Queimadas, poluição, obras e baixa umidade estão entre os fatores que fizeram a qualidade do ar ser classificada como inadequada na última semana, em Goiânia, pelo Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo). A coleta para análise é feita na Praça Cívica, no Centro de Goiânia.A solução? Chuva! Mas a previsão é de que o retorno do período chuvoso aconteça apenas a partir da segunda quinzena de outubro. Até lá, alguns cuidados com a saúde e com o meio ambiente podem ajudar na espera.Gerente do Cimehgo, André Amorim afirma que além dos gases liberados, da poluição, há também o material particulado que envolve as obras da cidade e a fuligem, e que a situação piora com o aumento das queimadas. O filtro, que faz a medição é branco, mas tem ficado cinza, assim como o céu da cidade.Desde o último domingo (5), um incêndio atinge o Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco. A unidade possui mais de 3 mil hectares.Segundo o Corpo de Bombeiros, na manhã desta quarta-feira (8), mais de 50 hectares já haviam sido queimados.Na última terça-feira (7), a fumaça atrapalhou a visibilidade na BR-060. Houve interdição de um trecho nas proximidades do parque.“Estamos em um cenário que consideramos caótico com poluição, queimadas. O Cimehgo está fazendo uma nova amostragem da qualidade do ar para entender qual o resultado do incêndio no Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco. Passamos por uma seca relativa, com período de estiagem e a população precisa se unir, no sentido de economizar água e evitar novas queimadas”, acrescenta Amorim.No mês passado, o Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás registrou 2.168 incêndios em vegetação e em setembro já são 345 em todo o Estado.As queimadas não preocupam de forma isolada. O gerente do Cimehgo explica que a alta quantidade de obras na capital, as altas temperaturas máximas, a baixa umidade e a seca que atinge os mananciais resultam em um problema macro.Nesta quarta-feira, a umidade relativa do ar ficou abaixo de 15% em todas as regiões de Goiás e na terça-feira (7), Goiânia registrou 38,5 °C de máxima com umidade do ar em nível crítico. A mínima foi de 11%. Ele diz ainda que a troca de asfalto que está sendo realizada pela Prefeitura de Goiânia também afeta a qualidade do ar.No sábado (4), o Rio Meia Ponte, principal responsável pelo abastecimento da capital, entrou no nível crítico três dias depois de registrar vazão abaixo de 3 mil litros/segundo durante sete dias consecutivos. Este é um patamar que antecede o nível que obriga o racionamento no abastecimento urbano. “Temos uma massa de ar seco e quente que forma um bloqueio atmosférico e isso se repete do chão até 5 mil metros de altura. Como é que passa? Com chuva! É quase como lavar a atmosfera e até lá, precisamos fazer o que é possível individualmente”, completa Amorim.Saúde Altas temperaturas associadas à baixa umidade relativa e à qualidade do ar classificada como inadequada podem agravar doenças respiratórias crônicas como a asma e rinites. Isso porque a função do nariz é umidificar e filtrar o ar inalado e as funções podem ficar prejudicadas com este clima.Entre os principais problemas respiratórios desta época entre crianças e adultos estão viroses respiratórias, crises de asma, rinossinusite e pneumonia.A pneumologista Fernanda Miranda explica que a poluição é ainda mais perigosa porque as partículas ficam suspensas por mais tempo no ar. “A poluição ambiental é fator de risco para doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e agravamento da asma e rinite. Entre as medidas que podem ser tomadas como precaução, estão: manter narinas limpas e hidratadas com soro, ingerir muita água e evitar atividades físicas ao ar livre.”Frente fria pode trazer chuvaA combinação do avanço da frente fria oriunda do Sul do Brasil, que está subindo, mais a umidade da região Norte, que está descendo, criou um corredor de umidade sobre o Mato Grosso do Sul formando nebulosidade. Esse evento meteorológico pode ocasionar pequenas pancadas de chuvas, nesta quinta-feira (9), nos municípios que integram o sudoeste goiano. O volume de chuva estimado pelo Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo) é de quatro a cinco milímetros. As pancadas de chuvas devem influenciar em uma melhora da umidade relativa do ar, que tem ficado abaixo dos 20% nos últimos dias, ou seja, em estado de alerta. No entanto, para as demais regiões de Goiás a previsão é de temperaturas máximas em elevação e umidade relativa do ar em declínio durante a tarde. Para esta quinta-feira (9), a previsão é de temperatura máxima de 37°C na Região Central do Estado, onde está Goiânia. Os termômetros da Região Oeste devem registrar o maior calor, com 41°C. -Imagem (1.2316676)