Em Goiás, há uma luta pouco barulhenta para encontrar, atender e cuidar de pessoas com a doença de Chagas, uma patologia grave negligenciada por atingir em maior número pessoas de baixo poder socioeconômico. Autoridades de saúde estimam que o estado tenha entre 200 mil e 300 mil infectados, porém por ser pouco sintomática, há dificuldade de diagnóstico. A taxa de descoberta é menor do que 10%. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), a América Latina é campeã em casos anuais da doença. Dos cerca de 30 mil diagnosticados, 10 mil resultam em mortes. Veja na TV Anhanguera: Goiânia tem laboratório dedicado exclusivamente à doença de Chagas Embora pouco comentada, a doença de Chagas é uma enfermidade que tem sido alvo de atenção e estudos em Goiás há várias décadas. Radicado no estado há mais de 50 anos e desde então dedicado ao tema, o médico uruguaio Alejandro Luquetti é considerado um dos maiores especialistas do mundo na doença. Ele conta que aprendeu muito com dois colegas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, até então os maiores estudiosos da patologia, Joffre Rezende e Anis Rassi, ambos já falecidos. “Formamos um trio. Há 50 anos, 10% dos pacientes do Hospital das Clínicas da UFG tinham Chagas. Era muita gente”, lembra.