A Prefeitura de Goiânia vai contratar, de forma emergencial e sem licitação, uma empresa <a href="https://opopular.com.br/cidades/comurg-deixa-gest-o-do-aterro-sanitario-em-goiania-1.3182403" target="_blank">para fazer a gestão do aterro sanitário </a>da capital por R$ 4,2 milhões por mês, valor um pouco maior do que o dobro do que era pago à Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg), responsável pelo serviço até o próximo dia 8. O contrato é válido por um ano ou até que seja concluído o processo licitatório para a terceirização definitiva, cujo edital ainda não tem previsão de ser publicado.

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Na quarta-feira (2), a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) de Goiânia havia informado que assumiria, ela própria, com seus funcionários e equipamentos, a gestão do aterro e que iria analisar a necessidade ou não de um apoio externo com maquinários e pessoal. Porém, documento obtido pelo POPULAR mostra que no dia 1º de outubro já estava pronto um termo de referência justificando e autorizando a contratação emergencial.

A Comurg fazia a gestão do aterro desde 2007 e na última vez que o contrato foi atualizado, em outubro de 2023, o repasse previsto estava em R$ 2.016.325,63 por mês, sendo 8% deste valor relativo à administração do local e o restante à operacionalização. Agora o contrato a ser assinado com uma empresa privada fala em R$ 4.196.289,10 por mês, sendo 7,3% deste valor para a parte administrativa.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/comurg-deixa-gest-o-do-aterro-sanitario-em-goiania-1.3182403" target="_blank">Comurg deixa gestão do aterro sanitário em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/viaduto-da-fe-vira-obra-parada-1.3181994" target="_blank">Viaduto da Fé vira obra parada</a></div>

A Seinfra não explicou o motivo da diferença entre os valores. Na quarta-feira, a pasta havia dito ao jornal que o valor de R$ 2 milhões era o custo de manutenção do aterro e o que seria gasto, a princípio, para a realização dos serviços.

O promotor Juliano de Barros Araújo, titular da 15ª Promotoria de Justiça do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), disse que não havia sido informado previamente pela Prefeitura sobre as mudanças. E, segundo o promotor, ele se reuniu nesta quarta-feira e nesta quinta-feira com representantes da Seinfra e da pasta de Finanças (Sefin) para tratar justamente da licitação em andamento ainda internamente para a terceirização definitiva.

Ao procurar as partes envolvidas para esclarecer sobre a mudança na gestão, ele disse ter sido informado de que a Comurg informou à Seinfra que não teria mais condições de continuar cuidando do aterro após a empresa que fornecia os equipamentos usados no local ter rescindido de forma unilateral o contrato.

O processo que deu origem ao termo de referência teve início, segundo o sistema eletrônico de informações (SEI) da Prefeitura, em 19 de setembro. O documento prevê a entrada de 106,1 mil toneladas de resíduos sólidos por mês, sendo que, então, cada tonelada sai ao custo médio de R$ 40. A empresa terá de fornecer 153 funcionários, sendo 133 deles para a operacionalização, além de 15 veículos diversos e um contêiner onde vai funcionar o escritório administrativo do aterro.

Oficialmente, a Seinfra havia informado primeiro que a rescisão junto à Comurg se deu após ter observado “nos últimos dias” dificuldades enfrentadas pela companhia na operação e gestão do aterro, “que poderiam ocasionar interrupções na prestação desse serviço essencial”. Depois, afirmou que a continuidade do contrato ficou prejudicada “em razão de pedido da Comurg para supressão de maquinário no contrato”. “As dificuldades do aterro e recentes paralisações foram noticiadas pelo próprio O POPULAR.”

A respeito de não ter informado ainda na quarta-feira sobre a decisão de repassar a gestão a uma empresa, a Seinfra afirmou que estava ainda discutindo “a melhor forma de assumir a gestão e a operação do aterro sanitário” e que, “ao longo do dia”, ficou amadurecida a decisão pela contratação emergencial de uma empresa para assumir o trabalho do aterro. O termo de referência que justifica e autoriza o repasse da gestão a uma empresa é datado de 1º de outubro e foi assinado pelo titular da Seinfra, Breno Raner Rezende Nunes, às 15h13 do dia 2.

Juliano diz que, ao ler o termo de referência, notou alguns problemas que já repassou à Seinfra, sendo um deles relativo ao licenciamento ambiental, que no caso do aterro é corretivo e só permite a operacionalização de até 60% dos resíduos gerados na cidade e não 100%, como está previsto no documento.

