Atualizada às 10h23Desde 2016 ao menos quatro gameleiras foram incendiadas na região Central de Goiânia. Em dois casos, as árvores não resistiram e precisaram ser extirpadas. O caso mais recente ainda é acompanhado pela Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) e diz respeito a um exemplar que sofreu dois atos criminosos na quinta-feira e sexta-feira (12) deste mês. Servidores da Amma coordenam a poda da gameleira vítima dos atos criminosos durante a última semana. Ela está situada na Rua 143, nas imediações da Praça do Ratinho, no Setor Marista. O trabalho deve ser concluído neste domingo (14). A força-tarefa foi iniciada no sábado (13) com o apoio de equipes da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Enel, Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade e Corpo de Bombeiros. A intervenção na árvore de cerca de 50 anos tem o objetivo de fazer com que a mesma se regenere.O gerente de arborização da Amma, Rodrigo Carlos, explica que o caso seguirá para a polícia. “Nós vamos elaborar um relatório na segunda-feira (15) e encaminhar o caso para a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente.”No ano passado, uma gameleira que fica na Rua 5, na Praça Mestre Maria Henrique Peclat, no Setor Oeste, também foi incendiada. A árvore, considerada patrimônio pela vizinhança, sobreviveu.O destino de uma gameleira que ficava na Praça Universitária, no Setor Universitário, foi diferente em 2018. Ela foi retirada devido aos graves danos causados pelo fogo. Era a terceira vez que o crime era cometido contra a árvore no prazo de quatro anos. Em 2015, uma poda que retirou toda sua copa a ajudou a se recompor. Em 2017, os danos causados por um incêndio criminoso consumiu metade da planta. A agressão do ano seguinte foi fatal.Outra gameleira que foi extirpada em 2016 após um grave incêndio ficava no Setor Negrão de Lima. Devido à fúria das chamas, provocadas no período noturno, a energia precisou ser cortada na região. O Corpo de Bombeiros deu socorro, mas não foi o suficiente para salvar a árvore.ParanaíbaOutro caso de incêndio que deu fim a uma gameleira foi em 2010. A árvore ficava na Avenida Paranaíba, entre a Rua 4 e a Avenida Anhanguera, no Centro de Goiânia. A altura do exemplar era de 18 metros e o diâmetro media aproximadamente 4 metros, ela era considerada uma das mais antigas da capital. A mesma técnica aplicada na árvore do Setor Marista foi usada no caso de 2010, mas os danos eram severos.Popularmente conhecida como gameleira ou figueira branca, a árvore pode ser das espécies Ficus enormis, Ficus doliaria, Ficus vermifuga e outras. De acordo com a Amma, Goiânia tem cerca de 70 espécimes no perímetro urbano, mais de 80% delas em áreas públicas.ProcessoRodrigo Carlos afirma que a poda ou a extirpação de árvores em Goiânia depende de autorização da Amma. “Deve ser aberto um processo na própria agência ou na rede Atende Fácil da Prefeitura para que possa ser feita a vistoria. Depois de aberto o processo, um técnico vai até o local, faz a vistoria e o parecer técnico é encaminhado para a Comurg que vai ser responsável pela execução do indicado no documento”, explica o gerente da agência.Saiba mais sobre as gameleiras:São árvores que geram as gamelas, utilizadas popularmente para fazer utensíliosO leite serve como vermífugo, mas o uso incorreto pode ser perigosoA madeira é usada em caixotes e para miolo de portas e painéis