O padre Robson de Oliveira Pereira foi denunciado pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) nesta segunda-feira (7) junto a mais 17 pessoas por crimes como lavagem de dinheiro, apropriação indébita e organização criminosa. Na sexta-feira (4), o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), desembargador Walter Carlos Lemes, havia suspendido o trancamento do processo investigatório, acatando pedido dos promotores responsáveis pelo caso.O padre e os outros denunciados são suspeitos de desviar recursos da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) oriundos de doações de fiéis. Na denúncia, a qual O POPULAR teve acesso, é dito que o grupo atuou entre janeiro de 2010 e agosto de 2020 como uma organização criminosa, “estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, destinada a obtenção de vantagem (inclusive pecuniária) mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas são superiores a quatro anos com prejuízo para as Afipes”.O MP-GO fala em Afipe no plural porque durante a investigação descobriu que o padre criou duas entidades com o mesmo nome da associação original com o intuito, supostamente, de concentrar poderes, uma vez que uma delas passou a receber a maior parte dos recursos doados e tinha apenas ele como responsável.O padre e os outros denunciados sempre negaram as acusações. A defesa do padre Robson de Oliveira disse, por meio de nota, que o religioso é inocente e que isso já teria sido decidido pela Justiça. De acordo com ela, “são as mesmas injustas investigações que o Ministério Público insiste em fazer em uma associação privada que não tem qualquer satisfação a dar em relação” aos promotores.O advogado Pedro Paulo de Medeiros argumenta que é como se os promotores quisessem entrar na casa de um cidadão e dizer como deve ser o almoço, os gastos da família e os afazeres domésticos. “É um assunto interno da associação (o que ela faz com os recursos). Não há qualquer irregularidade.”Pedro Paulo também afirma que aguarda que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirme o trancamento do processo determinado no dia 6 de outubro pela 1ª Câmara Criminal do TJ-GO. Na nota enviada, é dito que “a defesa segue tranquila aguardando a confirmação pelo STJ da decisão já tomada pela unanimidade do Tribunal de Justiça, que reconheceu que padre Robson é inocente e trancou as investigações.”Entretanto, nenhuma das decisões até agora entraram no mérito sobre as suspeitas contra o padre.