Outro ponto é que o documento não aborda a contratação para a destinação dos 40% de resíduos restantes gerados na capital, nem emergencialmente nem definitivamente. No caso, os outros aterros que existem em Goiânia são particulares. “Já que vai contratar de forma emergencial, deveria resolver essa situação dos 40%”, comentou.

A Seinfra também diz que o contrato emergencial está conforme as exigências de um termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado entre a Prefeitura e o MPGO em 2020. O acordo, entretanto, visa a adequação do local para prolongar sua vida útil e atender as exigências do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Para isso, estaria prevista, segundo Juliano, não um contrato emergencial para gestão do aterro, mas, sim, uma licitação para contratar uma empresa que fizesse também as correções necessárias no espaço e, principalmente, a questão envolvendo os 60% previstos na licença provisória.

O promotor afirma que nos últimos meses estava recebendo muitas reclamações sobre o aterro, principalmente de vizinhos referentes a excesso de mau cheiro e incêndios. O promotor diz que o mais importante, seja com a Comurg ou com contrato emergencial enquanto a licitação definitiva não é concluída, é corrigir os problemas do aterro e que, no momento, no que foi apresentado em relação ao novo contrato, as exigências do TAC não estão sendo atendidas. “Precisamos de uma empresa para corrigir o aterro e não apenas para gerir.”

A Seinfra diz que nesta etapa em que se encontra a contratação emergencial ainda não é feita a escolha da empresa que vai assinar o documento. No termo, é dito que a contratada terá de provar experiência de gerir aterro com no mínimo 40% do que é recebido no de Goiânia. No dia 1º de outubro, foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM) o termo aditivo ao contrato com a Comurg, informando que ela deixaria de cuidar do aterro a partir de 9 de outubro.

Em 2023, a Prefeitura já havia tentado terceirizar a gestão do aterro, mas na mesma licitação em que repassou à iniciativa privada a coleta de lixo, a coleta seletiva e o recolhimento de entulhos. A iniciativa foi vetada pelo Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO). O Consórcio Limpa Gyn vem assumindo desde abril, de forma gradativa, o serviço de coleta e recolhimento, que eram feitos integralmente pela Comurg, e a companhia seguia gerenciando o aterro.

A licitação para a contratação definitiva depende ainda, segundo Juliano, de autorização orçamentária. Ele diz não ter recebido informação sobre quando isso se dará. “Estou cobrando deles essa autorização.”

Prefeitura de Goiânia vai pagar o dobro por gestão no aterro sanitário

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Gestão municipal

PM é cotado para assumir a presidência da Comurg

Um policial militar de Goiás com experiência em gestão está entre os mais cotados para ser indicado pelo prefeito eleito, Sandro Mabel (UB), para assumir a presidência da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) a partir de 2025. Apesar de o nome não ter sido divulgado, a informação nos bastidores é que a escolha de um presidente ligado à segurança pública tem relação com o tom de “mudança de rumo” que Mabel quer dar à companhia, após a empresa ter sido alvo de investigações ao longo das últimas décadas.

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Questionado sobre o assunto, Mabel disse que “vários nomes estão sendo analisados, dentre eles alguns militares”. O prefeito eleito afirmou que procura um presidente para a Comurg que seja “corajoso e gestor”. “Eu não posso errar no nome, entende? Ali não adianta ser só um nome, tem que ser uma equipe inteira. Tem que reduzir a diretoria, lá tem um mundo de gerência disso e daquilo”, afirmou. Mabel disse que a companhia está “exageradamente grande” e é preciso levar a empresa para “o tamanho exato”.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/opiniao/coluna-giro/decretos-da-calamidade-estar-o-entre-os-primeiros-atos-de-mabel-no-paco-1.3208515" target="_blank">Coluna Giro |&nbsp;Decretos da calamidade estarão entre os primeiros atos de Mabel no Paço</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-diz-que-intervenc-o-ajudara-no-controle-de-gastos-1.3208527" target="_blank">Mabel diz que intervenção ajudará no controle de gastos</a></div>

A Comurg foi um dos temas da última rodada de reuniões de transição de governo entre a equipe do prefeito Rogério Cruz (SD) e de Mabel, realizada nesta segunda-feira (9). Na saída do encontro, o prefeito eleito classificou o processo geral como positivo e destacou o desafio relacionado à companhia, ressaltando que a empresa tem “muitos problemas”, como a dívida de quase R$ 700 milhões. Há informação de que, durante a reunião, que ocorreu a portas fechadas, Mabel foi incisivo nas perguntas relacionadas à companhia, especialmente em relação à despesa com locação de veículos (leia mais na página 6).

