SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O policial civil Mayson Viana de Freitas, 38, morreu baleado na sexta-feira (22) durante a apresentação de um preso na Delegacia de Laranjal do Jari, no Amapá.

O preso pegou a arma do policial e fez vários disparos contra a vítima. Depois, conseguiu fugir em uma moto, entrou em uma casa na passarela Vagalume e mantém reféns uma mulher e a filha de dez anos. A Polícia Militar isolou o local e uma equipe de gerenciamento de crise começou um processo de negociação, que durou horas.

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); font-size: 12px; text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a>

Além da PM, policiais civis e o Grupo Tático Aéreo atuam na ocorrência. O secretário de Segurança Pública, Daniel Marsili, o delegado-geral da Polícia Civil do Amapá, César Vieira, e o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Costa Júnior, acompanham o caso.

O policial morto era casado e esperava o primeiro filho. A mulher dele está no quinto mês de gestação. O assassinato provoca comoção em Laranjal do Jari.

O governador do Amapá, Clécio Luís (Solidariedade), estava em Laranjal do Jari nesta sexta para participar da inauguração de uma quadra esportiva e da entrega de kits de alimentação. Ele cancelou a agenda e lamentou a morte do policial.

"Recebi consternado a notícia da morte do policial civil Mayson Viana de Freitas, vítima de um ato criminoso enquanto cumpria seu dever em defesa da sociedade", disse o governador. "Neste momento de dor, manifesto total solidariedade à família, em especial à esposa, que está grávida e com quem compartilhava esse período tão significativo de sua vida".

A Polícia Civil também lamentou a morte e homenageou a vítima pela atuação na segurança pública do estado.

Preso mata policial dentro de delegacia no Amapá

Preso mata policial dentro de delegacia, foge e faz mãe e filha reféns, diz polícia

