações. Uma reflexão ética”, comenta Antônio Carlos.

Entre 2020 e 2023, o Instituto Federal Goiano (IF Goiano) também desenvolveu uma iniciativa para discutir notícias falsas. Ela foi conduzida por Rogério Chaves, professor de História que atualmente está na direção do campus de Hidrolândia. Motivado pela pandemia da Covid-19, o professor coordenou um projeto integrador com os estudantes da unidade para debater a disseminação de desinformação. De acordo com ele, os estudantes se engajaram no projeto e produziram jornais digitais sobre o tema. “Eles estão tão imersos que, às vezes, não conseguem se posicionar criticamente. Daí a importância de desconstruir”, pondera.

BNCC

Uma das competências gerais da educação básica presentes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) já prevê que os estudantes consigam “compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva”.

Em março deste ano, houve um novo avanço com a publicação da resolução que detalha as possibilidades e restrições de uso de celulares e meios digitais em sala de aula. O documento também prevê que, até 2026, a construção do currículo dos anos iniciais do ensino fundamental deverá incluir a educação digital e midiática para consolidar a autonomia de leitura, apresentar os ambientes digitais e suas funções sociais, e introduzir conceitos essenciais da educação midiática, como autoria e propósito dos conteúdos, evidências, representação e outros. “Ainda não atingimos um estado da arte, mas existe uma agenda e mobilização ao redor do tema”, diz a coordenadora pedagógica do EducaMídia.

<h2>Seduc forma professores sobre o tema em Goiás</h2>

A Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc-GO) já desenvolve um trabalho de formação de professores sobre educação midiática. Conforme a pasta, os educadores participam de cursos como o “Introdução à Educação Midiática”, promovido em parceria com o projeto EducaMídia, por meio da Escola Virtual do Centro de Estudos, Pesquisa e Formação dos Profissionais da Educação (Cepfor). O curso capacita os docentes a abordarem temas como letramento informacional, idadania digital e análise crítica da mídia em sala de aula.

Outra iniciativa é o Workshop Inova/EaD, realizado em 2025, em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) e com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “A ideia é trabalhar o letramento informacional para que possam desenvolver habilidades informacionais por meio da pesquisa escolar. Assim, administram melhor a desinformação”, explica Andrea Pereira dos Santos, professora da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da UFG, que conduziu o Inova/EaD. Além disso, a professora também lidera uma pesquisa diagnóstica sobre as habilidades informacionais de jovens de 10 a 24 anos em Aparecida de Goiânia. No momento, ela está na fase de coleta de dados.

Currículo

De acordo com a secretaria, o documento curricular para o ensino médio em Goiás também prevê competências específicas relacionadas à análise crítica de conteúdos digitais, uso consciente das tecnologias e checagem de informações. Entre os objetivos, estão a verificação de fontes, a identificação de estereótipos em publicidades, a compreensão do impacto dos algoritmos e a produção ética de conteúdos digitais. Como parte das ações práticas, a rede estadual oferece a disciplina eletiva “Tecnologia e Comunicação” para os ensinos fundamental e médio, com foco no desenvolvimento do pensamento computacional, da cultura digital e da cidadania online.

<h2>Finlândia é exemplo de sucesso em política pública</h2>

A Finlândia, país nórdico, ocupa constantemente posições de destaque nos rankings que avaliam a capacidade de combate à desinformação, especialmente no que diz respeito à formação de crianças e adolescentes, já que a alfabetização midiática foi incorporada ao currículo escolar do país. Recentemente, o Brasil vem se aproximando da Finlândia no que diz respeito à troca de experiências em educação midiática.&nbsp;

Em março de 2024, por exemplo, uma delegação do governo federal realizou uma missão, financiada pela União Europeia, sobre a temática em países nórdicos. A delegação visitou a Finlândia e a Dinamarca, referências mundiais no assunto. A missão fez parte do projeto “Educação Midiática: Integridade da Informação e Democracia” e contou com a participação de representantes da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), do Ministério da Educação (MEC) e da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Em entrevista ao POPULAR, a conselheira de Educação Superior e Ciência do Consulado da Finlândia em São Paulo, Johanna Kivimäki, explicou um pouco mais sobre o trabalho desenvolvido no país nórdico.

<h2>“Combate à desinformação está no nosso currículo básico nacional”</h2>

Conselheira de Educação Superior e Ciência do Consulado da Finlândia em São Paulo, Johanna Kivimäki explica o modelo alfabetização midiática adotado no país

A Finlândia é considerada uma referência global em alfabetização midiática. Quando e por que o país decidiu incluir a alfabetização midiática no currículo escolar nacional? Houve algum evento específico que motivou essa decisão?

