PM afasta militares envolvidos em suposto confronto que deixou dois mortos

Os quatro policiais militares do Comando de Operações de Divisas (COD) envolvidos em um suposto confronto que resultou na morte de dois homens, no Setor Jaó, em Goiânia, foram presos na manhã deste sábado (6).&nbsp;

Segundo informações preliminares, dois foram presos em Goiânia, um em Anicuns e um em Senador Canedo.&nbsp;Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) informou que eles serão encaminhados ao presídio militar.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/morto-pela-pm-estava-no-cod-minutos-antes-de-abordagem-diz-advogado-1.3125690" target="_blank">Morto pela PM estava no COD minutos antes de abordagem, diz advogado</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/morto-em-suposto-confronto-no-jao-em-goiania-teria-delatado-pms-por-extors-o-1.3125291" target="_blank">Morto em suposto confronto no Jaó, em Goiânia, teria delatado PMs por extorsão</a></div>

Os militares são investigados por duas mortes durante uma ação em que alegam ter existido um suposto confronto. No entanto, no dia do ocorrido, um vídeo gravado por uma das vítimas, antes de ser morta, não mostra reação por parte dos abordados. Neste mesmo vídeo, um agente é filmado pegando arma de uma sacola e colocando na cena do crime (assista abaixo).&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3124449" attr-version="policy:1.3124449:1712099007" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3124449" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3124449', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3124449">PM afasta militares envolvidos em suposto confronto que deixou dois mortos (1.3124449)</a></div>

<h2>Abordagem</h2>

A abordagem aconteceu na última segunda-feira (1°). No registro de atendimento integrado (RAI), os militares envolvidos justificaram que receberam a informação de que três homens armados estariam se passando por policiais civis para invadir uma fazenda e tentar sequestrar um rapaz para cobrar uma dívida.

Em patrulhamento, teriam identificado um carro com características semelhantes e, ao tentar a abordagem, disseram que foram recebidos com diversos tiros. Ainda conforme o RAI, neste momento, três policiais do COD revidaram contra os supostos suspeitos. Um deles morreu no local, e outro foi encaminhado a uma unidade de saúde da capital, onde teria morrido.

Segundo a corporação, um dos suspeitos tinha uma “extensa ficha criminal” por crimes como extorsão e tráfico de drogas. O segundo teria, dentre outras, passagens por porte ilegal de arma de fogo, extorsão e cárcere privado.

A Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO) chegou a determinar o afastamento dos quatro policiais e afirmou também que não compactua com “qualquer desvio de conduta praticado por seus membros.”

Quatro policiais do COD envolvidos em suposto confronto que terminou com duas mortes são presos

Cidades

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Matéria - Cidades

Mandados de prisão

O governador Ronaldo Caiado (UB) nomeou nesta quarta-feira (4) para comandar o 16º Comando Regional da Polícia Militar (16º CRPM), em Trindade, <a href="https://opopular.com.br/cidades/caiado-revoga-homenagem-dada-para-pm-acusado-de-matar-dois-homens-em-suposto-confronto-1.3160262" target="_blank">o tenente-coronel Edson Luís Sousa Melo Rocha, também conhecido como Coronel Raiado</a>. Edson estava sem cargo desde o começo de abril, quando foi dispensado da função de comandante do Comando de Operações de Divisas (COD) após o vazamento de um vídeo mostrando policiais militares deste batalhão matando duas pessoas em uma rua a 1,5 km da sede do COD, em Goiânia.

<a href="https://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>&nbsp;

Edson ficou conhecido após liderar a equipe que capturou e matou Lázaro Barbosa em junho de 2021 após 20 dias de perseguição pelas forças de segurança de Goiás e do Distrito Federal em Cocalzinho de Goiás. Lázaro havia matado quatro pessoas de uma mesma família em Ceilândia e durante a fuga cometeu uma série de outros crimes, chamando atenção da mídia nacional. Em junho de 2022, ele voltou a ter destaque na imprensa ao dizer em um debate na TV que a Polícia Militar deveria matar mais e que isso impactaria na redução dos índices de criminalidade.

