A pressão estética causada pelo uso das redes sociais e o desejo de alcançar padrões muitas vezes irreais faz com que pessoas cada vez mais jovens procurem por cirurgias plásticas. A rinoplastia e o implante de silicone são os procedimentos mais procurados. Especialistas argumentam que intervenções podem ser benéficas para autoestima de adolescentes, mas alertam sobre a importância da decisão ser bem pensada, já que cirurgias são definitivas.

Cirurgiões plásticos consultados pelo POPULAR compartilham da percepção de que a procura por procedimentos tem aumentado entre os jovens. De acordo com os dados mais recentes da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), nos últimos dez anos houve um aumento de 141% no número de procedimentos entre jovens de 13 a 18 anos. As mulheres são as que mais procuram por intervenções.

O cirurgião plástico Pedro Henrique Cruz é membro da SBCP e atua na área há cinco anos. Os adolescentes atendidos por ele, em geral, reclamam de estarem insatisfeitos com algum aspecto da aparência física que foge do que consideram padrão ou desejável. “Isso afeta a autoestima e o convívio social. Alguns dizem sofrer bullying, por meio de apelidos”, explica.

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Cruz acredita que a razão desse aumento da procura pode ser explicado por meio da facilidade do acesso à informação pela internet, inclusive sobre cirurgias plásticas, além do aumento da exposição da vida e imagem das pessoas por meio das redes sociais. “A razão do aumento da busca relacionada à rinoplastia tem relação direta com a cultura da ‘selfie’ e a distorção de imagem provocada pela proximidade em que esse tipo de foto é realizada e pelo tipo de lente presente nas câmeras frontais dos celulares”, pondera.

Dessa forma, Cruz afirma que é importante ter o bom senso como um balizador e observar que a adolescência é um momento de transformação corporal e psíquica. “O adolescente pode ser mais suscetível a influências externas e tem maior volatilidade dos seus desejos, o que demanda cuidado ao se decidir por uma cirurgia”, frisa. A cirurgiã plástica Raquel Eckert, que também é membro da SBCP, tem opinião parecida em relação aos jovens que procuram por intervenções. “Um perfil muito fomentado pelos filtros das redes sociais. São pessoas que buscam a perfeição”, comenta.

O cirurgião plástico e chefe da Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), Paulo Renato de Paula, reforça que no contexto das redes sociais existe uma cobrança por perfeccionismo. “Não concordo que tenhamos que seguir um padrão único. Cada pessoa tem sua beleza e suas características. Não temos que ser idênticos uns aos outros. Temos que buscar o equilíbrio e não os exageros”, opina.

Quem pode

A idade mínima para fazer uma cirurgia plástica depende do tipo de procedimento e leva em consideração o desenvolvimento de cada parte do corpo humano. Uma otoplastia (cirurgia realizada para corrigir as orelhas) pode ser feita em crianças e cirurgiões concordam que o procedimento pode ajudar na qualidade de vida daquelas que são vítimas de bullying por terem “orelhas de abano”, o que pode afetar até o desempenho acadêmico.

Assim, além da real indicação cirúrgica, é primordial avaliar se o momento da cirurgia é oportuno. “Uma adolescente que deseja colocar próteses de mama aos 15 anos pode, na verdade, ainda não ter terminado o desenvolvimento das suas mamas. Outro exemplo é a ginecomastia nos meninos. É comum um aumento transitório das glândulas mamárias nos adolescentes do sexo masculino, mas que regride até o início da idade adulta”, detalha Cruz.

O cirurgião plástico traz a lipoaspiração como outro exemplo. “Nem tudo o que pode ser feito, deve ser feito. Por exemplo, lipoaspiração em adolescente. Pode ser feito? Até pode. Mas será que precisa? O corpo está em crescimento e desenvolvimento. Há o estirão de crescimento ocorrendo. O desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, que estão ligados aos hormônios dessa fase da vida, vai alterando os locais de depósito de gordura. É difícil falar em gordura localizada num adolescente. Pode ocorrer sim excesso de peso e obesidade, mas lipoaspiração não é um método de emagrecimento”, explica.