Na Finlândia, a educação midiática geral entrou no currículo nacional pela primeira vez já nos anos 70. Foi parte da discussão crítica sobre a comunicação de massa da época. Mas se falamos do letramento midiático, realmente começou com o aumento da digitalização da educação nos anos 90, como parte do desenvolvimento do pensamento crítico na escola.&nbsp;

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Johanna Kivimäki ( Divulgação)

A primeira política nacional de letramento midiática foi publicada em 2013 e foi revisada em 2019. Essa política não foca só nas escolas, mas envolve também outros atores da sociedade finlandesa. Finalmente, o combate à desinformação em si está no nosso “currículo básico nacional” desde 2016, onde faz parte da competência transversal de letramento midiático que está conectado com todas as disciplinas estudadas nas escolas.

Então, não tivemos um evento particular. Primeiro, foi parte da discussão geral da sociedade e depois consequência da digitalização da educação nas escolas. Durante os últimos anos, o combate à desinformação tornou-se uma habilidade cada vez mais importante, com o aumento do uso da internet e mídia social e das operações de desinformação, requerendo desenvolvimento e implementação de novas soluções constantemente.

O trabalho começa já na educação infantil? Até onde ele se estende? Ele chega ao nível universitário?

Na Finlândia, a educação midiática está no currículo nacional desde a educação infantil até o ensino médio, de acordo com a fase de desenvolvimento das crianças. Na educação infantil, o objetivo é ajudar as crianças a aprender como atuar ativamente e se expressar na comunidade da qual fazem parte. No ensino fundamental, a educação midiática continua por meio do multialfabetismo: os alunos são ensinados a desenvolver sua capacidade de interpretar uma variedade de formas de “texto”, incluindo todos os tipos de mídia, como texto, fala, gravações de áudio, filmes e mídias digitais.&nbsp;

No ensino médio, continuam os mesmos princípios das fases anteriores de educação, embora seja dada especial ênfase ao incentivo à criação, análise e avaliação crítica autónoma da mídia nas suas diferentes formas e contextos. Também tem os estudos transcurriculares denominados Tecnologia e Sociedade.

Quanto à educação superior, a educação midiática pode ser estudada em diferentes universidades e temos também um programa de mestrado em educação midiática na Tampere University.

A alfabetização midiática é ensinada como uma disciplina independente ou está integrada a diferentes áreas do conhecimento? Como os professores são formados para abordar esse tema?

O letramento midiático na Finlândia&nbsp;está conectado com todas as disciplinas estudadas nas escolas. Ou seja, todos os docentes oferecem educação midiática. É ensinada por meio de exercícios que estimulam a criação e análise de diferentes tipos de mídia, incluídos em todas as disciplinas escolares, embora façam parte mais integrante das aulas de língua materna e literatura (finlandês, sueco ou sami).

Poderia compartilhar alguns exemplos práticos de atividades desenvolvidas com os alunos para ajudá-los a identificar a desinformação e desenvolver habilidades de pensamento crítico?

As atividades podem incluir instruções para reconhecer métodos para enganar os leitores na mídia social, como manipulações de imagens e vídeos, meias-verdades, intimidações e perfis falsos. Ou para identificar os bots maliciosos, por exemplo, procurando fotos de stock (fotografias profissionais que ficam disponíveis para compra ou uso gratuito em bancos de imagens na internet), avaliando o volume de publicações por dia, verificando se há traduções inconsistentes e falta de informações pessoais.

Para reconhecer e separar fatos de ficção podem, por exemplo, eleger um tema para investigar online, discutir juntos sobre as diferentes fontes e onde a informação foi publicada e se pode encontrar a mesma informação por outro lado. Mas discutir também como a informação impacta no nível emocional.

Educação midiática avança como ferramenta contra a desinformação

Iniciativa

Rumo a Goiânia, vindo pela GO-020, na altura do quilômetro 25, há alguns anos, se alguém mais curioso entrasse à direita, antes da ponte sobre o Ribeirão Olaria, em um quilômetro contemplaria um monumento da natureza, cada vez mais raro por essas bandas: um campo de murundus, ecossistema peculiar, cheio de montículos, de especial importância para a conservação de recursos hídricos e o equilíbrio ambiental de toda a região que o circunda.

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A impressão primeira que se tem é de que se trata de cupinzeiros revestidos de vegetação, para os leigos. Também chamados de covais ou monchões, os campos de murundus são, na paisagem, o resultado da ação de insetos, por milhares de anos. O avanço da ação humana, com a urbanização e a expansão da fronteira agrícola, porém, tem degradado e muitas vezes exterminado esses microrrelevos.

