A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia testou 40 pastores, moradores de Goiânia, que participaram do evento religioso apontado como possível foco da contaminação de duas moradoras de Aparecida de Goiânia pela variante ômicron, do coronavírus que causa a Covid-19. Um deles teve resultado positivo para a doença.De acordo com a pasta, o pastor, que apresentou sintomas leves, teve amostra de RT-PCR coletada para realização do sequenciamento genômico, que apontará o tipo de variante que ele contraiu. A SMS diz que, além da testagem e da coleta de RT-PCR, monitora o caso diariamente. A quarentena do grupo deve durar 14 dias.Além do acompanhamento dos 40 pastores, a SMS de Aparecida de Goiânia, que confirmou que as duas mulheres, de 20 e 46 anos, estavam infectadas com a ômicron, no último domingo (12), faz o monitoramento delas e de outras quatro pessoas que tiveram contato direto com ambas. As mulheres, que são moradoras dos bairros Santa Luzia e Chácaras Bela Vista, não apresentaram complicações até o momento. Elas e os contatos seguem em quarentena e estão monitorados pela Central de Telemedicina. Todos os contatos também foram testados. De acordo com a SMS de Aparecida, caso algum deles teste positivo, a amostra será sequenciada para verificar se a infecção foi causada pela ômicron.InfectadasÉ provável que as mulheres tenham se infectado depois de ter contato com um casal que veio de Luanda, na África. Eles chegaram em São Paulo, no dia 3 de dezembro, e seguiram para Aparecida de Goiânia, onde ficaram até o dia 5 de dezembro. Eles estavam assintomáticos e com resultado RT-PCR negativo para a Covid-19.Durante o período em que estiveram na cidade, os dois missionários participaram de um evento de uma igreja evangélica da capital. As mulheres participaram da reunião, que contou com a presença de pastores de diversas nacionalidades. Em vídeos postados nas redes sociais, é possível ver a igreja lotada de fiéis sem máscaras e alguns de mãos dadas. Logo após o dia 5, as duas mulheres começaram a apresentar sintomas da doença. Elas testaram positivo para a Covid-19 nos dias 8 e 9 de dezembro. De acordo com a SMS de Aparecida, os religiosos retornaram para São Paulo no dia 5 de dezembro, antes do resultado das moradoras da cidade.Vacinação de crianças contra a Covid só em 2022A vacinação de crianças contra a Covid-19 deve começar apenas 2022. É o que afirma Flúvia Amorim, superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO). “O Brasil ainda não comprou os imunizantes. Por isso, é provável que só tenhamos a vacinação deles ano que vem”, esclarece. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta quinta-feira (16) a aplicação da vacina da Pfizer contra Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos, mas o Ministério da Saúde ainda não divulgou uma previsão de quando a imunização do grupo começará.Isso porque o imunizante usado nas crianças com até 11 anos é diferente daqueles usados nas pessoas com 12 anos ou mais, apesar de o princípio ativo ser o mesmo. “É uma apresentação diferente. A composição é outra”, explica Flúvia.Por isso, o governo federal terá que comprar uma versão específica do produto, que possui dosagens e frascos diferentes. A autorização fornecida pela Anvisa nesta quinta já foi concedida pela (FDA), agência regulatória de saúde dos Estados Unidos.“A chegada do imunizante aos postos depende do calendário e da logística do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI/MS), que coordena a distribuição das vacinas por meio de programas públicos no Brasil”, informou o Ministério da Saúde em nota técnica divulgada na quinta. Flúvia diz que é possível que Goiás faça a compra de doses da vacina de forma independente. “Tudo está sendo discutido e articulado”, afirma. Entretanto, a superintendente explica que as farmacêuticas dão prioridade de venda para os países. “Somente se o ministério se recusar a comprar é que a negociação passa a acontecer com os estados”, explica. Goiás, de acordo com o Censo de 2010, o último disponível, possuía 910,5 mil crianças com até 9 anos de idade e 1,4 milhão até 14 anos . Os números são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).ConecteSUSNesta quinta, o Ministério da Saúde também comunicou que o ConecteSUS, plataforma que fornece dados como o comprovante de vacinação, deverá voltar a funcionar no próximo final de semana. Há cerca de uma semana, os sistemas do Ministério da Saúde saíram do ar após um ataque hacker.Ao longo dessa semana, a orientação do Ministério da Saúde foi para que as pessoas usem o comprovante de vacinação entregue pelos profissionais da saúde no momento da imunização para fazer viagens e conseguir entrar em lugares que exigem o esquema vacinal completo, como alguns eventos.Flúvia explica que pessoas que vão fazer, por exemplo, viagens internacionais, podem pedir uma declaração de vacinação assinada para as secretarias municipais de Saúde. “Cada município tem adotado uma estratégia. Por isso, é importante se informar nas secretarias”, diz. Em Goiânia, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que a apresentação do comprovante de vacinação é suficiente e que se a pessoa tiver todos os comprovantes, é possível emitir uma declaração de vacinação.