<div attr-cid="policy:1.3208821" attr-version="policy:1.3208821:1733863686" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3208821" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3208821', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3208821">PM é cotado para assumir a presidência da Comurg (1.3208821)</a></div>

<h2>Dados</h2>

O POPULAR mostrou que o Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) sugeriu que o Ministério Público de Goiás (MP-GO) tomasse medidas diante da falta de prestação de contas da Comurg sobre folha de pagamento. Mabel afirmou que “falta informação de tudo” na companhia. “Nós vamos entrar lá, vamos dar um baculejo naquela Comurg”, afirmou.

O prefeito eleito disse que, embora escute sugestões sobre a liquidação da Comurg, sua avaliação é de que é preciso recuperar a empresa. Quanto à dependência em relação à administração municipal, Mabel afirmou que é preciso mudar o cenário (vai demandar acordo com o TCM-GO). O prefeito afirma que a Comurg deve ser, pelo menos, 30% independente da Prefeitura, ou seja, com prestação de serviço a outros entes.

Nos bastidores, a informação é que o plano da futura administração é cortar em até 70% a quantidade de comissionados na companhia (na folha de outubro eram 662). Há também plano de revisão de todos os contratos da empresa.

Política

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Prefeitura de Goiânia

Evolução de comissionados na Comurg

O Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) sugeriu análise do Ministério Público do Estado (MP-GO) sobre a possibilidade de intervenção do governo estadual na Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), por omissão da empresa pública municipal no envio, ao órgão de controle, de dados relacionados à folha de pagamento. O relator do caso foi o conselheiro Sérgio Antônio Cardoso de Queiroz e o acórdão foi assinado em setembro de 2024.

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 85, 128); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; outline: 0px; outline-offset: -2px; text-align: justify; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

Em novembro de 2019, o TCM-GO publicou instrução normativa sobre envio eletrônico de dados de ato de pessoal e folha de pagamento, com validade para 2020 e anos seguintes. Com a nova regra, os municípios goianos passaram a ter de encaminhar os dados via sistema Colare, até 15 dias corridos após o encerramento do mês.

Com a falta de adequação da Comurg, a Secretaria de Atos de Pessoal foi acionada e analisou o caso, entrando em contato com a companhia para entender as dificuldades para o cumprimento da norma. Mesmo com a medida, a empresa pública não tomou providências para enviar os dados por meio do novo sistema e a área apontou irregularidades no caso.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/tcm-cobra-regularizac-o-da-coletiva-seletiva-em-goiania-1.3206403" target="_blank">TCM cobra regularização da coletiva seletiva em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/descarte-regular-e-desafio-em-goias-e-no-brasil-diz-pesquisa-1.3204795" target="_blank">Descarte regular é desafio em Goiás e no Brasil, diz pesquisa</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/capital-sofre-com-acumulo-de-entulhos-1.3201730" target="_blank">Capital sofre com acúmulo de entulhos</a></div>

“Até a presente data, 16/07/2024, a Comurg não providenciou os envios dos dados de atos de pessoal e folha de pagamento ao sistema Colare, nem promoveu a publicação das despesas de pessoal no portal da transparência de seu site, de forma adequada”, informa relatório da secretaria, citado no acórdão.

Diante do cenário, o voto do relator menciona, entre outras medidas, o encaminhamento dos autos ao MP-GO para análise de ações a serem adotadas na seara de improbidade administrativa e a avaliação de pedido de intervenção do estado na companhia municipal, para “reconduzir à legalidade a gestão da empresa e restaurar a ordem jurídica com o objetivo de que a estatal passe a prestar contas” ao TCM-GO.

A intervenção foi sugerida inicialmente, no relatório, pela Secretaria de Atos de Pessoal. A área apontou que a Constituição Federal prevê a possibilidade de intervenção do estado em municípios em caso de falta de prestação de contas, entre outros cenários. A medida também consta na Constituição do Estado de Goiás.

