A psicóloga Bruna Nunes de Faria, de 27 anos, que morreu durante um exame de ressonância magnética, em Goiânia, já havia feito ao menos três outros exames que demandaram a aplicação de contraste. De acordo com a professora Jane Alves de Sousa, a filha nunca teve reação à substância antes. No entanto, segundo ela, Bruna começou a tossir e a sentir falta de ar na última vez que recebeu contraste, no dia 21 deste mês. Cerca de 40 minutos, a psicóloga teve a morte confirmada.Na delegacia de Polícia Civil, onde esteve na manhã desta quarta-feira (28) para prestar depoimento, Jane lembrou que a filha havia tido dois AVCs e passado por nove especialistas, entre neurologistas e cardiologistas.No dia do exame de ressonância, que seria feito para descobrir a causa dos AVCs da jovem, Jane conta que entrou com a filha na clínica para acompanhá-la. A mulher narra que Bruna começou a ser preparada, mas no momento em que recebeu a aplicação de contraste, a reação foi instantânea."Ela começou a tossir e sentir falta de ar. Viram que o pé estava preto. Falei 'Filha, fala comigo. O que está acontecendo?'", recorda a mãe, que disse que a última coisa que ouviu da filha foi que ela estava com falta de ar.Conforme Jane, após passar mal, a filha foi levada para outro ambiente. Ela diz ter visto troca de olhares entre funcionários da clínica e ouvido deles que Bruna havia tido um choque anafilático, e que todos os procedimentos necessários estavam sendo feitos.Leia também:Psicóloga morreu menos de 1 hora após aplicação de substância para exame, diz mãe: "Ela pedia ar"Prontuário de psicóloga que morreu após receber contraste tem rubrica de médica de licençaMenos de uma hora depois, a mulher recebeu a notícia de que a filha havia morrido.Ela, agora, cobra a elucidação do ocorrido. "O que aconteceu? Eu quero saber. Foi o contraste? Foi uma dose a mais? Foi o preparo que eles não tiveram para dar o ar que ela pediu, que foi a última palavra que ela falou?".O delegado Kleyton Manoel, do 8ºDP, investiga o caso.O que diz a clínicaBruna Nunes fez o exame no Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) Unidade II, que fica na Avenida Portugal, no Setor Marista.O procedimento foi realizado pela equipe do médico Ary Daher. Ao G1, a defesa informou que aguarda o resultado do laudo que vai determinar a causa da morte e que se solidariza com a família da jovem.Já a defesa de Ary Daher explicou que o grupo CDI foi dividido em dois, que, por enquanto, seguem operando com o mesmo nome, mas que prestam serviços diferentes. A outra empresa de exames pertence aos médicos Luiz Rassi Júnior e Colandy Nunes.Ainda de acordo com as notas enviadas ao G1, as clínicas funcionam de forma separada, apesar de estarem localizadas no mesmo endereço. Elas realizam exames distintos, com equipamentos distintos, médicos e colaboradores também distintos, segundo a defesa de Luiz Rassi.