Um homem está preso pelo assassinato de uma mulher que agora é apontada pela Polícia Civil de Rio Verde como uma das vítimas de outra pessoa: Rildo Soares dos Santos, de 33 anos, que, após ser preso em flagrante na sexta-feira (12), começou a ser investigado como um possível serial killer na cidade. Rildo já é suspeito de pelo menos três homicídios e dois desaparecimentos em Rio Verde. As três mortes – inclusive a de Alexania Hermogenes Carneiro, de 40 anos, crime pelo qual Carlos Eduardo Camargo, de 54 anos, está preso desde o final de agosto – apresentam semelhanças. Rildo foi preso inicialmente pela morte de Elisangela da Silva Souza, de 26 anos, quando ela seguia para o trabalho em um frigorífico, na quinta-feira (11), ainda de madrugada. Imagens de câmera de segurança mostram a vítima sendo abordada pelo suspeito e levada para um terreno baldio; depois, ele sai do local sozinho. O corpo dela foi encontrado pela polícia sem parte das roupas e com muitos ferimentos na cabeça. Essas seriam as características que ligam o caso ao de Alexania, ocorrido em agosto, e de Monara Pires Gouveia de Moraes, de 31 anos, em julho.Com base nas investigações iniciais da Polícia Civil, no caso de Alexania, o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) denunciou Carlos Eduardo pela morte afirmando que ele a abordou em um local conhecido por usuários de drogas e traficantes da cidade e a levou para um terreno baldio, onde a matou a pauladas. O corpo foi abandonado em uma vala e encontrado posteriormente. No processo, em nenhum momento é citado o nome de Rildo. Carlos Eduardo está detido na Casa de Prisão Provisória (CPP) de Rio Verde.Foi o próprio Rildo que, questionado, confirmou que conhecia Monara e Alexania das ruas e que as viu, inclusive, momentos antes de elas terem sido assassinadas. Porém, ele nega envolvimento nas mortes. Sobre a primeira, disse que a encontrou na noite em que foi morta, que ficaram juntos na ocasião em um ponto da cidade, mas depois a deixou com um homem de quem não sabe a identidade. Sobre Alexania, o suspeito afirma que chegou a ver um homem a agredindo a pauladas, o que ficou assistindo por 20 minutos, quando foi embora.Rildo afirma que, antes de se encontrar com Alexania, conversou com um homem cujo apelido seria Galego, que lhe pediu que, caso avistasse a vítima, a levasse até ele, pois ela lhe devia dinheiro de drogas. Foi isso que ele diz ter feito na noite de 28 de agosto, quando ela o abordou perguntando se sabia de alguém que teria droga para vender. Ao levá-la até Galego, Rildo disse que a empurrou em uma vala e que então o outro homem passou a agredi-la. Ele nega que tenha participado das agressões. O apelido Galego não é citado no processo contra Carlos Eduardo.Já no inquérito em que a Polícia Civil indiciou Carlos Eduardo pela morte de Alexania, a história é diferente da contada por Rildo. Com base em depoimentos de testemunhas, o suspeito é chamado de Cadu e não de Galego e ele que a teria seguido até o local onde o corpo dela foi localizado após os dois terem se encontrado na boca de fumo citada no interrogatório de Rildo. Testemunhas contam que ouviram de Carlos Eduardo, após ele conversar com a vítima, que sabia para onde ela estava indo e que iria atrás dela. Há relatos também de ameaças feitas por ele contra Alexania.Ao ser interrogado, Carlos Eduardo negou envolvimento com o crime. Reconheceu que estava na boca de fumo citada, conhecida como “Grota”, mas que só saiu do local por volta de meia-noite, horas após Alexania ter sido assassinada. No inquérito que indiciou Cadu é dito que a vítima não tinha nenhum tipo de problema com ninguém, apenas com ele, que constantemente a agredia como forma de cobrar dívidas de drogas. Ele se negou a responder mais perguntas da Polícia. A Justiça aceitou no dia 10 de setembro a denúncia do MP-GO. Ainda no caso de Alexania, é dito no inquérito sobre a morte dela que Cadu estaria com ela na noite do crime porque queria acompanhá-la ao fazer um saque bancário de um benefício ao qual ela teria direito. A testemunha disse acreditar que ele a matou para ficar com o dinheiro. Segundo as investigações, não foi encontrado nenhum cartão com a vítima. Rildo, por outro lado, não deu muitos detalhes sobre como foi a noite em que viu Alexania, mas acertou sobre um homem cobrando uma suposta dívida dela e o apelido da vítima, “Lessi”.Em entrevista à TV Anhanguera, o delegado Adelson Candeo Júnior, responsável pelas investigações das três mortes, contou que contra Rildo têm chegado informações de outras cidades e que o suspeito está sendo investigado por crimes envolvendo pelo menos cinco mulheres em Rio Verde. Rildo é da Bahia e está na cidade goiana há cerca de um ano. O delegado destaca a forma extremamente violenta como as vítimas foram mortas. No caso dos desaparecimentos, não houve mais detalhes, apenas que o perfil de uma vítima é similar ao de Alexania.No depoimento, Rildo confirma que abordou Elisangela para assaltá-la, que levou o celular e a bolsa, mas ficou apenas com o cartão, que tirou a roupa dela para que não fugisse, mas afirma que a deixou desacordada e que não a agrediu na cabeça nem a estuprou. Não foi explicado o uniforme com que ele aparece no crime e no momento da prisão. Rildo foi preso no dia seguinte ao crime, quando o corpo foi encontrado.