Ao todo foram nove mudanças em comandos feitas pelo governador por meio de decreto publicado nesta quarta-feira no Diário Oficial do Estado. O comandante anterior do 16º CRPM, coronel Rogério Corrêa Batista, que estava no cargo desde março deste ano, foi transferido para o Comando de Policiamento Rodoviário (CPR). Uma batalhão como o COD é uma unidade que fica abaixo de um comando regional dentro da hierarquia da Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO). Dentro do COD, o tenente-coronel tinha um efetivo de pouco mais de 150 policiais. Agora, passou para 213.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/caiado-revoga-homenagem-dada-para-pm-acusado-de-matar-dois-homens-em-suposto-confronto-1.3160262" target="_blank">Caiado revoga homenagem dada para PM acusado de matar dois homens em suposto confronto</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/policial-acusado-de-matar-dois-homens-em-suposto-confronto-recebe-medalha-de-merito-do-governo-1.3160180" target="_blank">Policial acusado de matar dois homens em suposto confronto recebe medalha de mérito do governo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/testemunhas-d-o-detalhes-ineditos-sobre-mortos-por-pms-no-setor-jao-1.3206351" target="_blank">Testemunhas dão detalhes inéditos sobre mortos por PMs no Setor Jaó</a></div>

O tenente-coronel foi chefe da segurança do governador até 2022, quando se licenciou para sair candidato a deputado federal pelo Avante. Com 19.811 votos, não conseguiu uma vaga no Congresso Nacional. Ao retornar para a PM-GO, foi nomeado em janeiro de 2023 para assumir o comando do COD. Nesta época, aproveitou sua experiência nas redes sociais para valorizar tanto o perfil do batalhão como o pessoal, enaltecendo ações policiais que resultaram em mortes e promovendo eventos como corrida de rua, encontros com personalidades e até seu próprio podcast.

<h2>Dispensa</h2>

Após um ano e três meses no cargo, Edson foi dispensado do COD com a repercussão do assassinato de dois homens por seis policiais militares do batalhão. A suspeita da Polícia Civil e do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) é que uma das vítimas, o autônomo <a href="https://opopular.com.br/cidades/testemunhas-d-o-detalhes-ineditos-sobre-mortos-por-pms-no-setor-jao-1.3206351" target="_blank">Junio José de Aquino</a>, de 40 anos, prestava serviços ilegais a policiais militares e no dia em que foi morto levava uma encomenda, possivelmente drogas, à sede do batalhão. Os investigados afirmam que estavam em busca de suspeitos de um caso de extorsão e que foram alvo de disparos ao abordarem a dupla.

Em junho deste ano, Edson se licenciou novamente da corporação para trabalhar na segurança do candidato a prefeito de São Paulo, o ex-coach e influenciador digital milionário Pablo Marçal (PRTB). Paralelamente à campanha na capital paulista, o tenente-coronel - que tem mais de 394 mil seguidores no Instagram - promoveu eventos voltados para o público masculino em São Paulo no qual prometia dar ensinamentos sobre postura de liderança e comando, “destravar a virilidade masculina” e mostrar como se comportam “homens de elite”.

Em setembro, a Polícia Civil reabriu o inquérito que apura a morte do piloto Felipe Ramos Morais, de 35 anos, e dos mecânicos de aeronaves Paulo Ricardo Pereira Bueno, de 36, e Nathan Moreira Cavalcante, de 22, durante uma ação policial coordenada por Edson, então recém-empossando no comando do COD, junto ao major Renyson Castanheira Silva. O processo havia sido arquivado com ressalvas pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), mas o órgão mudou o posicionamento após surgir um laudo apontando que não havia sinais de pólvora no corpo de Felipe.

No dia 22 de novembro, o tenente-coronel foi ouvido pela Justiça como testemunha no processo da execução do empresário Fábio Alves Escobar Cavalcante, a qual o ex-auxiliar do governo de Goiás Carlos César Savastiano de Toledo, o Cacai, é apontado como mandante com o apoio do assessor parlamentar Jorge Ramos Caiado. Edson elogiou Jorge, disse que o conhece há 19 anos, negou que o assessor tenha influência dentro das forças de segurança e afirmou não procederem as informações repassadas por dois coroneis de que Jorge e Cacai os procuraram para pedir auxílio na morte do empresário.

O parágrafo único do artigo 30 da lei estadual 8.125/1976 (Lei sobre a Organização Básica da PM-GO) determina que o comando das regionais deve ser exercido por um oficial com patente de coronel. Questionada pelo POPULAR, a corporação não se manifestou sobre o assunto. Já Edson afirmou que a nomeação de um tenente-coronel para a função é uma “discricionariedade do comando da corporação”, ou seja, uma decisão permitida pela legislação. “Hoje temos vários tenentes-coroneis regionais”, afirmou.