Cidades

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Matéria - Cidades

CRIMES EM SEQUÊNCIA

Dois policiais militares foram indiciados pelo assassinato do técnico Allan Carlos Porto Carrijo, de 36 anos, durante uma abordagem no Residencial Buena Vista II, em Goiânia, na tarde de 12 de junho de 2024. As investigações apontam que Allan estava escondido desarmado em um lote vazio, falando em dois celulares com o patrão e com a esposa em busca de socorro, quando foi vítima de uma tocaia armada pelo o primeiro tenente Tiago Nogueira Chaves, de 37 anos, e pelo soldado Igor Moreira Carvalho, de 31, e morto a tiros no local. Tiago e Igor respondem por homicídio duplamente qualificado, fraude processual e também por furto, uma vez que levaram os celulares do técnico. Antes de ser morto, Allan fazia um atendimento como técnico de instalação de internet em uma residência no bairro quando se envolveu em uma confusão com a moradora do imóvel e duas amigas dela. Segundo a mulher, houve um mal-entendido em que ele achou que estava havendo alguma correspondência por parte dela e a tentou beijar. Ela então chamou as amigas e ele continuou o atendimento. Segundo a Polícia Civil, quando as duas chegaram, alardearam na vizinhança que houve ali uma tentativa de estupro e Allan chegou a ser agredido por populares e teve a camisa arrancada. Ele fugiu a pé e se escondeu em um terreno próximo. Os policiais alegaram que Allan estava armado com uma faca e avançou na direção deles, o que os levou a atirar contra o técnico. Porém, segundo o delegado Carlos André Alfama, adjunto da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), as provas mostram que a vítima estava desarmada: Allan aparece em câmeras de segurança na rua por onde fugiu sem camisa e sem faca, e testemunhas confirmam que ele não portava nenhuma arma. O delegado é incisivo ao falar da postura dos policiais: “(eles) executaram covardemente uma vítima completamente desarmada e, depois, plantaram no local do crime uma faca para forjarem uma situação de legítima defesa”.No inquérito, o delegado aponta que a moradora do apartamento confirmou ter sido um “mal-entendido” ou, no máximo, um “comportamento inapropriado” por parte de Allan e negou qualquer tentativa de estupro. Ela disse que após este momento de confusão por parte dele, não houve mais nada que o desabonasse. Porém, após as amigas chegarem, uma briga teve início, envolvendo outros vizinhos, mas em nenhum momento o técnico reagiu às agressões sofridas, preferindo adotar a postura de fuga. Enquanto se escondia, Allan fez uma videochamada para sua esposa e ligou para o patrão, relatando o grande medo de ser encontrado e morto pelos militares. Antes de ser morto, Allan ainda conseguiu mandar uma última mensagem para o patrão dizendo que os policiais o pegaram. Para localiza-lo, Tiago e Igor usaram o celular do patrão dele e mandaram mensagem se passando por esta pessoa. O primeiro tenente efetuou um disparo com uma pistola Beretta 9mm e o soldado mais dois disparos com outra pistola Beretta 9mm. O laudo pericial de reprodução simulada dos fatos concluiu que não houve confronto nem reação armada por parte da vítima. O delegado também destaca que a equipe de socorro foi acionada “com significativo atraso”, cerca de uma hora após o ocorrido, e chegou ao local meia hora depois. A investigação apurou diversas alterações na cena do crime e outras irregularidades após a morte de Allan. Uma delas é o fato de o corpo ter sido manipulado pela equipe de socorro para aplicar procedimentos de ressuscitação mesmo o técnico já estando morto, o que prejudicou a perícia de local de crime. Além disso, “a faca supostamente utilizada pela vítima (uma de caça de 33cm) foi plantada no local do crime pelos policiais para forjar uma legítima defesa, não estando na posse da vítima durante o confronto”. Por fim, o delegado cita o fato de os policiais terem levado os dois celulares que estavam com a vítima, “dificultando o trabalho da perícia e da investigação”. “Um dos celulares, que possuía rastreador da empresa onde trabalhava, foi verificado, e após a morte da vítima, o aparelho rodou pela cidade, foi levado para o batalhão da Polícia Militar (42º BPM) onde os militares envolvidos são lotados, e depois descartado em uma área de mata alta às margens de uma rodovia”, afirmou no inquérito. Tiago e Igor também deixaram o local antes da chegada da equipe da DIH, “o que impediu a entrevista de praxe”. Carlos André frisa que, apesar de alegarem legítima defesa, os investigados “recusaram-se a comparecer e participar da perícia de reprodução simulada dos fatos” e “invocaram o direito ao silêncio e à não autoincriminação”. Ele também afirma que foram constatadas “graves e relevantes contradições nos interrogatórios dos investigados”. “Em que pese essas divergências, os investigados recusaram-se a esclarecer essas divergências e também se recusaram a fornecer as senhas de acesso a seus aparelhos celulares apreendidos, mesmo cientes da autorização judicial”, escreveu o delegado no relatório final.A família de Allan comentou, por meio do advogado Walisson Reis, que a Polícia Civil fez um ótimo trabalho, responsabilizando corretamente os policiais militares pelos crimes cometidos e pede que todos os que acusaram Allan de estupro também respondam pela acusação falsa. “Venderam o Allan como um estuprador e foi comprovado que ele não cometeu crime nenhum. A família espera que a Justiça seja feita, que os policiais sejam punidos e excluídos da corporação”, afirmou.No inquérito, Carlos André diz que houve “exposição indevida da imagem da vítima” depois que policiais divulgaram indevidamente a imagem de Allan em uma reportagem na qual ele aparece como estuprador e os policiais como “heróis por terem ceifado a vida” da vítima.O delegado pediu a prisão preventiva dos policiais, mas a Justiça ainda não se manifestou. O POPULAR não conseguiu contato com a defesa deles.

PMs são indiciados por tocaia e assassinato no Residencial Buena Vista II

Violência

O homem preso em flagrante por agredir a namorada com mais de <a href="https://opopular.com.br/cidades/mulher-e-espancada-com-mais-de-60-socos-por-namorado-ex-jogador-de-basquete-video-1.3293725" target="_self">60 socos</a> no último sábado (26) em Natal (RN) já a tinha empurrado e incentivava que ela cometesse suicídio, de acordo com a delegada Victoria Lisboa, da Deam (Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher) da zona leste, oeste e sul da Polícia Civil do estado.

