Uma mulher de 37 anos de idade foi morta a tiros no último sábado (10), em Catalão e o principal suspeito é o ex-marido que havia deixado a prisão dias antes por agressão contra ela. Márcio Martins de Deus foi preso no último dia 22 de agosto pela Lei Maria da Penha, após tentar enforcar a mulher, Deusirene Gonçalves da Silva, com quem viveu em união estável por 20 anos. Ela pediu a separação e foi agredida. A liberação ocorreu cinco dias depois porque nem Ministério Público nem Polícia Civil solicitaram a conversão de flagrante em prisão preventiva.No dia 22 de agosto, Deusirene disse a Márcio que queria se separar. Em depoimento, disse à polícia que o Márcio não aceitou o pedido e a jogou em cima de uma cama. Ela então correu para o quintal de casa e escreveu um bilhete pedindo socorro, que jogou no quintal do vizinho. Em seguida, o suspeito teria enforcado a vítima e repetido por algumas vezes que iria matá-la. Ele foi preso, encaminhado à delegacia da cidade e foi solicitado exame de corpo de delito da vítima.Na decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), o juiz Luiz Antônio Afonso Júnior - que concedeu medidas protetivas à vítima - explica que o MPGO se manifestou pela prisão em flagrante, mas também pela concessão de liberdade provisória com as medidas protetivas solicitadas: distância de 200 metros da vítima; não manter contato por nenhum meio e proibição de frequentar locais em que ela esteja incluindo locais de trabalho.LegislaçãoO magistrado ressalta que depois da Lei 13.964, de 2019, não é possível converter a prisão em flagrante em preventiva sem provocação por parte ou da autoridade policial ou do MP. “No caso em apreço, o Delegado de Polícia e o Ministério Público não pleitearam a conversão do flagrante em preventiva em relação a este autuado”, explica o documento.Responsável pelo caso, o delegado Marcos Vinicius da Costa Junior foi procurado por telefone, mas não foi localizado na delegacia até a publicação desta matéria. O POPULAR também procurou o MP por e-mail via assessoria de comunicação, mas o expediente é apenas vespertino e não houve resposta até a publicação da matéria. Leia também: Em Goiás, 100 mulheres são vítimas de violência doméstica por diaHomem é preso suspeito de agredir e amarrar corda no pescoço da companheira, em JataíPreso suspeito pela morte de jovem filmada sendo atropelada no Setor Perim, em Goiânia