Com o objetivo de investigar uma organização especializada em roubos de cargas e veículos, a Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas (Decar) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em força-tarefa, deflagram nesta quinta-feira (30), a segunda etapa da Operação Zayn. As investigações iniciais apontam que o grupo atuava em oito estados brasileiros e cometia ainda crimes como receptação e lavagem de dinheiro. No total, 58 caminhões foram recuperados e três pessoas presas nesta etapa da operação.De acordo com a Polícia Civil, entre as cargas roubadas pelo grupo estavam carregamentos de milho e soja e, em Goiás, os crimes aconteciam no norte do estado. “Os criminosos utilizavam uma mulher de boa aparência para pedir carona nas rodovias. Os motoristas paravam, ofertavam a carona e alguns quilômetros depois, a mulher anunciava o assalto e os criminosos começavam a agir. O caminhão e a carga desapareciam”, explica o delegado titular da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas de Goiás (Decar), Alexandre Bruno.A partir de registros similares na região, a Polícia Civil começou as investigações e descobriu que se tratava de uma organização criminosa. “O líder da organização era um dos contadores do PCC e utilizava a prática para vender os caminhões depois de adulterados”, completa o delegado. Para ele, não há mandado de prisão. Os caminhões eram vendidos em diversos estados com documentação emitida pelo Detran do Pará. “A adulteração era perfeita, muito próxima ao número do chassi das indústrias como a Scania”, diz o titular da Decar.Busca e apreensãoMais de 40 mandados judiciais são cumpridos em Itumbiara (GO), São Paulo, Rio Grande do Sul e Tocantins. Para a ação foram mobilizados 170 policiais e 45 viaturas. Primeira faseA operação começou em 2018 e foi deflagrada em 2019. Esta é a segunda fase. Na primeira fase, 40 pessoas foram presas. Na segunda, três pessoas foram detidas. “Depois da primeira fase, houve uma redução de 80% no roubo de cargas no estado de Goiás. Tudo isso graças à integração das Polícias Civil, Militar e Rodoviária”, explica o delegado Alexandre. Os presos foram enquadrados nos seguintes crimes: lavagem de dinheiro, organização criminosa e receptação e roubo majorado.Leia também: Quadrilha usava mulher como isca para atrair caminhoneiros; prejuízo pode chegar a R$ 40 milhõesCom carga ilícita, caminhão roubado é apreendido e motorista é preso