Atualizado às 15h08Pais do bebê que foi deixado para adoção na Maternidade Nascer Cidadão, unidade da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, Antônia Lopez e Taysson Rodrigo, querem o filho de volta. Ao dar à luz, ela informou ao hospital que não ficaria com a criança por falta de condições financeiras e abandonou a unidade. Embora o Conselho Tutelar tivesse sido informado, o bebê teve de permanecer internado por precisar de cuidados médicos. Aproveitando a situação, a técnica de enfermagem Elenita Aparecida Lucas Correa sequestrou o recém-nascido antes que ele fosse encaminhado a um abrigo, onde está agora. O bebê nasceu no dia 24 de maio último. No dia seguinte Antônia Lopez deixou a maternidade. A criança, do sexo masculino, foi levada para a Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal, local de onde foi retirada pela técnica de enfermagem na madrugada do dia 30, depois de cortar o fio do sistema de monitoramento por câmeras. Elenita subtraiu o bebê e o conduziu a uma distância de 30 quilômetros dentro do baú de sua motocicleta até a casa de parentes, que ficariam com a criança, conforme previamente planejado. O fato foi desvendado no mesmo dia pelo delegado Wellington Lemos, do 22º Distrito Policial. A criança retornou para a maternidade quase dez horas após ser sequestrada. Elenita Aparecida e quatro familiares foram indiciados.FomeAntônia, que tem outros três filhos, alegou não ter condições financeiras para criar o bebê, por isso optou por entregá-lo a adoção. No mesmo dia do sequestro, o pai, Taysson procurou a polícia. "Eu não fui informado da decisão dela antes, mas entendi. Levar a criança para casa para passar fome? Basta a gente", disse ele ao POPULAR. O casal está junto há cerca de um ano e está desempregado. Ele é pedreiro e ela diarista, mas não conseguem colocação no mercado. Na casa da família, em Senador Canedo, vivem ainda dois filhos só dela, de 24 e 13 anos e um filho dele, de 10 anos. "Ela ainda está muito assustada com tudo o que aconteceu. Parece que não acredita que tomou a decisão. Ela não queria deixar o bebê, mas ficou com medo dele passar fome", explicou Taysson.Um advogado está cuidado do caso sem cobrar pelo trabalho. Desde que Antônia deixou a maternidade eles não conseguiram ver a criança. "Tentamos de tudo, mas não teve jeito. Ele é nosso filho biológico e vamos lutar", afirmou o pai. Parentes disseram que vão ajudar a família a cuidar da criança se o Juizado da Infância e da Juventude de Goiânia acatar o pedido. "Tudo o que eu quero agora é conseguir um emprego, pegar meu filho e levar a minha vida normalmente", espera Taysson Rodrigues.