É regular o estado de saúde do mecânico Roberto Lourenço da Silva, 42 anos, pai de Roberto Campos da Silva, de 16 anos, o Robertinho, morto por policiais militares dentro de casa, no setor Residencial Vale do Araguaia, em Goiânia. Em nota, a assessoria do Hugo informou que ele está consciente em um leito de enfermaria.Roberto voltou a ser internado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), nesta terça-feira (2), após sentir dores no abdômen, região que foi operada após o mecânico ser atingido por disparo de arma de fogo. Três policiais militares são suspeitos de cometerem o crime e estão presos preventivamente, no Presídio Militar, na capital. Relembre o casoOs soldados Cláudio Henrique da Silva, Paulo Antônio de Souza Júnior e Rogério Rangel Araújo Silva, lotados no serviço reservado do Comando do Policiamento da Capital (CPC-2), foram indiciados pelos crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio, invasão de domicílio e abuso de autoridade. Eles foram autuados em flagrante e tiveram a prisão convertida em preventiva pelo juiz Oscar de Oliveira Sá Neto, da 7ª Vara Criminal de Goiânia.Segundo a acusação, os três militares chegaram na casa do mecânico na noite do dia 17 de abril, desligaram o padrão de energia e não se identificaram como policiais. Eles averiguavam, sem conhecimento do comando, uma denúncia de que o dono da casa andava armado. A denúncia havia sido feita, conforme depoimento dos militares, por uma pessoa não identificada que eles haviam abordado um pouco antes.Quando a energia foi suspensa, Roberto e o filho foram ver o que estava acontecendo e ao chegar perto do portão notaram que tinha gente do lado de fora. Roberto subiu em uma escada e viu que eram três homens armados. Eles estavam sem farda e em carro não plotado da corporação. Com medo de ser assaltado, Roberto teria atirado para o alto para assustar os homens, mas eles atiraram de fora para dentro, atingindo pai e filho.Os militares invadiram a casa e atiraram novamente nas vítimas, matando Robertinho. Na decisão que converteu o flagrante em prisão preventiva, o juiz Oscar Neto entendeu que os soldados, ao violarem o domicílio alheio, em período noturno, sem farda e sem viatura oficial, apagando as luzes da casa, para a prisão de uma pessoa que supostamente possuía uma arma de fogo “é de um abuso e de uma desproporcionalidade estarrecedoras”.