<h3>Nova Missão</h3>

Edson afirmou ao jornal que seu plano ao assumir o comando da regional é reduzir os índices de criminalidade de Trindade e região por meio de policiamento ostensivo em conjunto com o serviço de inteligência da corporação. “Teremos também ações conjuntas com a comunidade, com setores da sociedade organizada e outros órgãos do sistema de segurança”. Sobre os fatos citados pela reportagem, o oficial disse apenas que tudo foi relatado “em juízo e em procedimentos”.

Já a PM-GO disse, por meio de sua assessoria, que o 16º CRPM abrange 20 municípios e que as recentes mudanças nos comandos “fazem parte de um processo contínuo de aprimoramento estratégico, com foco em melhorar a eficiência operacional e o atendimento à sociedade”. Também argumentou que as escolhas seguem critérios técnicos e estratégicos, “alinhados às demandas regionais e às diretrizes institucionais”.

Oito meses após ser afastado do COD, tenente-coronel Edson Melo assume regional em Trindade

Segurança

Testemunhas de defesa e de acusação no processo que trata da execução de duas pessoas por policiais militares do <a href="https://opopular.com.br/cidades/testemunhas-d-o-detalhes-ineditos-sobre-mortos-por-pms-no-setor-jao-1.3206351" target="_blank">Comando de Operações de Divisas (COD) da Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO)</a> em 1º de abril deste ano, em Goiânia, deram detalhes à Justiça que reforçam a tese do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) e da Polícia Civil de que uma das vítimas, o autônomo Junio José de Aquino, de 40 anos, prestava serviços ilegais para policiais militares e a morte dele e do corretor Marines Pereira Gonçalves, de 42, teria relação com isso.

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 85, 128); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; outline: 0px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

O comandante do Batalhão Rural da PM-GO, tenente-coronel Fábio Francisco da Costa, confirmou em depoimento que Junio era conhecido como Pirata e colaborava com informações a policiais militares há pelo menos quase duas décadas. É a primeira vez que um oficial da PM confirma a situação de Junio como informante. Segundo Fábio, ele lembrava disso porque na época trabalhava na rua em um dos batalhões da PM e sabia sobre o Pirata. “Agora como eu saí da rua não tenho como passar essa informação, de quem ele era informante, com quem ele trabalhava.”

O processo se encontra na fase de audiência de instrução e julgamento, <a href="https://opopular.com.br/cidades/testemunhas-d-o-detalhes-ineditos-sobre-mortos-por-pms-no-setor-jao-1.3206351" target="_blank">na qual testemunhas e réus são ouvidos por um juiz e este decide se os acusados vão para júri popular</a>. O caso teve repercussão após vazar na internet um vídeo mostrando que, ao contrário do que afirmavam os policiais envolvidos, não houve confronto e Junio chegou ao local da emboscada junto com eles e não com Marines. Um outro vídeo mostra Junio em um carro dizendo que teria de entregar uma encomenda no batalhão do COD em uma segunda-feira. Eles foram mortos em uma segunda-feira.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/morte-de-dupla-por-pms-no-setor-jao-tem-nova-denuncia-1.3164770" target="_blank">Morte de dupla por PMs no Setor Jaó tem nova denúncia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/caiado-revoga-homenagem-dada-para-pm-acusado-de-matar-dois-homens-em-suposto-confronto-1.3160262" target="_blank">Caiado revoga homenagem dada para PM acusado de matar dois homens em suposto confronto</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/policial-acusado-de-matar-dois-homens-em-suposto-confronto-recebe-medalha-de-merito-do-governo-1.3160180" target="_blank">Policial acusado de matar dois homens em suposto confronto recebe medalha de mérito do governo</a></div>

O tenente-coronel foi ouvido porque a defesa dos policiais acusados do duplo homicídio argumenta que eles estavam em uma ocorrência envolvendo dois criminosos que teriam praticado extorsão violenta contra uma pessoa no dia 31 de março em uma fazenda de Petrolina e que o atendimento começou no Batalhão Rural da região. Dois meses depois, foi incluído no processo que tramitou na corregedoria da PM-GO um relatório do batalhão reforçando a versão dos acusados. Este documento foi elogiado ainda em abril por um dos investigados em conversa captada pela Polícia Civil.