Nesse sentido, Cruz aponta que, em geral, é prudente esperar até os 18 anos. “Casos excepcionais, que tenham importantes repercussões físicas, funcionais ou psicossociais, como desvios de septo importantes, mamas gigantes em garotas ou ginecomastias severas nos rapazes, podem ser operados antes da maioridade. Mas essa não é a regra”, argumenta. O cirurgião ainda destaca a importância da família acompanhar todo o processo. “É importante o apoio familiar para que o paciente adolescente se sinta acolhido para passar pelo pré-operatório e, principalmente, o pós-operatório”, acrescenta.

Acompanhamento psicológico pode ser um aliado importante

Apesar de não existir uma normatização que obrigue um adolescente a fazer acompanhamento psicológico antes de se submeter a uma cirurgia plástica, especialistas concordam que em alguns casos a consulta com um psicólogo pode ser importante para ajudar o adolescente a entender de maneira mais clara os impactos do procedimento. “Temos que alinhar muito bem as expectativas do real e do imaginário”, frisa Raquel Eckert, cirurgiã plástica e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

“A indicação de avaliação e acompanhamento psicológico é absolutamente necessária quando o cirurgião identifica uma incompatibilidade entre as queixas do paciente e a realidade. Isso pode corresponder a transtornos da autopercepção corporal, o que demanda acompanhamento e contra-indica a intervenção cirúrgica”, complementa Pedro Henrique Cruz, cirurgião plástico que também é membro da SBCP.

Com ou sem acompanhamento de um psicólogo, o cirurgião plástico e chefe da Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), Paulo Renato de Paula, chama atenção para a importância do próprio cirurgião plástico explicar de maneira detalhada os limites do procedimento e como será o pós-operatório. “O paciente precisa entender que existe um tempo necessário de recuperação. E que ele é lento. O jovem quer tudo de forma imediata”, pondera.

Raquel também defende o protagonismo do cirurgião plástico nesse processo. “É importante que avaliemos psicologicamente se aquela pessoa tem condição clínica, médica e psíquica suficiente para compreender todo o processo pós-operatório”, diz. Cruz também considera que cabe ao cirurgião plástico ter a sensibilidade e perspicácia de entender o que o adolescente busca. “Suas reais motivações e expectativas e o grau de convicção para decisão de se submeter à uma cirurgia e tudo o que ela acarreta”,&nbsp;finaliza.

Pressão estética alavanca cirurgias plásticas entre adolescentes

Cidades

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Matéria - Cidades

Saúde

Três adolescentes entre 12 e 13 anos foram estupradas após festa em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Segundo a Guarda Civil Municipal (GCM), no local, as garotas se encontraram com outros dois menores de idade e, na sequência, conheceram um jovem de 19 anos, que as levaram para a casa dele no setor Parque Hayala, onde teriam acontecido os abusos.&nbsp;

Como o nome dos suspeitos não foram divulgados,&nbsp;O POPULAR&nbsp;não conseguiu localizar a defesa deles até a última atualização desta reportagem.&nbsp;

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Segundo o inspetor Dioemys Pereira, uma das adolescentes acionou o Centro de Controle Operacional (C.C.O) da GCM e uma equipe foi até a casa do jovem. No local, os guardas contaram que encontraram a adolescente.&nbsp;&nbsp;

<cite>Uma menor, em estado de nervosismo, pedia ajuda alegando estar sofrendo maus-tratos do padrasto. Pouco depois, a mãe e a irmã da adolescente chegaram ao local e contestaram a versão apresentada por ela. Diante da situação, a família foi encaminhada à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) para averiguação", contou Pereira.</cite>

Na delegacia, o inspetor acrescentou que outra mãe compareceu acompanhada da prima da primeira vítima, uma adolescente de 12 anos. "Durante o depoimento, ambas confessaram que haviam fugido de casa na noite anterior para participar de uma festa, onde estavam acompanhadas de dois menores e um adulto", ressaltou.&nbsp;

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Para a polícia, as menores teriam relatado que no evento consumiram bebidas alcoólicas e drogas. Após os relatos, a delegada de plantão determinou que se localizassem os suspeitos e efetuasse a prisão do jovem. Eles foram encontrados após diligências nos setores Independência Mansões e Jardim Riviera.&nbsp;

Durante a abordagem, os agentes descobriram que havia uma terceira menor, que também havia sido vítima de abuso na casa no jovem. "Todos os envolvidos foram conduzidos à Central de Flagrantes, onde exames periciais confirmaram os abusos cometidos contra as menores", destacou Pereira.