Considerados santuários de biodiversidade no Cerrado, os campos de murundus existem, com outras características, também em outros biomas no Brasil e no mundo. Em Goiás, estão concentrados notadamente na Bacia do Rio Araguaia e no Sudoeste goiano. Na região central do Estado e notadamente na capital e seus arredores, a presença é cada vez mais diminuta. Não por coincidência, mas talvez por consequência, as crises hídricas se intensificaram na região metropolitana.

A distribuição espacial pelo território goiano foi mapeada por um levantamento da equipe do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig) – ligado ao Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa) da Universidade Federal de Goiás (UFG) –, requisitado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), ainda em 2020. A pasta, tendo à frente já Andréa Vulcanis, havia encomendado o trabalho com o objetivo de monitorar e preservar essas áreas, em meio à polêmica surgida com a revogação, no ano anterior, de uma lei estadual de 2007, específica para proteção dos murundus.

Coordenador técnico da pesquisa, chamada “Relatório técnico: mapeamento dos remanescentes de campos de murundus ou covais no Estado de Goiás”, o professor Nilson Ferreira, da Escola de Engenharia Civil e Ambiental (Eeca), ressalta que os campos de murundus são estruturas essenciais à biodiversidade nas regiões em que se encontram. “Tanto a fauna e a flora como cursos hídricos são beneficiados pelos murundus”, explica.

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Equipe do Lapig/UFG em trabalho de pesquisa de campo de murundus, com professor Nilson Ferreira (camisa azul) à frente (Lapig / Divulgação)

Sua colega professora Elaine Silva, do Iesa e também coordenadora geral do trabalho que foi elaborado para a Semad, anuncia que nova pesquisa do Lapig, para todas as áreas de vegetação remanescente de Goiás, vai beneficiar os campos de murundus com mapeamento mais eficiente. “É um trabalho inédito, em escala de 1 para 20.000, com imagens de alta resolução de vários satélites, para um resultado melhor”, conta. “A expectativa é de que em meados de 2026 todo o Estado esteja mapeado, em todas as fitofisionomias.”

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/avanca-terceirizac-o-do-parque-estadual-da-serra-de-caldas-1.3307609" target="_blank">Avança terceirização do Parque Estadual da Serra de Caldas</a> 
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<a href="https://opopular.com.br/magazine/exposic-o-traz-obras-que-refletem-a-relac-o-de-elder-rocha-lima-com-o-cerrado-1.3310339" target="_blank">Exposição traz obras que refletem a relação de Elder Rocha Lima com o Cerrado</a></div>

Grande Goiânia

No estudo realizado pelo Lapig há cinco anos – elaborado em escala cartográfica de 1 para 50.000 – foram catalogados apenas 16 campos de murundus na Região Metropolitana de Goiânia (RMG). Estão bem menos presentes nela do que em outras partes do Estado, mas muito do que existia já foi engolido pelas cidades ou destruído para dar lugar a pastagens, lavouras e estradas na zona rural. Hoje, há o registro de apenas um na capital. Os outros 15 se espalham por Trindade (2), Santa Bárbara de Goiás (1), Guapó (4), Hidrolândia (3) e Bela Vista de Goiás (5).

Voltando à viagem pela GO-020, é nesse último município que podia se encontrar aquele mesmo campo de murundus do início do texto. Situado junto a uma área de mata ciliar, o local ele tem outros “vizinhos”, bem menos convencionais: está encaixotado numa propriedade com terrenos de agropecuária, ao lado de uma grande represa, pista de pouso com dois quilômetros de extensão e uma mansão faraônica com 1 mil metros quadrados (m²) que hoje separa aquela vegetação singular do asfalto da rodovia. O aeródromo se chama Embaixador; já a habitação gigante, inspirada na Casa Branca, é a sede da Fazenda Balada, propriedade do cantor Gusttavo Lima.

A área original do campo de murundus na propriedade, segundo o estudo do Lapig, é de 3,87 mil m², ou seja, menos de 4 hectares (ha). Observando imagens de satélite ao longo dos anos, é possível perceber que toda a área passou por modificações, com o decorrer dos últimos anos, inclusive com a construção da robusta pista de pouso. No caso do campo de murundus, é possível ver uma maior alteração depois de 2023, depois do que uma parte do que deveria ser uma área de preservação permanente (APP) é suprimida.

