A nova gestão da Prefeitura de Goiânia está revendo os estudos feitos pela administração passada que definiram mudanças no estacionamento rotativo pago na capital, a chamada Área Azul, que funciona atualmente nos bairros Central e Campinas. Desde 2017 há promessas no Paço Municipal para a renovação da política de cobrança dos estacionamentos na cidade, especialmente para a ampliação do número de vagas pagas e de uso de tecnologia mais eficiente para fiscalizar e manter a Área Azul. No ano passado, a gestão Iris Rezende (MDB) publicou decreto a partir de estudo técnico que implementaria mudanças na gestão do estacionamento rotativo e a ideia da Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) é analisar estes estudos e atualizá-los.De acordo com o secretário executivo da pasta, Horácio Mello e Cunha Santos, o único aspecto já definido pela atual gestão é sobre a necessidade de atualizar a Área Azul da capital. “O que temos claro até agora, e que nos foi colocado pelo prefeito Rogério Cruz (Republicanos), é a decisão de fazer, mas quando e como ainda não sabemos”, diz. Santos relata que todo o estudo deixado pela última gestão, que foi aprovado ainda no começo de 2020, será aproveitado, mas ele acredita que em um ano é possível que se tenha tecnologias mais eficazes em relação ao modelo que foi escolhido.A SMM informou ainda que “a licitação será levada adiante ainda no primeiro semestre de 2021, conforme orientação do prefeito Rogério Cruz.” No decreto de fevereiro de 2020, o então secretário Fernando Santana definiu para a Área Azul de Goiânia o uso por meio de sistema de estacionamento digital e com uso de terminais de autoatendimento multivagas. Neste caso, o motorista poderia acionar e pagar pelo uso da vaga comprando os bilhetes em terminais que ficariam dispostos nas ruas a cada 50 ou 100 metros. A cada 100 vagas haveria um fiscal da empresa que venceria a concessão, válida por até 10 anos. O pagamento poderia ocorrer por celular, cartão eletrônico ou dinheiro.A nova gestão do Paço Municipal quer analisar se não existe no mercado tecnologia mais eficiente para a implantação na capital. “A Secretaria de Mobilidade já está estudando os prós e os contras do modelo eletrônico instalado em várias capitais e teremos a oportunidade de escolher a tecnologia mais avançada”, informou a pasta. O POPULAR apurou que há o desejo de integrar o modelo da nova Área Azul com as propostas de cidade inteligente, que fazem parte do plano de governo da atual gestão desde as eleições.A ideia é buscar uma tecnologia na qual o motorista poderá reservar a vaga e ser monitorado pelo celular, utilizando um aplicativo, via GPS, sem a necessidade de instalação dos terminais de autoatendimento, que são chamados de parquímetros do tipo eletrônicos. Em 2004, houve estudo na Prefeitura para a instalação de parquímetros mecânicos na região Central de Goiânia. No entanto, nunca houve a mudança na tecnologia da Área Azul, que ainda é executada a partir de cartões adquiridos pelos motoristas em pontos de venda e eles registram qual o tempo vai reservar a vaga.No decreto do ano passado, a Prefeitura também reajustava o preço, passando de R$ 1,50 para R$ 3,00 o valor de uma hora de um veículo de quatro rodas. Como há uma busca por uma tecnologia diferente, ainda não está definido se haverá mudanças nos valores cobrados dos motoristas. Outro ponto que pode ser modificado é quanto ao número e disposição das vagas. Hoje, a Área Azul conta com 3.678 pontos no Centro e em Campinas e a ideia do estudo já feito era chegar a 11,8 mil nos setores.Não havia previsão para ampliar a outras regiões da capital. Nesta gestão, “existe uma compreensão de que a ampliação das vagas deve chegar ao mínimo em 8 mil”, informa a SMM. Horácio Mello diz que ainda não é possível saber quantas vagas serão destinadas ao programa e nem mesmo se outros bairros, como Bueno, poderão receber. Uso em 2020 caiu 52% com relação ao ano anteriorO uso de vagas da Área Azul em Goiânia, no Centro e em Campinas, teve uma redução de 52,53% em comparação com o que foi verificado em 2019. Os técnicos da Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) apontam a pandemia da Covid-19 e as obras realizadas pela Prefeitura na região Central como as causas para a queda. Para se ter uma ideia, em abril do ano passado não houve uso da Área Azul, e em março e maio o programa não funcionou por todo o mês.A redução foi maior nas vagas do Setor Campinas, que chegou a 56,55% a menos em número de talões vendidos. No Centro, a redução chegou a 49,24%. Estes números geraram uma queda, obviamente, na arrecadação do Paço Municipal com o estacionamento rotativo pago. Enquanto que em 2019 a Prefeitura conseguiu arrecadar R$ 1,29 milhão com a venda dos cartões para o uso das vagas públicas, no ano passado o programa rendeu apenas cerca de R$ 620 mil aos cofres municipais.O secretário executivo da SMM, Horácio Mello, explica que os fundos gerados pela Área Azul são poucos perto do orçamento da pasta. “Com controle maior de vagas, com melhor fiscalização, com certeza vai gerar mais receitas”, diz. Há lei municipal que obriga a destinação do dinheiro ao transporte coletivo urbano, o que nunca foi concretizado pelas administrações. Na gestão atual há a intenção de destinar ao menos parte da verba para a área, mas ainda não se sabe o quanto seria.-Imagem (1.2202113)