O guarda completou que o suspeito maior de idade foi preso em flagrante, enquanto os dois menores infratores foram apreendidos. Eles ficaram à disposição das autoridades e dos responsáveis legais.

O POPULAR&nbsp;encontrou em contato com a Polícia Civil de Goiás (PC-GO), para obter outras informações sobre o caso, mas a assessoria apenas informou que "o fato foi registrado durante plantão na Central de Flagrantes de Aparecida e será encaminhado à DPCA [Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente]". A delegada da especializada, Sayonara Lemgruber, não retornou os contatos.&nbsp;

<h2>Entenda o caso&nbsp;</h2>

O inspetor Dioemys Pereira disse à TV Anhanguera que uma das adolescentes foi para uma festa na cidade com outras duas amigas, também menores, lá encontraram com dois menores e com o jovem.&nbsp;

<cite>Desses dois menores, surgiu um maior de idade nesta festa, onde essas seis pessoas, sendo um maior e cinco menores, foram para a residência deste rapaz, e lá aconteceu os estupros", contou Pereira.&nbsp;</cite>

Adolescentes são estupradas após festa em Aparecida de Goiânia

Investigação

BICICLETA_ADOLESCENTES_CARRO_LUZIANIA

<div attr-cid="policy:1.3216389" attr-version="policy:1.3216389:1735947439" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3216389" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3216389', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3216389">BICICLETA_ADOLESCENTES_CARRO_LUZIANIA (1.3216389)</a></div>

Dois adolescentes, de 13 anos, foram levados por transportes aéreos em estado grave para hospitais após serem atropelados por um carro desgovernado enquanto andavam de bicicleta, em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal (DF). O motorista teria sofrido um mal súbito e só parou após bater em uma árvore, de acordo com a Polícia Civil (PC). Câmeras de segurança flagraram o momento em que o veículo bate em cheio nos jovens (veja o vídeo acima).&nbsp;

Por não ter o nome divulgado, O POPULAR não conseguiu localizar a defesa do suspeito para que pudesse se posicionar.&nbsp;&nbsp;

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O acidente aconteceu por volta das 12h desta quinta-feira (2), na Avenida Lucena Roriz II, no Jardim Ingá. Imagens mostram que os dois adolescentes seguiam na contramão em uma bicicleta e, ao verem o carro na direção deles, tentaram desviar se aproximando da calçada, mas não conseguiram evitar a colisão.&nbsp;&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3216390" attr-version="policy:1.3216390:1735947483" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3216390/WhatsApp Image 2025-01-03 at 20.33.18 (1).jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Carro desgovernado atropelou os adolescentes e bateu em uma palmeira em seguida (Reprodução/Polícia Militar)

Os jovens foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Jardim Ingá, de acordo com a Polícia Militar (PM).&nbsp;&nbsp;

Conforme apuração da TV Anhanguera, um dos meninos quebrou as duas pernas e precisou ser transportado por um helicóptero do Corpo de Bombeiros do DF para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia, devido à gravidade das lesões. Na unidade, ele passou por cirurgia que durou cerca de três horas e o quadro de saúde é estável, segundo informou o Hugol à TV Anhanguera.&nbsp;

Ao POPULAR, os bombeiros informaram que o outro adolescente sofreu vários ferimentos na cabeça e no restante do corpo, e foi levado em estado grave por uma aeronave para o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). À reportagem, a unidade respondeu que, em função da legislação sobre Sigilo de Prontuário, não irá fornecer os dados sobre paciente atendido na rede pública de saúde. Para a TV Anhanguera, a mãe do jovem disse que ele não precisou passar por cirurgia e continua sob observação dos médicos.