No voto, o relator se manifesta ainda pela procedência da representação, diante das irregularidades apontadas, a determinação da tomada de contas especial, abertura de vistas para manifestação das partes e aplicação de sanção aos ex-presidentes da Comurg Alisson Borges e Alex Gama, para que não exerçam cargos em comissão ou função de confiança por cinco anos. O atual presidente, Rodolpho Bueno, que assumiu em março de 2024, não é citado.

Borges afirmou que não foi notificado sobre a decisão. Segundo o ex-presidente, na época em que estava na Comurg, a empresa trabalhava para enviar os dados via Colare. Quanto à possibilidade de intervenção estadual, Borges classificou o pedido como desproporcional. O ex-presidente deixou o cargo em março, após operação deflagrada pela Polícia Civil de Goiás (PC-GO) para apurar irregularidades em atos da Prefeitura e da companhia. Ele era presidente desde abril de 2022.

Já Alex Gama disse que soube do problema em fevereiro de 2022 e, prontamente, solicitou reunião com a equipe do TCM. No entanto, ele deixou a empresa em seguida, em março daquele ano (havia assumido o cargo em abril de 2021). Gama disse que não foi notificado e, quando isso ocorrer, seu advogado apresentará a defesa.

<h2>Argumento</h2>

O relatório da Secretaria de Atos de Pessoal afirma que as despesas com pessoal são mencionadas no site da Comurg, mas “não estão adequadamente especificadas, havendo, muitas vezes, a maior parte da remuneração dos empregados designada sob a rubrica ‘outros proventos’, o que inviabiliza o adequado controle do gasto público, seja pelo Tribunal de Contas, seja pela sociedade, vez que não é possível inferir a real natureza jurídica de tais verbas”.

O entendimento da secretaria foi que o cenário “gera prejuízo ao controle social e ao controle externo”, com violação à norma do tribunal e à Lei de Acesso à Informação (LAI). O relatório aponta que, ao ser questionada sobre o assunto, a companhia chegou a informar que estava tomando providências para solucionar o problema, mas os envios de dados não foram efetivados até a data de publicação do documento.

A secretaria também apontou que dados sobre a folha de pagamento são “triviais às rotinas de uma entidade organizacional pública ou privada, de modo que é perfeitamente pertinente e razoável a disponibilização tanto para o TCM-GO quanto para o portal da transparência do site da Comurg”.

O braço do TCM-GO disse que a companhia demonstrou “insistência na omissão” das informações, situação que “dá margem ao juízo de convencimento dedutivo no sentido de que de fato há intenção deliberada em ocultar dados essenciais de despesa de pessoal, a fim de encobrir os gastos e eventuais práticas do ato ilegal, ilegítimo e/ou antieconômico”.

O texto também cita que a diretoria tinha conhecimento sobre o problema. “(...) mesmo após o decurso de três anos, não foi apresentado nenhum plano de ação que viesse a efetivamente solucionar o problema, tendo continuidade a situação de completa ausência de dados de folha de pagamento, o que afasta a boa-fé do gestor público”.

Como a regra de envio de dados criada pelo TCM-GO começou a valer em 2020, a Comurg está em situação irregular neste ponto desde a gestão do ex-prefeito Iris Rezende (MDB). O processo para apuração do caso foi iniciado em 2021, quando Rogério Cruz (SD) já era o gestor.

Os dados que estão disponíveis no Portal da Transparência da Comurg mostram avanço na quantidade de comissionados ao longo de 2024. O ano começou com 520 pessoas contratadas com este vínculo. <a href="https://opopular.com.br/cidades/tcm-cobra-regularizac-o-da-coletiva-seletiva-em-goiania-1.3206403" target="_blank">Em outubro, mesmo após a terceirização do serviço de coleta de lixo, os comissionados eram 662</a>.

<div attr-cid="policy:1.3207287" attr-version="policy:1.3207287:1733449811" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3207287" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3207287', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3207287">Evolução de comissionados na Comurg (1.3207287)</a></div>

<h3>Reação</h3>

Em nota, o governo de Goiás afirmou que não foi notificado sobre o assunto e, por isso, não há como se manifestar. Também por nota, a Prefeitura disse que avalia as determinações e sugestões feitas pelo órgão e adotará as providências cabíveis para atender as recomendações. A reportagem entrou em contato com o TCM-GO, MP-GO e Comurg, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.

