A Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) deflagrou, nesta quinta-feira (17), a terceira fase da Operação Looping, que tem como objetivo desarticular um grupo suspeito de falsificar documentos em cartórios para tomar posse de fazendas no DF e em Goiás. A segunda fase da operação, ocorrida em junho deste ano, culminou na prisão do empresário José Tatico e seu filho, que foram liberados logo depois.As investigações começaram em 2021, quando a polícia apurou que o grupo criminoso, formado por empresários, um advogado e um tabelião de notas de Limeira, em Minas Gerais – afastado de suas funções em 2015 devido à prática de irregularidades –, havia falsificado a documentação de posse e invadido uma região do Gama, no DF, avaliada em R$ 15 milhões.Na ação de hoje, a PCDF cumpre dois mandados de prisão temporária e seis de busca e apreensão em Águas Lindas de Goiás e em Londrina, no Paraná.Conforme a instituição, os alvos da operação são suspeitos de produzir os documentos falsos, assinados pelo tabelião, para a transmissão de três propriedades rurais “de alto valor”, uma no Gama e duas em Mimoso, em Goiás.A reportagem tenta confirmar a identidade dos alvos da ação.Fases 1 e 2A primeira fase da Operação Looping aconteceu no dia 25 de janeiro deste ano. Na ocasião, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em empresas e casas localizadas em Goiânia, Águas Lindas de Goiás, Gama e em Salvador, na Bahia.De acordo com a PCDF, as investigações apontaram que o antigo tabelião envolvido no esquema havia participado da produção de outra documentação falsa, usada para transferir uma fazenda de Mimoso avaliada em aproximadamente R$ 10 milhões.Além disso, a polícia verificou que o grupo transmitiu uma terceira fazenda, no ano de 2014, também em Mimoso, avaliada em R$ 15 milhões, “utilizando uma procuração lavrada com documentos falsos no cartório de Dom Bosco”, Minas Gerais.Os fatos levantados levaram à deflagração da segunda fase da Operação Looping, o que ocorreu em 21 de junho. Nesta, a polícia cumpriu sete mandados de prisão temporária e 11 mandados de busca e apreensão em municípios de Goiás e no DF.Prisão do TaticoDois dos presos na Operação Looping 2 foram o empresário José Fuscaldi Cesilio, o José Tatico, e seu filho, Alessandro José Cesílio. Eles foram liberados na mesma semana.Na época, a defesa de Tatico e Alessandro declarou que seus clientes também haviam sido vítimas do grupo suspeito de cometer as fraudes e que os reais criminosos foram detidos.“A fazenda foi adquirida legalmente, foram apresentados documentos autênticos. Após a transferência do imóvel é que descobriu-se que os documentos não eram autênticos. Eles não tinham ciência dessa questão da fraude”, afirmou o advogado, destacando que a aquisição da fazenda em questão foi concretizada em 2015.Leia também:Empresário Tatico e filho são presos em operação que apura fraude para posse de fazendasApós o pai, filho de Tatico preso em operação contra fraudes deve ser liberado nesta quinta-feira