Os 65 animais que caíram no Rio Meia Ponte no último sábado (19), depois de a parte traseira de uma carreta semirreboque tombar, ainda não tem data para serem retirados da água. A Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) informou que a responsabilidade é da empresa dona do gado que era transportado pela BR-153, sentido Anápolis-Goiânia, que também não teria apresentado uma data. Enquanto isso, o mau cheiro toma conta da região.Quem passa de carro ou moto pelo km 3 da rodovia não consegue ver os animais, mas pode sentir o odor das carcaças, que também acumulam muitas moscas. Não é possível confirmar se todos os animais que estavam no compartimento de carga permanecem dentro da estrutura. E, apesar de arriscado, curiosos param para olhar, fazer fotos ou filmagens no lugar, o que pode ser perigoso e ainda render multa se a pessoa estiver em algum veículo parado de maneira irregular.A Saneago informou que não há riscos para o abastecimento da capital, porque o local do acidente fica abaixo da área de captação de água para distribuição. A Amma também informou que realizou análise de amostras de água recolhida no local e não foi detectado fator poluidor. A pasta encaminhou nota dizendo que, após a retirada do veículo, serão coletadas novas amostras para análise. Questionada sobre dia e como os animais e a estrutura do veículo será retirada, a resposta foi de que a responsabilidade é da empresa.A reportagem confirmou que um representante da empresa seguradora da carga já compareceu à Amma para informar que pretende realizar a retirada, mas antes disso precisará apresentar o plano de ação, já que precisará contar com apoio de outros órgãos, como a Polícia Rodoviária Federal (PRF).Por se tratar de Área de Preservação Permanente (APP), qualquer ação deve ter autorização prévia das autoridades ambientais do município.Além disso, a empresa terá de realizar poda de árvores para fazer a retirada. Na nota encaminhada pela Amma, consta que a equipe de arborização já esteve no local para avaliar essa situação. Nesse caso, a pasta informou que a empresa dona dos animais será responsável por eventual compensação ambiental, plantio e reparação da área.Sobre a aplicação de multas ou outras sanções à empresa dona dos animais, a Amma informou que aguarda os resultados das investigações da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) e o posicionamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para manifestações que se julgarem necessárias.Delegada Simelli Lemes, do Grupo de Proteção Animal (GPA), da Delegacia de Meio Ambiente(Dema), disse que oficiou a PRF sobre as circunstâncias do acidente, mas que até agora não foram identificados maus-tratos ou dolo na queda.O delegado titular da Dema, Luziano de Carvalho, informou que a especializada instaurou procedimento para apurar possíveis crimes ambientais cometidos. A reportagem apurou que os animais estavam sendo transportados dentro das regras e prazo corretos.Motorista relata falha mecânicaO acidente com a carreta boiadeiro aconteceu na manhã do último sábado (19). O condutor, de 40 anos, que não teve o nome divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), contou que o trânsito estava bastante lento quando precisou parar. Ele disse que notou uma falha mecânica e, quando percebeu, o compartimento traseiro estava pendendo para o lado do rio. Ele não conseguiu fazer nada para impedir. A concessionária que administra a via também foi acionada, mas não havia o que ser feito.Por conta das fortes chuvas que haviam sido registradas na semana do acidente, o rio estava com nível bastante alto. Além disso, pela falta de acesso, não era possível resgatar os animais. A carga ficou submersa por todo o final de semana. Apenas com a estiagem e a redução do nível do rio foi que as carcaças dos animais e a estrutura do caminhão foram vistas, praticamente no mesmo local onde haviam afundado. O motorista não ficou ferido, nem outros veículos foram atingidos.-Imagem (1.2408302)