Esta semana a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia voltou a recomendar o uso de máscaras para evitar contaminação pelo vírus que provoca a monkeypox (varíola de macacos), doença que tem mobilizado autoridades de saúde de todo o mundo. Medidas de proteção facial foram adotadas desde o início da pandemia da Covid-19 para conter a ação do coronavírus (Sars-CoV-2), e mesmo com ressalvas médicas, após o início da vacinação em massa a obrigatoriedade do uso da máscara deu lugar à recomendação na maioria dos lugares. Mas, com o surto da monkeypox, o que efetivamente precisa ser feito?Para a virologista Menira Souza, professora e pesquisadora do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, da Universidade Federal de Goiás (IPTSP/UFG), “medidas preventivas devem ser instituídas, antes que o vírus se espalhe na população”. Segundo ela, além do monitoramento de casos, como as autoridades de saúde vêm fazendo, quarentena e isolamento de pessoas positivadas são fundamentais. Entretanto, em localidades onde foram confirmados casos, como Goiânia e Aparecida de Goiânia, o ideal, segundo a virologista, é “evitar aglomerações e usar máscaras”.A professora do IPTSP explica que “o indivíduo suscetível pode ser infectado por meio do contato com fluido de vesículas que contém uma grande quantidade de vírus, que são as lesões características na mucosa e pele de infectados; pelo próprio contato direto pessoa a pessoa, pela via respiratória, por meio de gotículas de saliva e aerossóis”. Em média, como explica Menira Souza, o período de incubação oscila de 6 a 13 dias, mas pode durar mais tempo. Ou seja, alguém pode ter o vírus e não saber até que os sintomas apareçam.Superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Flúvia Amorim explica que a recomendação do uso de máscara é feita pela pasta para as pessoas que vivem sob o mesmo teto de quem confirmou a doença. “Principalmente nessa situação”, ressalta. O Ministério da Saúde, que mantém uma Sala de Situação para monitorar os casos da doença no Brasil, orienta a população em geral a se prevenir “fazendo o uso de máscara e higienização das mãos”.Em maio deste ano, quando fez o alerta sobre a evolução de casos de monkeypox fora de sua área endêmica, como a África Central e Ocidental, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que, como a transmissão de humano para humano resulta de contato próximo com secreções respiratórias, lesões na pele de uma pessoa infectada ou objetos contaminados, membros da família e trabalhadores da saúde correm mais risco. E, para Menira Souza, pessoas imunocomprometidas, crianças e idosos podem ter quadros mais graves da doença. Segundo a OMS, a cadeia de transmissão documentada mais longa de monkeypox em uma comunidade aumentou nos últimos anos de 6 para 9 infecções sucessivas de pessoa para pessoa.“Isso pode refletir o declínio da imunidade em todas as comunidades devido à cessação da vacinação contra a varíola”, disse a OMS em comunicado. A virologista Menira Souza lembra que desde a década de 1980 não são registrados casos naturais de varíola no mundo. “É a única doença humana que foi erradicada, graças a uma vacina bastante eficaz.” A pesquisadora reforça que os estudos envolvendo a doença não cessaram, há antivirais já aprovados para uso na Europa e nos Estados Unidos e de uma vacina específica contra a monkeypox e outras em estudo.Casos A SES está monitorando os casos de monkeypox em Goiás. No último boletim publicado nesta quinta-feira (14), consta que foram notificados à pasta 14 casos, dos quais quatro foram confirmados em Aparecida de Goiânia e Goiânia, e seis ainda permanecem sob investigação. Os demais foram descartados para a doença. Todos os pacientes estão isolados em casa e monitorados pelas autoridades de saúde. O Brasil tinha nesta quinta-feira (14), 310 dos 11.068 casos confirmados de monkeypox, em todo o mundo.Em Goiânia, continua prevalecendo o decreto do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) que flexibilizou o uso de proteção facial, tornando facultativo o uso de máscaras em ambientes fechados e abertos. Em âmbito estadual também a SES definiu pela flexibilização, mas com o aumento do número de casos da Covid-19, algumas localidades goianas recomendaram o retorno do uso da máscara.Autoridades reforçam nome correto de doençaPor que monkeypox? Este é o nome que deve ser usado pelas autoridades de saúde para designar a doença que, anteriormente, ficou conhecida como varíola dos macacos. A recomendação é da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde. “Macaco não é reservatório. É apenas uma vítima. Ele não é o transmissor da doença”, alertou Flúvia Amorim em seu perfil no Instagram. Como ocorreu em anos anteriores, com a febre amarela, pessoas estigmatizam o animal como se ele fosse o responsável pela transmissão da doença, o que não é verdade. No início do mês dois macacos foram encontrados mortos em Senador Canedo, na região metropolitana de Goiânia. Leia também:- Mais de 700 mil pessoas ainda não tomaram segunda dose da vacina contra Covid-19 em Goiás- Varíola do macaco: saiba o que é e como se proteger- Dois casos de varíola dos macacos são confirmados em GoiâniaVirologistas têm feito duras manifestações para que o nome da doença não seja tão discriminatório porque macacos não são portadores/transmissores da doença. A confusão teve início em 1958 quando pesquisadores utilizaram um macaco cinomolgo, asiático, para isolar o vírus. A principal suspeita é de que os hospedeiros do vírus sejam majoritariamente roedores silvestres africanos – ratos e esquilos. O macaco pode ser infectado, mas não é ele o hospedeiro natural. Por enquanto, monkeypox é o nome adotado oficialmente no lugar de varíola dos macacos. Mas os virologistas continuam defendendo uma nova mudança de denominação, por cepas, como o caso das variantes da Covid-19. Autoridades reforçam nome correto de doençaPor que monkeypox? Este é o nome que deve ser usado pelas autoridades de saúde para designar a doença que, anteriormente, ficou conhecida como varíola dos macacos. A recomendação é da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde. “Macaco não é reservatório. É apenas uma vítima. Ele não é o transmissor da doença”, alertou Flúvia Amorim em seu perfil no Instagram. Como ocorreu em anos anteriores, com a febre amarela, pessoas estigmatizam o animal como se ele fosse o responsável pela transmissão da doença, o que não é verdade. No início do mês dois macacos foram encontrados mortos em Senador Canedo, na região metropolitana de Goiânia. Virologistas têm feito duras manifestações para que o nome da doença não seja tão discriminatório porque macacos não são portadores/transmissores da doença. A confusão teve início em 1958 quando pesquisadores utilizaram um macaco cinomolgo, asiático, para isolar o vírus. A principal suspeita é de que os hospedeiros do vírus sejam majoritariamente roedores silvestres africanos – ratos e esquilos. O macaco pode ser infectado, mas não é ele o hospedeiro natural. Por enquanto, monkeypox é o nome adotado oficialmente no lugar de varíola dos macacos. Mas os virologistas continuam defendendo uma nova mudança de denominação, por cepas, como o caso das variantes da Covid-19.