O estudante de doutorado da Universidade Federal de Goiás (UFG), Bruno R. Ribeiro, e a equipe de pesquisadores ficaram em primeiro lugar no prêmio Ebbe Nielsen Challenge 2022. Ele é o primeiro brasileiro a vencer o concurso.O concurso que premiou Bruno e sua equipe acontece anualmente e é realizado pela Global Biodiversity Information Facility (GBIF), sediada em Copenhague, na Dinamarca, que trabalha com a disponibilização de dados científicos de biodiversidade por meio da internet e webservices.No início do doutorado, Bruno precisou de dados sobre registro de ocorrência das plantas do Brasil. Ao entrar em contato com pesquisadores do Jardim Botânico no Rio de Janeiro ele descobriu que esses dados não existiam. Para suprir a necessidade de um banco de informações que ajudasse não só para seu doutorado, mas outros pesquisadores, surgiu a ideia de uma ferramenta de auxílio.O time montado para essa pesquisa de desenvolvimento trabalha na UFG, com exceção de Steven Bachman, que mora na Inglaterra e foi convidado pelo Bruno para integrar a equipe."A gente pegou registros de ocorrência de vários lugares, de bases online, e começou a juntar esses registros. E como a gente sabia que tinha muitos problemas, pesquisamos as ferramentas e técnicas para limpar e manejar esses dados", explica Bruno.Bruno explica que a ferramenta é um conjunto de funções para verificar a qualidade dos registros de ocorrência de espécies. Os dados são coletados por pesquisadores e contêm informações como de onde a espécie está, qual espécie é com o nome e quando foi feita a coleta e muitas outras informações."Nesse processo a gente viu que existiam ferramentas, mas elas não eram fáceis de ser usadas e que não tinha ferramentas para lidar com vários outros problemas. Então foi lidando no dia a dia nesses quase três anos de desenvolvimento, que terminou nesse prêmio" - continuou.De acordo com o Bruno, nas plataformas existentes hoje para procurar as espécies, não existe a verificação da qualidade das informações registradas, ficando a cargo do pesquisador fazer esse trabalho."A ferramenta pode ser usada em duas vias. Ajudar os pesquisadores a identificar problemas nos seus dados antes de tornar os dados públicos. E ajudar os usuários finais a verificar a qualidade dos dados que estão baixando" - disse.Ele explica ainda que a importância de ter dados com qualidade ajuda nas pesquisas científicas, no estudo de artigos e até no processo de tomadas de decisão ambiental.A ferramenta 'Biodiversity Data Cleaning' (BDC), desenvolvida com colaboradores e com orientação do professor do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução (PPG-EcoEvol) do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), da Universidade Federal de Goiás (UFG), Rafael Loyola. Fazem parte do trabalho: Karlo Guidoni-Martins, Lucas Jardim e Geiziane Tessarolo, que são da UFG. Além de Santiago José Elías Velazco da Universidad Nacional de Misiones, Argentina e Steven Bachman da Royal Botanic Gardens, UK.A ferramenta criada pelo grupo de pesquisadores foi escrita em uma linguagem específica e precisa de um conhecimento mais técnico e especializado para uso. Pesquisadores, graduandos e pós-graduandos ou profissionais liberais com um pouco de conhecimento em programação conseguem utilizá-la.A equipe agora está iniciando colaboração com pesquisadores da Austrália e Estados Unidos (EUA), para adicionar mais funcionalidades na ferramenta e vai deixar ela mais abrangente.Leia também:- Instituições federais de Goiás já perderam R$ 17 milhões em 2022- Pesquisadores descobrem crânios milenares em Serranópolis, no Sudoeste de Goiás- Aluna da UFG cria bloco de concreto que pode reduzir calor dentro das casas-Imagem (1.2543563)