Igor Eduardo Pereira Cabral, 29, teve a prisão em flagrante convertida para preventiva (sem prazo). A reportagem tenta contato com a defesa dele, mas ainda não teve resposta. Ele disse, em depoimento, que sofreu um "surto claustrofóbico".

<cite>Ela informou que nunca solicitou medida protetiva contra ele. No formulário, ela informou que havia sido agredida com empurrão e que em outras ocasiões ela conversava com ele sobre a possibilidade de se matar e ele incentivava ela a tomar essa atitude atitude. O grau de violência psicológica que ela sofria era muito grande", informou a delegada.</cite>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/mulher-e-espancada-com-mais-de-60-socos-por-namorado-ex-jogador-de-basquete-video-1.3293725" target="_self">Mulher é espancada com mais de 60 socos por namorado ex-jogador de basquete; vídeo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/antes-de-ser-morta-pelo-ex-marido-mulher-sofreu-com-escalada-de-violencia-1.3283419" target="_self">Antes de ser morta pelo ex-marido, mulher sofreu com escalada de violência</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/mulher-desmaia-apos-levar-soco-do-namorado-na-rua-diz-pm-video-1.3283319" target="_self">Mulher desmaia após levar soco do namorado na rua, diz PM; vídeo</a></div>

Segundo ela, a vítima relatou que estava com o psicológico abalado e havia esse incentivo. Essa circunstância ainda continuará sendo apurada, já que pode configurar novo crime. O caso é tratado como tentativa de feminicídio.

À Folha de S.Paulo a promotora de vendas Juliana Garcia dos Santos Soares, 35, relatou que as discussões foram iniciadas por conta de ciúme após Igor ter visto, no celular dela, mensagens em que ela se comunicava com um amigo dele, sem segundas intenções.

Ela também disse que ele já havia apresentado comportamentos agressivos anteriormente. O relacionamento durava dois anos, entre "muitas idas e vindas".

<cite>Ele não gostou. Jogou meu celular na piscina porque queria mostrar a um amigo que estava conosco. Eu saí de perto para evitar o conflito. Ele foi para o meu bloco, subiu para pegar as coisas dele e eu subi pelo outro elevador para encontrar ele lá. Quando subimos, eu o notei agressivo", iniciou ela.</cite>

Ela conversou com a reportagem por mensagem de texto, pois está com a dicção comprometida pelas lesões.

<cite>Eu não quis sair do elevador porque achei que ele fosse me agredir e, no corredor, não tem câmeras. Ele queria me convencer a sair de lá. Foi aí que ele disse que eu ia morrer e começou a me bater sem parar", complementou.</cite>

Ela já prestou depoimento à polícia. A reportagem também apurou que, por conta das lesões, Juliana entregou aos policiais do plantão, no dia da ocorrência, um bilhete em que afirmava que ele já sabia que ia bater nela e, por isso, pediu que saísse do elevador.

<cite>Ele começou a me bater e disse que ia me matar", escreveu ela na ocasião.</cite>

O ataque foi gravado por uma câmera de segurança.

O vídeo mostra o momento em que o rapaz desfere um primeiro soco na vítima. Ela cai no canto do elevador, e ele começa uma sequência de golpes. Segundo a Polícia Civil, foram mais de 60 socos.

No laudo médico do Hospital Walfredo Gurgel, onde foi atendida, consta que Juliana apresentou fraturas na face e na mandíbula. De acordo com ela, precisará passar por cirurgia, que será realizada na próxima sexta-feira (1º) ou segunda-feira (4).

<cite>Estão planejando bem direitinho. Vai dar tudo certo", resumiu Juliana.</cite>

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Homem que deu 60 socos em mulher já a havia empurrado e alegou surto claustrofóbico, diz delegada

Rio Grande do Norte

Ex-jogador de basquete dá socos em mulher

<div attr-cid="policy:1.3293741" attr-version="policy:1.3293741:1753802675" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3293741" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3293741', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3293741">Ex-jogador de basquete dá socos em mulher (1.3293741)</a></div>

Uma mulher de 35 anos foi espancada com mais de 60 socos pelo namorado e ex-jogador de basquete, Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos. Câmeras de segurança registraram a agressão que ocorreu no elevador do prédio onde a vítima mora em Natal, no Rio Grande do Norte (veja acima).&nbsp;

