Os policiais militares Wilson Luiz Pereira de Brito Júnior e Bruno Rafael da Silva, denunciados pela morte de um jovem com câncer após uma abordagem, em Goiânia, possuem registros na ficha de antecedente criminal por homicídio e lesão corporal, de acordo com uma certidão emitida pela Justiça.O documento faz parte do processo que investiga as condições em que o barbeiro Chris Wallace da Silva foi morto, após a suposta agressão que teria ocorrido no dia 16 de novembro.Na ficha do policial Bruno Rafael há dois registros de homicídio com um intervalo de dois dias e um caso de abuso de autoridade por lesão corporal, além do processo de Chris. Segundo o documento, um dos casos de homicídio está em fase pré-processual e os outros dois foram arquivados.Já na certidão de Wilson Luiz consta o processo de Chris, dois casos de homicídio, já arquivados, e um de lesão corporal que está em fase pré-processual. O câncer que Chris tratava desde os 14 anos era um mieloma múltiplo, caracterizado principalmente por fraturas ósseas que são agravadas diante de esforços físicos. No dia da abordagem, Chris havia saído de casa com o amigo para ir a uma distribuidora de bebidas. O barbeiro teria voltado cerca de 20 minutos depois, vomitando sangue e com lesões pelo corpo. Uma testemunha afirmou, em depoimento à Polícia Civil, que viu policiais militares saírem de uma viatura e abordarem dois indivíduos. Pelo relato, os abordados eram Chris e um amigo dele, identificado apenas como Marcos. Conforme relatou a família, a vítima lutava contra um câncer nos ossos há dez anos.Antes de ser levado ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), disse à família que havia sido agredido durante abordagem policial. No Hugo, onde morreu após seis dias, o jovem deu entrada com descrição médica de espancamento, mesma razão apontada no certificado de óbito.