Quando a advogada Letícia Garces de Souza, 43 anos, em abril deste ano, defendeu a sua dissertação de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Goiás, no campus Cora Coralina, cidade de Goiás, sabia que estava cumprindo uma das suas metas de vida: jogar luz sobre a realidade das mulheres agredidas por seus parceiros, em especial as camponesas, na condição da qual foi vítima de violência doméstica. “Tudo o que estudei foi em razão da minha vivência. Cheguei à conclusão de que não deveria me calar”, comentou. Moradora da cidade de Goiás, Letícia concluiu sua graduação pela Universidade Federal de Goiás em 2021 no campus da antiga capital. Ela integrou a segunda turma de Direito dentro do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), destinado a assistidos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Quando iniciou a vida acadêmica, a advogada era a voz das famílias do Assentamento Padre Felipe Ledet, localizado no município. A experiência amarga que viveu ali ampliou sua sede por conhecimento e desejo de justiça social.