A reportagem procurou contato e a assessoria de Gusttavo Lima declarou que a área da Fazenda Balada não se enquadra como campo de murundus, “mas sim como vereda associada a campo úmido”. “Dessa forma, ressaltamos também que não existe degradação de campo de murundus, seja antes ou após 2023. Destacamos ainda que a propriedade conta com consultoria ambiental especializada, que acompanha a propriedade desde 2017”, acrescentou, em nota. Sobre o caso específico, a Semad disse que “embora a camada vetorial do levantamento indicasse inicialmente a área como campo de murundus, a verificação técnica constatou que a indicação não se confirmou, uma vez que o local já se encontrava antropizado antes da edição da lei estadual que classificou os campos de murundus como APP”.

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Campo de murundus remanescente em Goiânia, na região sudoeste da cidade, sofre com pressão urbana (Wildes Barbosa / O Popular)

Na capital, único remanescente luta para existir

Na região sudoeste da cidade, saída para Aragoiânia, próximo à GO-040, de um lado, e também perto da divisa com o município de Abadia de Goiás, de outro, uma área de 7,7 mil m², ou cerca de dez campos de futebol, está o último campo de murundus da capital. A reportagem do POPULAR esteve no local na quinta-feira (11) e nada faz lembrar uma vegetação exuberante. Ao contrário, a área foi afetada por uma queimada recentemente e alguns cavalos faziam lembrar mais uma pastagem urbana. O local, se é próximo a uma mata, também tem a pressão dos muitos bairros e loteamentos abertos ao redor.

Boa parte dos campos de murundus também se encontra em regiões também impactadas. No único que existe catalogado em Santa Bárbara de Goiás, saída oeste de Goiânia, a sede de uma propriedade rural implanta novas estruturas, como uma piscina e outros equipamentos. Em Trindade, as duas áreas registradas, separadas por cerca de um quilômetro, no distrito de Santa Maria, estão às margens da GO-050.

Campos de murundus são considerados APPs

Até 2019, Goiás tinha uma legislação específica para proteção aos campos de murundus: era a Lei Estadual nº 16.153/2007, que garantia a preservação permanente da formação, por ser considerada de importância fundamental para recarga de rios e lençóis freáticos, principalmente na estiagem, absorvendo e retendo por mais tempo a água no período de chuva. Os deputados da Assembleia Legislativa de Goiás revogaram a lei, alegando que ela havia se tornado inócua a partir da entrada em vigor dos códigos florestais nacional e estadual. Pesquisadores e ambientalistas criticaram a medida, considerada um retrocesso para a proteção dos murundus.

Hoje, informa a Semad, pela legislação goiana, os remanescentes de campos de murundus ou covais, bem como a faixa de 50 metros de largura em sua projeção horizontal, contada a partir da borda exterior de sua caracterização, “são considerados áreas de preservação permanente, com o mesmo regime de proteção das demais APPs”.

Para o delegado Luziano de Carvalho, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (Dema), nem haveria necessidade de muita controvérsia. “É indiscutível que tenha de se preservar os campos de murundus. É simples: ou eles mesmos constituem uma nascente ou são a razão de uma nascente existir”, resume. Uma das frentes de batalha de sua equipe, especialmente na Bacia do Araguaia, tem sido na autuação de propriedades rurais cujos donos constroem drenos clandestinos em APPs, muitas delas extensos campos de murundus. “São piores do que o desmatamento puro e simples, onde a vegetação ainda consegue se reconstituir. Quando vem o dreno, o solo seca, é bem mais grave e muitas irreversível para aquele ambiente.”

<h2>Biodiversidade e saúde pública</h2>

O que teria a ver um tipo de vegetação peculiar com uma questão de saúde pública? Para quem consegue ligar os pontos entre problemas ambientais e sanitários, isso se torna uma questão até mesmo elementar. Os dados, no entanto, se conectam por fatos que ocorrem simultaneamente, mas com uma concatenação discreta entre si.

A dengue era uma doença praticamente desconhecida no Brasil do início dos anos 80. A primeira vez que se considera haver uma epidemia da doença no País ocorre apenas entre 1981 e 1982, em Boa Vista, na ainda hoje periférica Região Norte. Já era uma consequência do início do avanço da fronteira agrícola – e, portanto, do desmatamento – da Amazônia e do Cerrado. O resultado foi um desequilíbrio ecológico e a proliferação de pragas e insetos, como o Aedes aegypti, vetores de novas doenças. A dengue e outras enfermidades se tornam uma constante dolorosa nas equações dos aglomerados urbanos, em que predadores naturais deixam de existir.

Nesse cenário, doenças transmitidas por microorganismos se expandem desproporcionalmente – ou voltam a aparecer. &nbsp;Em Goiânia, na quinta-feira (11) foi confirmado um caso de febre amarela em um macaco encontrado morto no Residencial Forteville. O bairro, na região sudoeste, é vizinho ao único campo de murundus registrado na capital.