TCM sugeriu análise de intervenção na Comurg

Irregularidades

A Prefeitura de Goiânia decidiu suspender por 72 horas a licitação para contratar empresa que fará a destinação final de 40% dos resíduos gerados na capital em aterros privados. A informação foi confirmada pelo procurador-geral do Município, José Carlos Issy.&nbsp;

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A abertura do pregão eletrônico estava prevista para esta sexta-feira (22), às 14h. Como o POPULAR mostrou, <a href="https://opopular.com.br/cidades/seinfra-pagara-r-39-milh-es-a-aterros-privados-para-receber-40-do-lixo-de-goiania-1.3195395" target="_blank">o processo prevê contrato de 24 meses com custo estimado de R$ 39 milhões</a>.

De acordo com Issy, sua recomendação foi feita “por prudência”, diante do cenário de questionamentos levantados contra o processo em diferentes esferas, como no Ministério Público de Goiás (MP-GO), na Câmara de Goiânia e pela equipe de transição do prefeito eleito, Sandro Mabel (UB).&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/equipe-de-mabel-avalia-subsidiar-a-taxa-do-lixo-1.3202135" target="_blank">Equipe de Mabel avalia subsidiar a taxa do lixo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/continuidade-de-programas-depende-do-quadro-financeiro-1.3202146" target="_blank">Continuidade de programas depende do quadro financeiro</a></div>

Em documento encaminhado ao prefeito Rogério Cruz (SD) e outras autoridades da administração municipal, Issy listou itens que justificam a suspensão. Entre os pontos também está um pedido de suspensão do certame que está sob análise do Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO). No ofício, Issy destaca que o principal foco do debate é o valor que a Prefeitura pretende pagar pelo serviço.

Segundo o titular da PGM, as 72 horas são úteis e o período é visto como satisfatório para que o tema seja discutido. Issy disse à reportagem que uma reunião com as partes envolvidas será realizada para que os questionamentos sejam analisados.&nbsp;

<h2>Nova ideia</h2>

Para Mabel, as 72 horas de suspensão serão suficientes para que um novo modelo seja proposto. O prefeito eleito afirma que a expectativa é que a licitação apenas seja realizada “daqui a algum tempo” e em novos termos. Mabel criticou a realização da licitação a pouco mais de um mês do fim do mandato.&nbsp;

“A administração nova tem outros planos, outra forma de gestão. Não pode vir carregada… já está vindo carregada com um contrato super pesado dessa LimpaGyn. Já é um contrato muito grande, muito pesado”, disse Mabel. Segundo o prefeito eleito, o objetivo de sua gestão será diminuir o custo geral com limpeza em cerca de 60%.

<div>&nbsp;</div>

Prefeitura de Goiânia suspende por 72 horas licitação para contratar aterros privados

Limpeza urbana

A temporada de chuvas tem tirado o sossego de moradores em diferentes bairros de Goiânia. Apesar da gestão do prefeito Rogério Cruz (SD) ter anunciado obras de ampliação e construção de rede de drenagem urbana em 19 pontos da capital, apenas uma foi concluída. Enquanto as melhorias no sistema de escoamento estão praticamente paradas, a cada temporal a população enfrenta momentos de transtornos, prejuízos e até risco de vida. Na última semana, uma mulher morreu após ser levada pela enxurrada perto do local onde uma das intervenções já deveria ter sido finalizada, na região Noroeste.

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Se os alagamentos são visíveis até nas regiões mais centralizadas da cidade, o problema ganha contornos ainda mais dramáticos em pontos localizados nas extremidades. É o caso dos bairros Residencial Sollar Vile, Elizene Santana, Juscelino Kubitschek e Chácara São Joaquim. Mesmo com licitações já homologadas e duas obras para implementação de galerias pluviais em andamento, desde o ano passado as ruas, e algumas casas têm sido tomada por água, lama e entulhos.

Em um dos locais visitados pelo POPULAR na quinta-feira (14), no Setor Santos Dumont, na divisa com o Bairro Chácara São Joaquim, há uma obra de drenagem e pavimentação parada. A construção foi iniciada em maio do ano passado e desde então vem sofrendo atrasos. A previsão de término era até outubro do mesmo ano. No dia 5 deste mês, o contrato com a construtora que executava os serviços foi encerrado. Oito dias depois, a empresária Daniella Magalhães Vila Nova, de 41 anos, morreu no local após a moto onde estava ser levada pela a enxurrada. A Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) informa que a obra está com 45,19% do serviço realizado.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/limpeza-de-bueiros-e-terceirizada-1.3199979" target="_blank">Limpeza de bueiros é terceirizada</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/soluc-es-para-eventos-extremos-s-o-urgencia-de-goiania-1.3199946" target="_blank">Soluções para eventos extremos são urgência de Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/forca-tarefa-aprofunda-trabalho-em-areas-de-risco-de-goiania-1.3195827" target="_blank">Força-tarefa aprofunda trabalho em áreas de risco de Goiânia</a></div>

