A Polícia Penal de Goiás transferiu, nesta quinta-feira (28), presos envolvidos nas mortes ocorridas na Casa de Prisão Provisória (CPP), no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, para presídios de segurança máxima. A corporação alega que os detentos são "extremamente violentos" e "assassinaram, cruelmente, colegas de cela" com o objetivo de desestabilizar o Sistema de Segurança Pública de Goiás.Quatro detentos morreram na CPP entre terça (26) e quarta (27). Como os dados são sigilosos, a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) não informou para quais unidades prisionais os detentos foram transferidos. EntendaTrês presos foram encontrados mortos nas celas 2 e 6, no Bloco 1, Ala B da CPP, na manhã da última terça-feira (26). Com sinais de enforcamento, a suspeita é de que os homens tenham sido assassinados por outros presos. Conforme apurou o POPULAR, dois dos mortos haviam sido presos por um crime praticado de forma conjunta.Os assassinatos teriam se dado durante a madrugada e os corpos foram encontrados pela manhã. Os mortos são Paulo Cesar Pereira dos Santos, de 23 anos, acusado de roubo; Hyago Alves da Silva, de 19 anos, acusado de homicídio e Matheus Junior Costa de Oliveira, de 20 anos, também acusado de homicídio.Um dia depois, no fim da tarde de quarta-feira (27), João Victor Nunes Araújo Guedes, de 27 anos, foi encontrado morto em uma cela do Bloco 3 da Ala B. O óbito foi constatado na enfermaria da CPP e o corpo tinha sinais de espancamento, segundo a Polícia Civil. João Victor era acusado de furtar um supermercado de Goiânia e respondia por crime de violência doméstica em Aparecida e outro cime na Justiça do Pará.MotivaçãoDe acordo com a Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Goiás (OAB-GO), durante a visita à CPP nesta quarta (27), os presos "alegaram que as mortes seriam uma suposta reação à reorganização do sistema, com a conseqüente movimentação de reeducandos entre as alas da unidade. Mencionaram, ainda, a hipótese de conflito entre facções internas." Além dessas alegações, os presos denunciaram à CDH da OAB-GO "restrições de direitos de visitação e de banho de sol."O Grupo de Investigações de Homicídios (GIH) de Aparecida de Goiânia apura as mortes. O delegado Rogério Moreira Bicalho, disse ao POPULAR que vai ouvir os presos que estavam nas celas onde as mortes ocorreram e também os agentes prisionais que trabalhavam nos dias dos crimes. A investigação também aguarda os resultados dos laudos da Polícia Técnico-Científica.Leia também:- Mais um preso morre na CPP de Aparecida de Goiânia, o quarto em dois dias - Defensoria pede explicações à DGAP sobre mortes em CPP