“Esse é um papel que cumprem áreas ricas em biodiversidade, como os campos de murundus. A disseminação dessas doenças são consequências ambientais. Preservar essas áreas também é uma questão de saúde pública”, diz o professor Nilson Ferreira, da Escola de Engenharia Civil e Ambiental (Eeca) da UFG.

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Ecossistema 'especial', campos de murundus estão sob risco de extinção

SEMANA DO CERRADO

Nos dias 23 e 24 de setembro, acontece o 1º Fórum Nacional de Arroz de Terras Altas (InovArroz 2025), em Goiânia, com o tema “O desenvolvimento do Arroz de Terras Altas no Brasil, com foco na região do Cerrado”. O evento é promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto para Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag) e Sindicato da Indústria do Arroz do Estado de Goiás (Siago).

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O gerente técnico do Ifag, Leonardo Machado, lembra que a produção brasileira de arroz cresce 16% na safra 2024-2025. “Não tem como o mercado se manter nesta situação. Estoques de passagem serão elevados”, avalia, se referindo à queda dos preços.

Segundo a Conab, no ano passado, o País finalizou a safra com estoque de 496 mil toneladas, o que corresponde a 5% do consumo brasileiro. Neste ano, a estimativa é fechar com 2 milhões de toneladas, quatro vezes mais e 20% do consumo.

Machado ressalta que o produtor avalia questões de rentabilidade para fazer sua escolha, mas o arroz de terras altas tem se expandido em Goiás como boa opção para rotação com a soja. “Não é só preço, mas os ganhos agronômicos”, diz. Por isso, ele acredita que os ganhos agronômicos podem continuar incentivando a produção em Goiás. Mas a falta de armazenagem também já preocupa o produtor. “Nossa capacidade de armazenamento já é baixa e se culturas como a soja e o milho já sofrem, imagina o arroz”, alerta.

O empresário Jerry Alexandre de Oliveira, presidente do Siago, conta que o setor foi a Brasília em 2024 e fez uma verdadeira peregrinação em órgãos como Conab, Ministério do Desenvolvimento Agrário e BNDES na tentativa de viabilizar uma linha de crédito para indústrias se equiparem no mesmo modelo do PCA (Programa para Construção e Ampliação de Armazéns).

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O objetivo era incluir a indústria de arroz no programa, mas não tiveram êxito. “Pedimos até a liberação de um armazém da Conab, que está parado em Porteirão, numa parceria público privada para que indústrias pudessem assumir e reformar a unidade para receber arroz dos pequenos produtores que têm pivôs, mas não têm secador, nem silo. Mas não conseguimos”, conta Oliveira.

Para os maiores, o sindicato fez um workshop e deu consultoria para preparar equipes para secar arroz, que tem manejo diferente de soja e milho. “Vários produtores secaram seu próprio arroz com êxito. No ano passado, a indústria goiana teve resultado muito positivo”, afirma.

Neste ano, o País teve safras muito boas no Rio Grande do Sul e Tocantins, maiores produtores do País, e houve aumento de área no Mato Grosso, Minas Gerais e Sul da Bahia. O aumento de produção em Goiás e outros estados substituiu o arroz que vinha do Tocantins. A grande quantidade colhida pressionou os preços para baixo.

O presidente do Siago acredita que o arroz está consolidado entre os irrigantes como uma boa opção na rotação de culturas. Segundo ele, no próximo ano, a cultivar A503 chega ao mercado na mesma proporção do 502 e se aproxima muito da qualidade do Sul. “O cenário é muito bom para a indústria, que, tendo arroz para beneficiar, se torna mais competitiva e tem a possibilidade até de mandar arroz já beneficiado para outros estados”, prevê.

Ele também defende a criação de uma política para incentivo do cultivo, incluir o grão no Finame (Agência Especial de Financiamento Industrial) e ter taxas mais atrativas para a indústria investir em estrutura de secagem e armazenagem. “Em 2024, sobrou verba desta linha e poderíamos estar com mais indústrias melhor equipadas para receber este arroz”, analisa.

Hoje, os investimentos são feitos com recursos próprios. Com as novas variedades, a indústria goiana passou a beneficiar mais grãos produzidos no estado. “Chegamos a beneficiar 80% de arroz de fora em Goiás. Neste ano, não devemos passar de 60%”, prevê. Em uma indústria de médio porte, uma estrutura para secar de 240 a 300 toneladas por dia, e armazenar, exige um investimento de cerca de R$ 20 milhões.