A mulher de Junio, Luana da Silva Leite, confirmou que ele já havia trabalhado com policiais militares, mas que ele era muito reservado sobre suas atividades e que, por isso, ela só tomou conhecimento de um caso, há cinco anos, quando o autônomo passou a responder por um duplo homicídio. Ela se referia à morte de Yuri Heeymbeck, de 20 anos, e Laryssa Eduarda dos Santos, de 17, em 2019, quando Junio e policiais militares estariam, segundo investigações, extorquindo Yuri. “Neste tempo ele dizia que era informante da polícia, trabalhava junto, andava com eles”, afirmou.

Luana também contou que antes de conhecer Junio, há 10 anos, ele já esteve envolvido em um caso de estelionato com um policial, porém não soube dizer o que aconteceu com este processo. Ela admitiu que chegou a instalar um programa espião no celular do marido, porém só por dois dias, e que foi antes do dia em que o autônomo foi morto. A suspeita sobre a origem do vídeo é que tenha vindo de um aplicativo instalado no aparelho, porém a mulher sustentou que viu as imagens quando foram colocadas por algum parente no grupo da família.

Em sua fala, Luana demonstrou estar com medo de continuar envolvida neste processo e disse que jogou o celular em um rio quando foi embora para o Maranhão porque não queria ser mais contactada. “Queria trocar de celular para ninguém me achar nunca mais. Não queria envolvimento com mais nada”, afirmou. Ela comentou que no dia em que foram mortos o marido e o amigo estavam com uma terceira pessoa mais cedo em um pesque-pague próximo do batalhão do COD. Esta pessoa nunca foi identificada oficialmente e tampouco convocada para depor.

A Justiça também ouviu Tiago José Soares, a suposta vítima do caso de extorsão em Petrolina cometida por Junio, Marines e uma terceira pessoa que nunca foi identificada oficialmente. Tiago revelou que já tinha visto Marines, da feira da Marreta, em 2015. A informação não consta nos depoimentos dele tanto para o Batalhão Rural como posteriormente. Durante o interrogatório, o MP-GO questionou uma divergência na fala de Tiago, que antes havia dito que não estava na fazenda quando o trio apareceu, mas agora mudou a versão e disse que estava, sim, na propriedade.

Não há na Justiça nenhum processo criminal envolvendo este suposto caso de extorsão. Um outro policial militar interrogado no mesmo dia que o tenente-coronel afirmou que orientou Tiago a procurar uma delegacia no dia 1º de abril. Além disso, o relatório feito pelo Batalhão Rural cita outros nomes, como o de uma mulher que seria quem mandou Junio e Marines até a casa de Tiago, mas ela não foi convocada pela defesa nem pela acusação no processo que apura o duplo homicídio. Também não foi chamada para depor a pessoa que teria alugado um carro usado pela dupla.

Os interrogatórios foram acompanhados pelos acusados, os tenentes Wandson Reis dos Santos e Allan Kardec Emanuel Franco, os sargentos Wellington Soares Monteiro e Marcos Jordão Francisco Pereira Moreira e os soldados Pablo Henrique Siqueira e Silva e Diogo Eleuterio Ferreira, que estão presos.

Testemunhas dão detalhes inéditos sobre mortos por PMs no Setor Jaó

Violência

Os três policiais militares acusados de matar seis pessoas, entre elas uma criança de 4 anos, <a href="https://opopular.com.br/cidades/crianca-e-cinco-adultos-morrem-em-chacina-1.95018" target="_blank">em uma chacina no Jardim Olímpico</a>, em Aparecida de Goiânia, estão sendo julgados na manhã desta terça-feira (19). O crime aconteceu há exatos 13 anos, em 19 de novembro em 2011.&nbsp;

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A motivação para o crime, segundo a então delegada titular da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), Adriana Ribeiro, teria sido a vingança do soldado Ozires Fernando de Melo, cujo sobrinho teria sido morto pelo namorado de Ludmila Cândida Alves, ambos vítimas da chacina. Este sobrinho seria um ex-namorado e amante de Ludmila.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/crianca-e-cinco-adultos-morrem-em-chacina-1.95018" target="_blank">Criança e cinco adultos morrem em chacina</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/condenado-por-atirar-e-matar-valerio-luiz-e-preso-1.3146145" target="_blank">Condenado por atirar e matar Valério Luiz é preso</a></div>