O comerciante Paulo Henrique Nunes, de 42 anos, mora perto do local há 24 anos e diz que quando há muitas chuvas na região a baixada do córrego Caveirinha não suporta a “grande quantidade de água” que vêm das ruas. A própria casa dele, localizada no Bairro Chácara São Joaquim, serve como um dos trechos para vazão da água e dos entulhos que descem rumo ao córrego durante o período chuvoso. Após a chuva da quarta-feira (14), no quintal dele só havia uma grande quantidade de lama. O setor também recebe intervenção para ampliação e construção da rede de drenagem urbana e pavimentação, sendo que 64,93% foi finalizado. 
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<img attr-cid="policy:1.3200527" attr-version="policy:1.3200527:1731894885" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3200527/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
(Fábio Lima / O Popular)

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Nas paredes da casa de Nunes havia marcações das águas que passaram por lá no dia anterior. Mesmo com o medo, por se considerar em uma área de risco, o comerciante construiu sua vida e família naquele local. Aos poucos, tem feito com a própria mão de obra caminhos para que as águas não entrem dentro de casa. No quintal, os buracos são preenchidos por um cascalho jogado por um amigo. Já o carro não sai com a chuva, tampouco a pé, pois a porta e a rua são tomadas de “água forte”.

Ele conta que já fez reclamações junto ao engenheiro responsável pela obra na região, que havia se iniciado antes do período da chuva, mas não houve uma resposta. “Ele mandou eu procurar a Defesa Civil, ou alguém da Prefeitura, mas nunca tive uma resposta. Com o impasse, o homem teme que a presença do poder público não chegue antes que “o pior aconteça com todo mundo”.

A Estrada 111 é tomada de lama e erosões, o que dificulta a passagem dos moradores. No Residencial Sollar Ville, bairro vizinho, foi possível identificar outros moradores que passam pela mesma tensão com as chuvas. Um dilema que não deve se resolver com o fim das chuvas. Lindomar Santana, de 54 anos, diz que “quando chove é a lama e quando fica seco temos que lutar contra a poeira”.

O Residencial Sollar Ville teve a ordem de serviço assinada em junho do ano passado, o contrato previa a construção de 100 bocas de lobo e o término em até seis meses. Hoje, tem 93,36% da obra concluída. Na rua de Santana, Estrada 114, ele disse não ter visto muitos avanços. O local é tomado pela lama das chuvas e, por muitas vezes, “temos que ajudar um senhor que sempre fica com o seu carro atolado no meio da lama e dos buracos”. A casa dele também serve como uma área de vazão das águas da rua até o Córrego Caveirinha. 
 
Prazos estendidos e falta de recursos 
Anunciado em dezembro de 2022, o programa Goiânia Adiante previa 11 obras para escoamento de águas pluviais, e apenas uma foi concluída. Ao menos outras oito intervenções também foram divulgadas, fora do programa, mas nenhuma ainda foi entregue à população.

Dentre as 11 intervenções anunciadas no Goiânia Adiante, apenas a do Bairro Goiá, na região Oeste, foi finalizada e entregue à população. Outras duas seguem em andamento no Viaduto da Jamel Cecílio com a Avenida H, no Jardim Goiás, e no Bairro Feliz – em um trecho da Avenida Laurício Pedro Rasmussen. Conduzida pela CCM Construtora e Pavimentação, com contrato de R$ 4,1 milhões, a intervenção na Avenida H deveria ter sido entregue em junho, em um prazo já prorrogado. Entretanto, conforme a pasta, 87,46% foi concluído. No Bairro Feliz, a intervenção feita pela Conceito Engenharia e Serviços, com valor total de R$ 10,5 milhões, tinha previsão estendida para agosto. Até agora, foi finalizado 84,7%.

Além destas, outras sete já tiveram a licitação homologada e aguardam pela assinatura do contrato para início das obras: Vila Pompeia, no valor de R$ 1,1 milhão; Vila Maria Luiza, com custo de R$ 2,5 milhões; Vila Legionários, orçada em R$ 836 mil; Parque das Laranjeiras, totalizando R$ 2,4 milhões; Conjunto Vera Cruz, com investimento R$ 31,1 milhões; Parque Flamboyant, no total de R$ 6,1 milhões, e Recreio Pindorama, em R$ 975 mil.