A reportagem não conseguiu localizar a defesa do suspeito até a última atualização deste texto.&nbsp;

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Nas imagens mostra que, por volta das 16h do último sábado (26), o casal entrou no elevador discutindo. Quando a porta se fecha, Igor começa a desferir socos no rosto da vítima, que ficou com o rosto completamente ensanguentado. Ao G1, uma amiga da mulher que preferiu não se identificar, contou que o segurança do prédio viu a agressão pela câmara e chamou a Polícia Militar (PM).&nbsp;

Além disso, conforme a amiga, quando o elevador chegou ao térreo, Igor foi contido pelos moradores que o entregaram para a polícia. Ainda conforme a mulher, a briga teria sido motivada por ciúmes.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/psicologo-teria-armado-emboscada-para-atrair-e-matar-cantor-em-bosque-diz-pm-1.3293644" target="_blank">Psicólogo teria armado emboscada para atrair e matar cantor em bosque, diz PM</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/morre-ciclista-atropelada-por-juiz-aposentado-que-dirigia-bebado-com-mulher-nua-no-colo-1.3293025" target="_blank">Morre ciclista atropelada por juiz aposentado que dirigia bêbado com mulher nua no colo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/feminicidios-e-estupros-crescem-no-brasil-mostra-anuario-da-seguranca-1.3291964" target="_blank">Feminicídios e estupros crescem no Brasil, mostra Anuário da Segurança</a></div>

O ex-jogador foi encaminhado para a delegacia e preso em flagrante. Ao passar por audiência de custódia, teve a prisão convertida em preventiva e é investigado por tentativa de feminicídio.&nbsp;

A namorada dele foi levada para o Hospital Walfredo Gurgel, onde passou por exames e foi constatado que ela teve múltiplas fraturas no rosto e no maxilar. Ela deve ser submetida a uma cirurgia ainda esta semana para reconstrução dos ossos da face, segundo a advogada Caroline Mafra.

“Foram múltiplas fraturas no rosto, sem falar, claro, nas marcas psicológicas que ficam depois de uma situação tão violenta como essa”, disse a advogada ao G1.&nbsp;

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Câmeras de seguranças registraram a agressão (Reprodução/ G1 Natal)

<h2>Investigação&nbsp;</h2>

Ao G1, a delegada Victória Lisboa contou que a vítima nunca havia registrado um boletim de ocorrência ou pedido medida protetiva contra o suspeito. Além disso, relatou que, em depoimento, Igor alegou ter claustrofobia. A delegada aguarda a recuperação da namorada para saber a versão dela dos fatos ocorridos no dia da agressão e se houve outros episódios de violência.&nbsp;

"Ele justificou essa situação de claustrofobia, porque ele estava, querendo ou não, no elevador. Mas, assim, ao meu ver, isso não é nenhuma justificativa para o que foi feito", disse a delegada.

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Igor Eduardo Cabral, tem 29 anos, e foi filmado agredindo a namorada em Natal (Reprodução/Redes sociais)

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Mulher é espancada com mais de 60 socos por namorado ex-jogador de basquete; vídeo

VIOLÊNCIA 

<img attr-cid="policy:1.1197218" attr-version="policy:1.1197218:1695040172" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.1197218/image/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Feminicídio cresce no Brasil (Elza Fiúza/Agência Brasil)

No ano passado, mais de 100 mil medidas protetivas de urgência foram descumpridas no país. O número é 10,8% maior do que no ano anterior, quando foram registradas 87,6 mil falhas em manter o agressor longe das mulheres vítimas de violência doméstica.

Os descumprimentos representam 18,3% do total de medidas concedidas pelo Judiciário ao logo do ano passado, que somaram 555.001. Ao menos 52 mulheres morreram enquanto tinham restrições judiciais ativas.