Ademá Figueiredo Aguiar Filho, que foi <a href="https://opopular.com.br/cidades/condenado-por-atirar-e-matar-valerio-luiz-e-preso-1.3146145" target="_blank">um dos condenados pela morte do radialista Valério Luiz</a> em 2012, Divino Romez Diniz e Ozires Fernando de Melo são acusados de seis homicídios com dupla qualificação por motivo torpe e emprego de recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima. No caso da morte da criança de 4 anos, ainda há a imputação de aumento de pena, uma vez que a vítima é menor de 14 anos.&nbsp;

O POPULAR entrou em contato com as defesas de Ademá Figueiredo Aguiar Filho e Ozires Fernando de Melo, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Já a defesa de Divino Romez Diniz afirmou que acredita na absolvição “por absoluta falta de provas, até porque nem no local ele estava” e que “o júri vai corrigir esse histórico erro”.&nbsp;

Além de Ludmila Cândida Alves, de 21 anos, foram mortos na chacina a mãe dela, Edivone Cândida de Bastos Alves, de 47, Stherfane Cândida de Bastos Reciol, de 26, Rounandes Teles, de 23, Luciano Lopes dos Santos, de 34, e Isadora Monique Cândida Alves, de 4. Apenas um bebê de dez meses, filho mais novo de Ludmila, sobreviveu à chacina. Ele foi encontrado nos braços da mãe sem nenhum ferimento.&nbsp;

<h2>Entenda o caso&nbsp;</h2>

Em 2011, reportagem de O POPULAR mostrou que vizinhos relataram à Polícia Militar ter visto dois homens chegarem à residência a pé e saírem correndo pouco tempo depois. Eles também ouviram muitos tiros.

Benjamin Pereira, companheiro de Edivone e padrasto de Ludmila e Stherfane também relatou, à época, ter ouvido os disparos. Ele chegou ao local poucos minutos depois dos assassinatos. Ele contou que tinha saído da residência a menos de cinco minutos para ir buscar um neto que estava em uma festa na casa de um vizinho.&nbsp;

“Pareciam foguetes, daqueles que a gente solta em festas”, afirmou. Ele ressaltou que voltou para casa na mesma hora, sem nem mesmo chegar ao seu destino. Quando entrou na residência, Benjamin contou que encontrou as pessoas que havia deixado no local mortas no pequeno quarto da casa. Ele também viu sinais de outros tiros por toda a casa.&nbsp;

Segundo Benjamim, Ludmila, que estava com o filho nos braços, Stherfane e Isadora estavam em cima da cama de casal que havia no quarto. Já os dois rapazes e a mulher dele estavam caídos no chão. Todos tinham sinais de tiros na cabeça. O pedreiro afirmou que pensou que todas as sete pessoas estavam mortas, mas foi surpreendido ao ouvir o choro do bebê. Como estava muito sujo de sangue, Benjamin diz que chegou ficar com medo de pegá-lo no colo. A criança estava muito assustada, mas, para surpresa de Benjamin, não apresentava nenhum ferimento.&nbsp;

Conforme o pedreiro, ele morava na casa com a mulher, a enteada Ludmila e seus dois filhos. Stherfane vivia em uma fazenda no interior e teria chegado no mesmo dia para visitar a família.&nbsp;

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PMs acusados de matar seis pessoas por vingança são julgados

Júri Popular 

<img attr-cid="policy:1.3169046" attr-version="policy:1.3169046:1725014469" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3169046/boni.PNG?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Boni Júnior foi morto com um tiro na cabeça, em Goiatuba (Reprodução/TV Anhanguera)

Os três policiais militares acusados de matar o cantor sertanejo José Bonifácio Sobrinho Júnior, conhecido como Boni Júnior, foram condenados a 14 anos e 3 meses de prisão em regime fechado pelo crime de homicídio qualificado. <a href="https://opopular.com.br/cidades/cantor-morre-apos-colidir-com-viatura-1.226634" target="_blank">O assassinato aconteceu em 2012</a>, na cidade de Goiatuba. A sentença cabe recurso.&nbsp;