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Adolescente foi transferido por uma aeronave dos bombeiros até o Hospital de Base do Distrito Federal (Reprodução/TV Anhanguera)

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/mulher-e-encontrada-morta-apos-ser-atropelada-na-go-154-1.3216255" target="_blank">Mulher é encontrada morta após ser atropelada na GO-154</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/motociclista-morre-e-neto-fica-ferido-apos-acidente-entre-carro-e-moto-1.3216128" target="_blank">Motociclista morre e neto fica ferido após acidente entre carro e moto</a></div>

<h2>Investigação&nbsp;</h2>

Ao POPULAR, a PM informou que foi acionada, e quando chegou ao local, encontrou o motorista que dirigia o Fiat Palio vermelho desorientado com um corte no lábio após colidir contra uma palmeira. Ele disse aos militares não saber o que havia ocorrido.&nbsp;

O homem foi levado até a UPA do Jardim Ingá e após passar por análise médica, foi conduzido até à base da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para realização do teste de etilômetro. A TV Anhanguera informou que o resultado deu negativo para embriaguez. Em seguida, o motorista foi levado para a delegacia.&nbsp;

A polícia informou à TV Anhanguera que o homem teria sofrido uma crise epiléptica ou um mal súbito enquanto dirigia. Ele não foi preso, mas foi instaurado uma Verificação de Procedência de Informações (VPI) para apurar o caso.

(Colaborou Paula Jardim da TV Anhanguera)

Adolescentes são levados por transporte aéreo em estado grave para hospital após serem atropelados por carro

LUZIÂNIA

O Brasil chegou a 6,5 milhões de casos prováveis de dengue, de acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde. Os dados são provisórios e referem-se ao período de 1º de janeiro a 7 de outubro. O coeficiente de incidência é de 3.221,7 por 100 mil habitantes. A OMS (Organização Mundial da Saúde) considera que taxas acima de 300 casos por 100 mil habitantes indicam epidemia.

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No período, 5.536 pessoas morreram devido à doença. Outros 1.591 óbitos estão em investigação.

No mesmo período de 2023, o país confirmou 1,3 milhão de casos prováveis de dengue. De janeiro a dezembro, houve 1,6 milhão —1.179 pessoas morreram. Os números de janeiro a outubro de 2024 são 400% mais altos se comparados aos do mesmo período de 2023.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/somente-33-dos-adolescentes-em-goias-receberam-a-segunda-dose-da-vacina-contra-a-dengue-alerta-ministerio-da-saude-1.3180432" target="_blank">Somente 33% dos adolescentes em Goiás receberam a segunda dose da vacina contra a dengue, alerta Ministério da Saúde</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/goias-registra-380-mortes-por-dengue-e-tem-o-pior-ano-da-doenca-ja-registrado-1.3170268" target="_blank">Goiás registra 380 mortes por dengue e tem o pior ano da doença já registrado</a></div>

Apesar da incidência e dos números altos, as infecções começaram a baixar a partir da semana epidemiológica 16, que iniciou em 14 de abril. Até a 40, a última de agosto, a curva de infecções diminuiu e depois apresentou pequenas oscilações.

Neste ano, o estado de São Paulo tem 32,3% dos casos de dengue do país —2,1 milhões. Foram registradas 1.786 mortes pela doença. Outros 831 óbitos permanecem em investigação.

Segundo o mesmo painel, a capital paulista tem 639.066 infecções por dengue com 365 mortes e outras 476 em investigação. No dia 7 deste mês, a Prefeitura de São Paulo revogou a emergência de dengue.

O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS

Para o infectologista Antonio Carlos Bandeira, membro do Comitê de Arbovirose da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e assessor técnico do Laboratório Central do Estado da Bahia, a expectativa é a de que os números da dengue continuem menos expressivos até dezembro, quando a volta do crescimento é esperada. O pico da doença deverá ocorrer de março a abril do ano que vem. De maio em diante, a tendência é cair. "Neste ano, ficamos durante muitos meses com um platô alto. Não dá para prever se isso voltará a acontecer no país", explica.

O especialista chama a atenção para a necessidade de ações eficientes no combate à dengue em várias frentes. Uso de larvicidas, trabalho ambiental e cuidado dos pacientes com dengue, segundo Bandeira, não são suficientes.

"A maior parte dos países do mundo tem caminhado em várias frentes. Uma delas é utilizar a tecnologia dos mosquitos transgênicos. E transformar num produto de escala. Precisa chamar as empresas privadas porque o governo não tem dinheiro para resolver tudo sozinho."

