O sistema prisional em Goiás possui hoje um déficit de 17.041 vagas, dada a quantidade de pessoas presas em todos os regimes, de acordo com a plataforma Geopresídios, alimentada pelo Cadastro Nacional de Inspeções em Estabelecimentos Penais (Cniep), sistema interno do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Isso porque há 30.208 reeducandos no Estado, em regimes aberto, semiaberto ou fechado, enquanto há apenas 13.167 vagas nos 80 estabelecimentos goianos e inspecionados pelo órgão judicial. Com isso, a taxa de ocupação está em 229,4%. Trata-se de um problema crônico, segundo especialistas. O advogado especialista em Criminologia e Direito Penal e presidente da Comissão Especial de Execução Penal da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Goiás (OAB-GO), Alan Cabral Jr., entende que o ponto central é que o déficit “expõe uma negligência histórica com as condições de custódia e é um reflexo da própria lógica da política criminal brasileira e goiana”.