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O POPULAR entrou em contato por mensagem com os advogados dos três policiais militares para pedir um posicionamento sobre a decisão, mas não teve retorno até a última atualização desta matéria.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/juri-classifica-como-homicidio-culposo-assassinato-de-cantor-sertanejo-1.1064766" target="_blank">Júri classifica como homicídio culposo assassinato de cantor sertanejo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/militares-indiciados-por-homicidio-1.280636" target="_blank">Militares indiciados por homicídio</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/cantor-morre-apos-colidir-com-viatura-1.226634" target="_blank">Cantor morre após colidir com viatura</a></div>

O júri popular, que durou cerca de 15 horas, aconteceu na quarta-feira (28). <a href="https://opopular.com.br/cidades/militares-indiciados-por-homicidio-1.280636" target="_blank">Os três condenados</a> são: Silmar Silva Gonçalves, André Luís Rocha e Aluísio Felipe dos Santos. Para o último, segundo a sentença,&nbsp;foi determinada a perda do cargo, uma vez que o crime foi praticado no exercício da função de policial militar, no qual ele ainda está na ativa. Os outros dois estão na reserva remunerada.&nbsp;

Após o trânsito em julgado da sentença, quando não houver mais recursos, os condenados deverão ter suas penas cumpridas no presídio militar, em regime inicial fechado. No entanto, eles também poderão recorrer da sentença em liberdade.

<h2>O que aconteceu&nbsp;</h2>

<img attr-cid="policy:1.3169056" attr-version="policy:1.3169056:1725016842" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3169056/OPOPULAR - Montagem de fotos e vídeo para o site - 2024-08-30T082037.355.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Imagem mostra por dentro de carro do cantor Boni Júnior (Reprodução/TV Anhanguera)

De acordo com a denúncia, no dia 28 de outubro de 2012, o cantor sertanejo voltava de Panamá rumo a Goiatuba, depois de ter bebido com amigos na cidade vizinha e chamado a atenção de policiais ao dirigir em alta velocidade.&nbsp;Bony foi perseguido na rodovia pelos policiais&nbsp;Aluísio e&nbsp;Edson Silva da Cruz, que solicitaram&nbsp;a ajuda de uma viatura de Goiatuba para impedir o veículo antes que chegasse à cidade.

A ajuda foi dada pelos policiais André Luís e Cléber Gomes de Oliveira, que tiveram sua viatura atingida pelo carro do cantor. Com a batida, o policial Cléber foi arremessado e teve ferimentos graves. Segundo as investigações, após socorrer o companheiro, os policiais atiraram na cabeça de Bony Júnior, matando-o na hora.

A denúncia relata que na tentativa de encobrir a real cena do crime, os policiais se juntaram para forjar um confronto, “plantando” uma segunda arma dentro do carro da vítima. No entanto, as apurações levaram o promotor Rodrigo Sé Patrício de Barros (hoje aposentado) a denunciar os quatro policiais pela morte do cantor - o policial Edson não foi a júri popular porque morreu durante o curso do processo.&nbsp;

<h2>Outras decisões no processo</h2>

<img attr-cid="policy:1.3169055" attr-version="policy:1.3169055:1725015860" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3169055/boni2.PNG?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Boni Júnior foi morto com um tiro na cabeça (Reprodução/Arquivo pessoal)

Em 2016, houve a primeira sessão do Tribunal do Júri sobre o caso, mas os jurados desclassificaram a <a href="https://opopular.com.br/cidades/juri-classifica-como-homicidio-culposo-assassinato-de-cantor-sertanejo-1.1064766" target="_blank">conduta dos policiais para homicídio culposo</a>, quando não há a intenção de matar, o que deixou a família da vítima inconformada.

Após recurso, a decisão do júri foi anulada pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), por entender que a decisão foi manifestamente contrária à prova dos autos, com a determinação da realização de novo julgamento.&nbsp;

Ocorre que, na véspera do júri, que seria realizado em 15 de abril deste ano, a defesa questionou a imparcialidade dos jurados de Goiatuba. Sem sucesso, os advogados ainda tentaram outros artifícios que levaram ao adiamento, por mais duas vezes, do novo julgamento.&nbsp;

Sobre a acusação de terem forjado a cena do crime, o Poder Judiciário&nbsp;determinou o encaminhamento&nbsp;de cópia dos autos à Auditoria Militar, visto que apenas o crime de homicídio deveria ser julgado&nbsp;pelo Tribunal do Júri.&nbsp;