A vacinação contra a dengue deve ser implementada em larga escala. "O Ministério da Saúde fez uma vacinação muito tímida. Precisa expandir e colocar a vacina da dengue dentro do calendário do Programa Nacional de Imunizações. Isso tinha que ser rápido, para todas as pessoas. A vacina do Butantan precisa ser acelerada pela Anvisa. Vai ser uma segunda vacina muito eficaz também."

A médica Andyane Tetila, presidente da Sociedade de Infectologia de Mato Grosso do Sul, alerta que, assim como nos outros anos, o forte calor, a umidade e as chuvas vão favorecer a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

"Há necessidade de trabalhar as ações de prevenção de forma precoce, com início imediato, para conscientizar a população a evitar o acúmulo de água nos domicílios, além das medidas de gestão, com políticas públicas, e medidas mais novas, como o método wolbachia, para diminuir a replicação dos mosquitos", afirma.

Segundo Tetila, a preocupação dos gestores de saúde é com a circulação dos subtipos 3 e 4 da dengue. Em 2024, prevaleceram o 1 e o 2.

"Há um risco de aumento de casos por causa da situação climática favorável, dos subtipos virais que circularam em 2024 voltarem em 2025 e encontrar muitas pessoas ainda suscetíveis, principalmente o subtipo 3, que circulou em alguns estados, e o 4, que teve alguns casos também identificados no nosso país. Além disso, nem toda a população foi exposta aos tipos 1 e 2, e não está protegida contra uma infecção", diz Tetila.

Na visão de Carlos Magno Fortaleza, presidente da (SPI) Sociedade Paulista de Infectologia e professor de Infectologia da Unesp, em Botucatu, a intensa atividade da dengue nos últimos dois anos foi causada por determinantes climáticos –em anos quentes, aumenta a atividade do mosquito vetor– e principalmente pelo desmonte das ações de controle de doenças que se viu durante o governo Bolsonaro.

"O governo Bolsonaro desmontou a inteligência epidemiológica e do controle de doenças do Brasil, que era admirada no mundo inteiro. Pessoas importantes dessa inteligência saíram porque não tinham possibilidade de trabalhar ou foram excluídas das linhas decisórias do Ministério da Saúde", comenta Fortaleza.

"Além de tudo foi desmontado todo o sistema de pactuações municipais e estaduais nos quais se baseava a ação de controle de doenças no SUS. O governo federal muda, mas os governos municipais não mudam essa onda de individualismo, negacionismo, não cooperativismo, não investimento na prevenção. Isso é uma herança do bolsonarismo. A construção do SUS desde a década de 80 foi um processo harmônico. Com essa polarização e desconstrução das políticas públicas, essa harmonia não se recupera simplesmente com a boa vontade da ministra Nísia.

Fortaleza acredita que o país esteja pouco preparado para a dengue. Apesar de um número ínfimo de vacinados, a imunidade populacional pode ser um freio. "Se nós tivermos a mesma cepa circulando, grande parte da população já se infectou no ano anterior. Talvez essa imunidade populacional seja uma limitação em uma situação tão dramática como vivemos esse ano", afirma.

Este projeto é uma parceria com a Umane, associação que apoia iniciativas no âmbito da saúde pública

&nbsp;

Dengue aumentou 400% no Brasil em 2024 em comparação ao ano passado

 casos prováveis 

Até a tarde de quarta-feira (2), o Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás (CBM-GO) atendeu 3.554 incêndios florestais em todo o Estado. O número é 75% maior do que o de ocorrências em todo o ano de 2023, quando foram atendidos 2.030 incêndios em áreas fora das zonas urbanas. Apenas nos 30 dias de setembro foram 1.535 ocorrências deste tipo, uma média de 51 por dia, e um total equivalente a 75,62% da quantidade registrada no ano passado. Para se ter uma ideia, em setembro de 2023 foram 501 registros, ficando atrás do mês de agosto daquele ano (598).