O estado de São Paulo foi o mais recorrente com quase 20.000 descumprimentos, seguido pelo Rio Grande do Sul (11,9 mil), Minas Gerais (11,2 mil) e Paraná (10,7 mil), segundo a 19ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgada nesta quinta-feira (23) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

A medida protetiva de urgência é prevista há quase 19 anos no âmbito da Lei Maria da Penha, primeira norma jurídica no país que criminalizou a violência contra a mulher, e sua execução ainda esbarra em falhas, segundo Manoela Miklos, pesquisadora sênior do Fórum. "Estamos vendo a recorrência de descumprimento dos mesmos agressores, conhecidos não só da vítima, mas do próprio sistema", diz.

Em 2024, os dados do anuário mostraram que ao menos quatro vítimas do sexo feminino foram mortas por dia. O total de 1.492 mulheres assassinadas referente ao ano passado é o maior número já registrado desde 2015 e representou alta de 0,7% em relação a 2023.

Os números foram registrados quase dez anos após a aprovação da lei do feminicídio, que transformou o homicídio de mulheres em um tipo penal, e deixou de ser uma qualificadora do homicídio doloso, como ocorria anteriormente.

O indicador evidencia tendência de alta e manutenção desse tipo de crime em patamares elevados, apesar da queda geral das mortes violentas intencionais. "É a mesma foto todo ano", diz a pesquisadora. "Ainda é um desafio criar política pública da porta para dentro", continua sobre o local onde ocorre a maioria dos crimes, na residência das vítimas.

Nesse cenário, a pesquisadora ressalta a subnotificação dos feminicídios, já que, muitas vezes, as delegacias registram a ocorrência como homicídio doloso e a condição de gênero da vítima que teria motivado o crime fica em segundo plano.

Foi um ano também de alta nas tentativas de feminicídio, quando houve 19% mais notificações do que no ano anterior.

O levantamento apontou também aumento do registro de estupros no país no ano passado, 9,6% acima dos números registrados em 2023. As mulheres representaram 92,7% das vítimas. "As taxas de violência sexual são puxadas para cima porque temos grande parte do país funcionando como nos anos 1970, sem controle no acesso a armas", diz a pesquisadora, que também cita a ausência de delegacias da mulher na maioria dos municípios com mais casos de violência sexual.

Em 2024, cerca de 95 mil mulheres declararam serem vítimas de perseguição, crime que teve alta de 18,2% em comparação com o ano anterior. Artigo do Código Penal vigente desde 2021 torna crime o ato de perseguir alguém, por qualquer meio, e sob ameaça contra sua integridade física ou psicológica.

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<h2>Descumprimentos de medidas protetivas</h2>

Em números absolutos

São Paulo - 19.615

Rio Grande do Sul - 11.911

Minas Gerais - 11.245

Paraná - 10.798

Santa Catarina - 7.542

Goiás - 5.006

Rio de Janeiro - 4.438

Bahia - 3.784

Pernambuco - 3.780

Espírito Santo - 2.654

Mato Grosso do Sul - 2.283

Distrito Federal - 2.247

Ceará - 2.032

Mato Grosso - 1.956

Piauí - 1.512

Rio Grande do Norte - 1.482

Rondônia - 1.345

Maranhão - 1.312

Paraíba - 1.283

Amazonas - 1.261

Sergipe - 1.097

Alagoas - 721

Tocantins - 699

Roraima - 640

Acre - 519

Amapá - 494

Não há informações do Pará

Fonte: 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública

&nbsp;

<h2>Homicídios femininos em 2024</h2>

Em números absolutos

São Paulo - 421

Bahia - 388

Minas Gerais - 347

Ceará - 310

Pernambuco - 257

Paraná - 246

Rio de Janeiro - 245

Rio Grande do Sul - 200

Pará - 178

Maranhão - 156

Goiás - 119

Mato Grosso - 100

Espírito Santo - 93

Santa Catarina - 83

Amazonas - 77

Alagoas - 73

Piauí - 72

Paraíba - 66

Mato Grosso do Sul - 56

Rio Grande do Norte - 51

Rondônia - 40

Distrito Federal - 35

Tocantins - 28

Sergipe - 23

Roraima - 17

Acre - 13

Amapá - 6

Inclui feminicídios

Fonte: 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública

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Mais de 100 mil medidas protetivas foram descumpridas no país; número de mulheres mortas é o maior desde 2015