Conforme o POPULAR mostrou em fevereiro, a promessa da Prefeitura era começar as intervenções em março e entregá-las em dezembro. Entretanto, ainda em setembro, a reportagem revelou que ainda eram aguardados recursos para dar início aos serviços.

<img attr-cid="policy:1.3200533" attr-version="policy:1.3200533:1731895640" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3200533/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Avenida Laurício Pedro Rasmussen, no Bairro Feliz, completamente tomada pela lama (Fábio Lima / O Popular)

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Melhorias ficaram apenas na promessa 
Em dezembro de 2022, na ocasião em que as obras de drenagem urbana dentro do Goiânia Adiante foram anunciadas, Cruz destacou que era “urgente resolver o problema da drenagem urbana para evitar transtornos à população, como acidentes e até mortes causadas por alagamentos e enchentes”. Ao falar sobre o avanço da intervenção no Bairro Feliz, em novembro de 2023, o prefeito reforçou que estava enfrentando o problema na capital. “Esse tipo de investimento, além de ser caro, fica debaixo da terra, não tem visibilidade. Mas a nossa administração será lembrada pela coragem e determinação, por enfrentar os desafios ignorados por gestões anteriores.”

Mesmo com a promessa do atual chefe do Executivo, a maioria das obras segue no papel ou se arrastam lentamente, com constantes atrasos. No Bairro Feliz, o serviço foi iniciado em maio de 2023 com previsão para ser entregue em 180 dias e, mesmo sendo prorrogado para agosto último, segue sem conclusão. No setor da região Leste, seis vias foram beneficiadas com a construção de 3,9 quilômetros de tubulações pluviais, além de 132 bocas de lobo e 48 poços de visita. São elas a Rua L-13, Rua L-9, Rua X, Rua 806 e Rua 823, além da Avenida Laurício Pedro Rasmussen. Esta última segue parcialmente interditada, no trecho abaixo do cruzamento com a Avenida Leste Oeste.

A interdição tem causado transtornos a quem vive ou trabalha naquele trecho. Dono de um comércio local, Ednaldo Queiroz, de 58 anos, conta que o faturamento caiu ao menos 30% desde que a obra teve início na via. Entretanto, o cenário piorou ainda mais depois que o fluxo de veículos que descia pelo cruzamento com a Avenida Leste Oeste foi impedido. Agora, o local só é acessado por meio da BR-153. “Agora tem que dar uma volta maior para comprar qualquer coisa, um gasto muito maior com combustível.” Além disso, relata, a maior parte dos clientes passavam pela avenida para acessar o comércio. “O pessoal que vinha dos setores Leste Universitário, Negrão de Lima, Vila Nova”, acrescenta.

O comerciante pondera que se não fosse uma “clientela fixa”, provavelmente, o local já teria fechado. “Não é fácil, às vezes não consigo dormir pensando como vou cumprir com minhas obrigações. É uma incerteza.” A terra espalhada próximo ao comércio também tem sido um transtorno. Antes, na época de seca, a poeira era tanta que o espaço tinha de ser lavado diariamente. Agora, o problema é o lamaçal, tanto na via quanto no local onde foi deságua a galeria pluvial.

Representante dos moradores da Avenida Laurício Pedro Rasmussen, no trecho abaixo da Avenida Leste Oeste, Edson Segati, de 61 anos, tem cobrado insistentemente a administração municipal para finalizar a obra que se arrasta há um ano e meio. Conforme ele, uma equipe da Seinfra vai ao local nesta segunda-feira (18) para retirar o excesso de terra e colocar o fresado de asfalto. “Já alivia um pouco”, define. Conforme ele, as 40 famílias que residem nas chácaras da região têm sofrido com a falta de conclusão dos serviços. “Era para ter terminado em agosto, mas está enrolada até agora. Só lama e o povo não termina nunca. A gente fica isolado dentro de casa.”

Mesmo com todo o impasse da obra inacabada, Segati pondera que houve melhorias na drenagem no local, já que a chácara onde ele e os irmãos moram só não alagava porque o portão conseguia conter a água. Entretanto, para sair do local, tinham de esperar o escoamento. Agora, relata, não têm havido problemas com alagamentos.