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Um dos atendimentos ocorridos no final de setembro e que ainda segue tendo atuação dos bombeiros e brigadistas é na Serra Dourada, na região Central do Estado, próximo aos municípios de Goiás, Mossâmedes e Buriti de Goiás. A última atualização informada pelo CBM-GO relatou que “o incêndio conta hoje com mais de 50 bombeiros no combate, equipes compostas por militares dos quartéis da região, força-tarefa da capital e os componentes do Curso de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (CPCIF), brigadistas da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), fazendeiros, todos empenhados em controlar as chamas”.

Informou ainda que não é possível mensurar a área atingida pelo fogo e que se trata de uma região de difícil acesso, com muitos morros, serras, grotas e paredões. De acordo com a Semad, o incêndio teria atingido pelo menos 2 mil hectares da área, tendo sido iniciado no sábado (28) e por motivo, aparentemente, natural, com a queda de um raio no topo da serra. O CBM-GO não estima o tamanho da área e relata que são diversos focos de incêndio no entorno da serra, sendo considerada uma situação crítica.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/capivaras-podem-ter-morrido-ao-sairem-em-busca-de-alimento-1.3182929" target="_blank">Capivaras podem ter morrido ao saírem em busca de alimento</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/incendio-atinge-parque-estadual-serra-dourada-1.3182430" target="_blank">Incêndio atinge Parque Estadual Serra Dourada</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/policia-civil-vai-investigar-incendio-que-atingiu-gameleira-da-avenida-araguaia-1.3182625" target="_blank">Polícia Civil vai investigar incêndio que atingiu gameleira da Avenida Araguaia</a></div>

Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente da cidade de Goiás, Carlos Augusto Ignácio Campos, o incêndio da Serra Dourada começou no município de Mossâmedes e Buriti de Goiás, mas já chegou na área rural de Goiás, estando a cerca de 40 quilômetros do centro do município. No entanto, um outro incêndio, que ocorreu no Morro Cantagalo nesta quarta-feira (2) foi mais próximo à cidade, já que o local está no perímetro urbano, fazendo com que a fumaça e a fuligem atingissem os moradores. “Ele já está controlado agora, mas foi mais perto aqui da cidade, passou bem perto”, conta o secretário. Ele não acredita que o incêndio na Serra Dourada vá conseguir avançar para mais próximo da zona urbana de Goiás.

<h2>Recuo </h2>

Nos primeiros dias de outubro deste ano, foram 42 atendimentos de incêndio florestal pelo CBM-GO, o que mostra uma queda na média diária (21) ante o que se teve em setembro (51). Em 2023, em outubro, houveram 185 ocorrências deste tipo.

Neste ano, dos 3.554 atendimentos de incêndio florestal em Goiás pelo CBM-GO, 3.334 foram em áreas públicas e particulares, enquanto que 220 ocorreram em áreas protegidas no Estado. Quanto à natureza dos atendimentos, foram 2.587 em propriedades rurais, 556 em faixas de domínio (estradas ou rodovias), 213 em unidades de conservação, 191 em terras devolutas e 7 em terras indígenas.

<h3>Previsão</h3>

De acordo com o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), para esta sexta-feira (4), “a massa de ar quente e seco predomina influenciando as temperaturas em Goiás, a umidade relativa do ar estará em declínio no período da tarde”. O risco de incêndios em todo o Estado é considerado alto, inclusive para a região da Serra Dourada, enquanto que o índice de umidade relativa do ar segue em alerta, entre 12% e 20%. Em Goiânia, há “predomínio de sol, temperatura máxima podendo chegar aos 38ºC e umidade relativa do ar variando entre 18% a 65%, o nascer do sol será às 05h56 e o pôr do sol às 18h14”.

Além disso, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), apontou três cidades goianas entre as maiores temperaturas desta quinta-feira (3). Aragarças, na região Oeste, apontou a maior temperatura ao atingir 42,5ºC, enquanto Goiás ficou logo atrás, com 42,3ºC. Ainda no ranking, há Porangatu, na região Norte, com 41,7ºC. Nesta semana, o instituto afirmou que Goiás está em uma nova onda de calor, a nona do ano, que deve durar até o final da próxima semana, quando deve ocorrer uma chuva pontual. A chegada de chuvas mais regulares deve ocorrer apenas em novembro.

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